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Tempo Presente

Por Da Redação, com Paulo Leandro

ACERVO DA COLUNA
Publicado terça-feira, 20 de maio de 2025 às 4:05 h | Autor:

Juristas negras dão força a encarceradas

Confira a coluna Tempo Presente desta terça-feira

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Promotora de justiça Lívia Sant’Anna
Promotora de justiça Lívia Sant’Anna -

Curso de trancista; assistência religiosa; formação em direitos humanos; casamentos LGBTQIA+; visitas à Academia de Letras da Bahia e ao Museu Nacional da Cultura Afro-brasileira (Muncab).

Estas são algumas das ações mais recentes do Instituto Juristas Negras, ao promover o projeto “Mulheres e Cárcere. A liberdade é uma luta constante”, tendo como inspiração a vida e o pensamento de Angela Davis.

Coordenado pela promotora de justiça Lívia Sant’Anna, tendo Monique Damas como diretora executiva, as juristas negras prestam serviço gratuito a 100 internas do Conjunto Penal Feminino de Salvador.

Ao ocuparem o vácuo deixado pelas instituições, por descumprirem a Lei de Execuções Penais, as profissionais do direito buscam ainda medidas de desencarceramento, considerando a desproporção das penas aplicadas.

- As sentenciadas são duplamente prejudicadas, por serem negras e por serem mulheres”, afirma Lívia Sant’Anna.

Como inequívoca demonstração do mal causado pela estrutura patriarcal, segundo a promotora, é comum serem sentenciadas por assumirem os flagrantes de seus "companheiros".

Urgência da reinserção - Lívia Sant’Anna destaca a importância de encontrar meios de reinserção social, profissional e familiar, visando ao período pós-cárcere, daí a oferta de cursos de profissionalização.

Uma equipe de juristas, assistentes sociais e psicólogas vem dando apoio com o objetivo de “esperançar”, verbo apropriado para melhorar a estima das apenadas, muitas delas rejeitadas pelos familiares.

Ancestralidade e inovação

O Hub Salvador será palco, amanhã, do evento “Futuros Ancestrais”, uma imersão criativa e reflexiva que propõe um encontro entre os saberes afro-brasileiros e as tecnologias contemporâneas. Das 14h às 18h, o espaço receberá palestras, debates, vivências artísticas e uma exposição que exaltam a potência ancestral como catalisadora de inovação. O evento busca evidenciar como a cultura afro-brasileira, suas simbologias e práticas ancestrais dialogam profundamente com a inovação e as tecnologias contemporâneas. A programação começa às 13h30 com recepção e credenciamento do público.

‘A tragédia política’, por Nathalí Macedo

Já está nas livrarias físicas e virtuais, o novo livro de Nathalí Macedo, A Tragédia Política como Entretenimento, reunindo crônicas e textos de opinião escritos no período de incertezas da pandemia.

A mestra em Cultura e Sociedade pela Universidade Federal da Bahia (Ufba) e doutoranda pela Universidade do Estado da Bahia (Uneb) chegou ao terceiro título depois de Mulheres que Possuo, de 2014, e Ser adulta e outras baianidades (2017).

O livro de forte viés no campo político-ideológico aborda as mazelas de um Brasil apocalíptico - o Brasil pós-golpe - trazendo palavras como bálsamos para tempos tão difíceis.

Ao mexer num mesmo caldeirão literário ingredientes como política, feminismo, culturas e comportamento, Nathali segue a linha filosófica de João Cézar de Castro Rocha, situando os textos no “Brasil Pós-Político.”

- Trata-se de desespero transformado em prosa, a ansiedade do isolamento desfeita em versos, as palavras como testemunhas de um tempo, um tempo triste, mas que ainda assim merece virar história”, afirma autora.

Segundo Nathalí, cada página é um fragmento de espelho partido – refletindo os rostos cansados de um país que sangra, mas insiste em sonhar.

Como quem escreve para não enlouquecer, a autora transforma caos em claridade, raiva em ritmo, dor em denúncia.

“A tragédia política como entretenimento” não é apenas um testemunho; é um sussurro de resistência, um canto insurgente em meio ao ruído do colapso, define a “mãe da criança”, nascida de parto tão problemático quanto instigante para a leitura.

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