Culto aos Ibeji segue com rituais secretos
O recuo da pandemia é um motivo a mais para agradecer e louvar aos santos meninos, chamados Ibeji, no candomblé, com a realização dos rituais internos, mantidos sob sigilo, pelos mais de mil terreiros das tradições angola, nagô, keto e jeje de Salvador.
De acordo com a mitografia, consagrada por autores como Pierre Fatumbi Verger, no enfrentamento de uma epidemia, Olodumaré (deus supremo) enviou os orixás para combater Ikó (a morte), mas os efeitos da doença só cessaram com o repicar do tamborzinho dos Ibeji.
Como o candomblé tem levado a sério o enfrentamento da sars-cov-2, não está prevista nenhuma festa ou reunião, pois as variantes continuam circulando e a campanha de imunização ainda vai chegar a todas as faixas etárias, não tendo alcançado as crianças.
– Não podemos perder a energia, a força, o axé, pois dependemos dele, mas também ainda não é o momento de aglomeração, por isso buscamos o equilíbrio, sem excessos – disse a ialorixá (sacerdotisa do candomblé), conhecida por Mãe Rosa, do terreiro Oyá Unipó Neto, na avenida Jorge Amado, no bairro do Imbuí.
Assim como centenas de outras lideranças do culto de matriz africana, reinventado na Bahia, Mãe Rosa e suas filhas e filhos ficaram de distribuir ‘quentinhas’ com as iguarias típicas, com destaque para o caruru, servido nas festas de Cosme e Damião, santos médicos de origem portuguesa, sincretizados com os Ibeji.
Além de ter como objetivo cumprir a obrigação do agradecimento, o trabalho assistencial vai reduzir o sofrimento de moradores de comunidades, como a do Bate-Facho, devido à dificuldade de obtenção de alimentos por causa do desemprego e inflação.
“Não dá para ficar
acusando um lado ou
outro e continuar nisso
enquanto tanta gente
está precisando.
Realmente está
faltando comida na
mesa de novo e está
faltando a dignidade,
que é o emprego”
Luiza Trajano, presidente do conselho administrativo do Magazine Luiza, em entrevista à Folha de S.Paulo
Investimentos na mineração
A segurança jurídica para atração de investimentos na atividade de mineração foi um dos principais temas debatidos em audiência pública, ontem à tarde, sobre o novo código mineral. O encontro, em formato digital, teve como um dos debatedores, o presidente da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), Antonio Carlos Tramm, ao defender a regulamentação do certificado de reserva de direito natural. Para o dirigente, o empresário de fora quer ter certeza do resultado de seus investimentos e para tanto, precisa da garantia de continuidade.
- Não adianta ter a jazida e não ter condições de explorar, disse Tramm, aos integrantes do Grupo de Trabalho da Câmara dos Deputados, responsável por promover a audiência.
POUCAS & BOAS
‘A Empatia criando conexões – ouvir, entender e abandonar julgamentos’ é o tema da live que acontece hoje com o psicólogo Emanuel Messias, do quadro de profissionais da prefeitura de Barreiras. A mediação será da enfermeira Taise de Oliveira Silva, representando a Universidade Federal do Oeste da Bahia (Ufob). Com início às 15h, o evento virtual vai focar na importância da prevenção ao suicídio e do apoio às pessoas que estão em situação de sofrimento emocional.
O Fórum Clima Salvador realizou ontem o seminário virtual ‘Mudanças climáticas no Nordeste e um banco de soluções urgentes para os municípios’ com apoio de diversas entidades e mais de 30 organizações. Na oportunidade foram debatidas ações desenvolvidas nos municípios que contribuem na emissão de gases do efeito estufa e apresentadas soluções para minimizar os impactos das mudanças do clima.
A Defensoria Pública da Bahia reafirmou seu compromisso com a pauta da luta por inclusão protagonizada pelas pessoas com deficiência ao garantir acesso à Justiça por pessoas surdas ou com deficiência auditiva. Foi publicado no Diário Oficial edital para contratação de empresa especializada em serviços de tradução e interpretação da Língua Brasileira de Sinais – Libras. A DPE/BA vai criar a Central de Libras, que prestará suporte às atividades realizadas pela instituição. O defensor público geral, Rafson Ximenes, destacou que as pessoas surdas têm mais dificuldade de conseguir atendimento e a ausência de intérpretes dificulta o trabalho dos defensores(as) e servidores(as).