Conselho da Fieb pede que deixem o país andar
Com uma queda de quase 8% do PIB, em 2015-16, e com 12 milhões de desempregados, a crise na economia brasileira já seria uma das mais graves das últimas décadas mesmo sem as convulsões do mundo político que a tornam pior.
Pacotes recheados de boas intenções não são suficientes para superar as muitas dificuldades. A avaliação aí é do Conselho de Representantes da Fieb, que congrega os 42 sindicatos dos vários segmentos da indústria baiana, incomodado com o cenário de crise, sem perspectivas de soluções.
É nesse tom que a Fieb divulga nos jornais amanhã uma nota pública em defesa da retomada do crescimento.
A entidade exige pressa para que se viabilizem as reformas administrativa para enxugar o inchado setor público; previdenciária, com o fim dos privilégios de certas categorias profissionais; e política, para acabar com as siglas de aluguel e com o financiamento empresarial de campanhas.
O Conselho da Fieb acha também que os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário devem atuar com independência, sem interesses corporativos.
A chiada é pertinente. O problema é que 2017 vai começar com o odor de 2016.
Alívio e apreensão
O afastamento do prefeito de Santo Amaro, Ricardo Machado (PT), anteontem, criou alívio e apreensão na cidade.
Alívio para os aliados do prefeito eleito, Flaviano Bonfim (DEM), e apreensão para os credores da prefeitura.
Ricardo prometeu pagar a todos com os últimos repasses do ano, e Flaviano já disse que não vai botar a mão em cumbuca. Ou seja, vai pensar 20 vezes antes de pagar.
"É a tentativa para me desmoralizar na opinião pública. Não poderia ter sido convidado para depor? Vergonhoso"
Silas Malafaia, pastor evangélico, falando sobre a condução coercitiva a que foi submetido (quando Lula passou pela mesma situação ele disse que Sérgio Moro não estava cometendo nenhuma ilegalidade, 'é falácia do PT').
"Não temos como conceder reajuste. É impossível"
ACM Neto, descartando o reajuste de salário dele e dos secretários, como querem os vereadores.
Taxa da briga
A decisão da prefeitura de Porto Seguro de criar a taxa de turismo, o que na prática é a cobrança de R$ 2 por dia para cada hóspede da rede hoteleira do município, buliu com a seção baiana da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH-BA).
O presidente da entidade, Glicério Lemos, disse que não vai aceitar. E já anunciou a disposição de judicializar a questão:
– É inconstitucional. Vários municípios no Brasil já tentaram e perderam. Aqui na Bahia foi Morro de São Paulo (Cairu) e também perdeu.
Água suja
As discussões que o prefeito eleito de Itabuna (DEM) pretende implementar para discutir a estadualização da Emasa passa por outro ponto: 'Queremos um projeto para salvar o rio Cachoeira, que está morto'.
Drogas e susto
A pequena e pacata Paramirim, no sudoeste baiano, viveu um dia de susto e perplexidade ontem. A polícia interceptou um ônibus da Novo Horizonte procedente de São Paulo para Ibipitanga com 30 quilos de maconha e 1.500 pinos de cocaína.
O acusado era um traficante de Ibipitanga, mas todos os passageiros foram obrigados a prestar depoimento na polícia.
A perplexidade veio do volume. Já se sabia que a região está infestada pelas drogas. Mas a quantidade deixou todos boquiabertos.
O acusado — Em tempo: a investigação foi fruto de uma ação articulada entre a PM e a Polícia Civil. A droga estava com Manoel Alves de Oliveira, 60 anos, que já cumpriu pena por tráfico de drogas. O ônibus e os demais passageiros foram liberados no fim da tarde.
POLÍTICA COM VATAPÁ
Epigrama do Régis
Semana passada contamos aqui uma história ocorrida em 1950. Relembrando: a 23 dias da eleição para governador daquele ano, Lauro Farani de Freitas morreu na queda do avião na decolagem no aeroporto de Bom Jesus da Lapa no exato instante em que Juracy Magalhães, o adversário, sobrevoava a área para pousar.
Espalharam que Juracy botou açúcar no motor do avião de Lauro e, no meio desse intenso ti-ti-ti, os adversários lançaram no lugar de Lauro o então prefeito de Conquista, Régis Pacheco, que ganhou.
Fernando Habib, hoje com 82 anos, lojista aposentado (dono da Parque Real), então estudante, publicou no Diário da Bahia o epigrama sobre a vitória de Régis.
Não foi Régis quem ganhou,
Foi Juracy que perdeu,
Em razão das controvérsias,
Depois que Lauro morreu.