Pesquisadora da Ufba vê Congresso patriarcal
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A arte da política tem como uma de suas premissas a sabedoria na construção de alianças visando ao melhor resultado possível para todos os envolvidos no jogo do poder, mas já passou da hora de acontecer alguma pequena diferença na estrutura “brancocêntrica” e “patriarcal”.
A avaliação é de uma das pesquisadoras de maior produtividade acadêmica nas questões relacionadas a gênero, poder e leis, a professora da Universidade Federal da Bahia e uma das docentes do Programa de Pós-graduação do Núcleo de Estudos Interdisciplinares da Mulher (PPGNeim), Salete Maria da Silva.
Salete produziu recente análise qualitativa a partir dos trâmites relacionados à troca das presidências da Câmara dos Deputados e do Senado, mantendo-se o perfil das lideranças desde a era colonial.
Para a professora, a suposta polarização das extremidades ideais entre “direita” e “esquerda” reside nas disputas das bases eleitorais, enquanto na Casa Legislativa, os acordos frequentemente produzem a sensação de convergência.
– O modus operandi é antigo e vem se repetindo e é “assim que a banda toca” na democracia – afirma a pesquisadora, integrante do grupo de pesquisa Jus Femina.
A professora cita um bordão do tempo de Xuxa – “Todo mundo tá feliz” – para ilustrar com maior poder de didatismo o cenário no Congresso.
Aliás, nem “todo mundo”, corrige, em tempo, a pesquisadora, pois há quem nutra o sonho de algum avanço na representação das mulheres pretas ou indígenas, além de alguma mudança no hábito de “conchavos” preliminares, pois segundo ela, tem como desdobramento corroer um dos pilares da democracia, a livre escolha dos melhores projetos.
Volta do Teatro dos Pais
O inicio do ano letivo acompanha a retomada dos trabalhos do projeto denominado “Teatro dos Pais”, com as primeiras reuniões de planejamento para os espetáculos protagonizados por pais de estudantes dos ensinos infantil e fundamental. Desenvolvido em parceria com o Teatro Jorge Amado, o projeto começou com a encenação de Peter Pan e prosseguiu com “Romão e Julinha”, uma adaptação satírica de “Romeu e Julieta”, de William Shakespeare. O “Teatro dos Pais” tem como um dos pilares a ampla participação e livre debate para a definição do tema da peça e todos os trâmites visando ao melhor resultado para todas e todos.