Museu convida para a arte dos saveiros
Confira a coluna Tempo Presente desta sexta-feira, 26
Embarcações impulsionadas pelo poder dos ventos, portanto não-poluentes, além de inspirar as manifestações artísticas populares em seus nomes e cores, os saveiros estão de volta, neste domingo, no Museu do Mar.
Será um dia muito especial de troca de conhecimentos sobre os barquinhos, outrora necessários para o abastecimento de Salvador, ao chegarem na rampa do Mercado Modelo com os gêneros alimentícios e produtos diversos “made in Recôncavo”.
A conversa terá como referências os aspectos históricos dos saveiros, coletados pelo pesquisador Marcelo Bastos, criador do projeto Içar e entusiasta deste modelo de embarcação cheio de humanidades em toda sua construção.
Autor do dossiê utilizado para reconhecimento do ofício de Mestre Carpinteiro Naval como Patrimônio Cultural de Salvador, Marcelo Bastos vai apresentar detalhes inusitados e pouco conhecidos pelas atuais gerações náuticas.
O encontro, com o tema “O saveiro e o patrimônio naval da Bahia”, começa às 15 horas no auditório do espaço cultural e educacional do Museu do Mar fundado pelo ucraniano de nascimento e cidadão baiano Aleixo Belov.
Complemento – O bate-papo pode complementar a reportagem especial publicada pelo suplemento Muito, na edição de A TARDE de domingo passado, quando o jornal refez as viagens destas embarcações.
De acordo com o vice-presidente do grupo Viva Saveiro, Roberto Bezerra, o trajeto entre os municípios produtores de víveres, artesanato, mobiliário e até tijolos chegou a contar com 1.500 destes belos barcos da era pré-combustão.
Canoas e Yemanjá
Uma canoa modelo havaiana com 14 metros de comprimento, capaz de transportar seis passageiros, é um dos principais destaques dos esportes náuticos deste Verão, com saída na Praia da Preguiça. O projeto vai misturar as emanações da Polinésia, representadas no mana (“espírito da canoa”) com o “asé” (força, poder) da Salvador iorubá com a entrega dos presentes para Iemanjá, no dia dois de fevereiro. A canoa chegará ao entorno do Forte de São Marcelo, onde as águas vão receber o carinho de flores e alfazema, agradecendo a principal divindade feminina da Bahia por trazerem frascos e plásticos de volta para terra firme – e lixeiras.