Lúcio Lima revela heróis dos bairros
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Não lançam teias para visgar os inimigos; não voam nem têm visão de raio x; não inflamam o corpo ou têm qualquer superpoder, exceto o de mobilizar os recursos de suas comunidades para garantir um direito previsto em Constituição Federal: a moradia digna.
São os “Herois da Terra”, lideranças comunitárias protagonistas de uma história em quadrinhos a ser lançada neste sábado, dia 21, às 9 horas, no bairro da Paz (Malvinas!), em uma programação cultural com roda de conversas e atividades de artes cênicas.
A publicação, com tiragem inicial de 5 mil exemplares, tem o objetivo de inspirar as crianças e a juventude das Malvinas, do Beiru e de Saramandaia, ao “desapagarem” a história de alguns de seus mais valorosos heróis e heroínas.
Ene Lima e Armandio Nicolau, pela Saramandaia; Marinalva, Malvinas; seu Zé, pelo Beiru; são heróis e heroínas reveladas no trabalho de Lúcio Lima, criador e roteirista, tendo a parceria de Beto Barbosa, como ilustrador
- Meu pai, Cícero Alves de Lima, filmou em VHS 10 horas de ações de resistência pela moradia em Saramandaia, e minha mãe, Ene, era uma das das lideranças da comunidade, até hoje tratada com menosprezo, basta lembrar as ocorrências recentes relacionadas ao deslizamento de terra”, afirma Lúcio Lima, nascido e criado em Saramandaia, licenciado em artes cênicas e desenvolve carreira em variadas linguagens artísticas.
A história em quadrinhos “Herois da Terra” será distribuídas gratuitamente para estudantes dos três bairros para conhecimento de como é árdua a luta por dignidade, quando não se nasce branco proprietário de meios de produção e de terras.
Samba mirim no Curralinho
A primeira e única escola de samba mirim de Salvador, a “Estrela do Samba”, promove hoje às 10h30min da manhã, a última apresentação do ano, depois de servido um café da manhã para convidados da comunidade do Curralinho, na Boca do Rio. O trabalho sócio-cultural desenvolvido pela educadora Rosa Demetria tem sido uma oportunidade de convívio das crianças da região, bem como uma estratégia de sobrevivência do samba em Salvador. São três anos de ensino-aprendizagem dos desfiles, com a formação de 18 crianças, lideradas por mestre-sala, porta-bandeira e rainha da bateria, as três funções ocupadas por adultas.