Mulheres negras: 10 anos em ação
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Coletivas, grupos de pesquisa universitária, associações de bairros, blocos afro e cidadãs pessoas físicas independentes em geral comemoram os primeiros 10 anos da Rede de Mulheres Negras.
O objetivo da Rede, homenageada em sessão especial proposta pela vereadora Marta Rodrigues (PT), é o de articular mulheres moradoras de 80 municípios baianos de todas as regiões, no sentido da convergência de propostas de justiça reparadora em políticas públicas e de enfrentamento do patriarcado.
Segundo uma das fundadoras e principais lideranças, Lindinalva de Paula, a primeira missão da rede foi a de construir na Bahia a Marcha Nacional das Mulheres Negras, em 2015.
Foi quando a então presidenta Dilma Rousseff recebeu das mulheres negras uma Carta de Intenções contendo como principal eixo temático meios de contribuir para a redução das desigualdades, alcançando, assim, a condição tática de protagonistas.
– Trabalhamos com o conceito de “bem-viver”, que vem do indígena, mas foi assimilado hoje pelas descendentes do povo sequestrado na África, durante quatro séculos – afirmou Lindinalva de Paula, antes de ir à Câmara Municipal para participar da sessão pelos 10 anos da Rede, transcorridos ontem.
Aliança – Com esta autonomia de pensar o movimento, Lindinalva de Paula reconhece ter uma “aliança estratégica com a esquerda”, mas ao mesmo tempo, reivindica a independência do projeto de libertação específico para as mulheres negras.
A consistência do objetivo de construir um projeto político próprio para as mulheres negras, acrescentou Lindinalva, afasta a Rede do feminismo tradicional.
“Podem estudar, mas não saiam falando que tem posição do governo de cortar abono. Não tem debate de cortar abono, seguro-desemprego, de acabar com a multa do fundo de garantia”
Luiz Marinho,ministro do Trabalho e Emprego, disse que cortes de gastos em benefícios da sua área poderiam motivar um pedido de demissão
Infância sagrada
Memórias ilustradas de uma infância de intenso e cotidiano contato com os mistérios do sagrado afro baiano, eis uma possibilidade de tentar definir o conteúdo de “Jimú: Memória das Águas”, da escritora Aislane Nobre, ao anunciar uma série de lançamentos a começar da Biblioteca Juracy Magalhães, Ilha de Itaparica, dia 4, próxima segunda-feira, às 14h. Aislane Nobre dá vida ao personagem principal, a menina Jimú, inspirada a guiar o leitor por trajetórias de narrativas caracterizadas por uma imersão em aspectos e fundamentos da formação religiosa peculiar ao encontro de culturas de origem africana em Salvador..