Pretas querem apoio e clientes
Confira a coluna Tempo Presente desta quarta-feira, 8

A presença feminina no afroempreendedorismo baiano revela placar favorável em relação aos homens, mas os desafios são maiores na busca por autonomia e independência em razão da misoginia (ódio às mulheres) prevalecente.
A análise qualitativa resulta dos números coletados por pesquisa promovida pelo Sebrae Bahia, ao tentar aproximar-se do perfil mais fidedigno da realidade enfrentada pelas afro.
O patamar de 54% de mulheres pode ser considerado um avanço, mesmo ao saírem para enfrentar o mercado em desvantagem, a começar pelas múltiplas jornadas, pois cuidam da casa, dos filhos e até dos companheiros.
Os problemas das quais se queixam as empreendedoras recaem na baixa oferta de investimentos, com 36% de queixas, igual percentual ao acesso limitado a recursos financeiros.
A falta de orientação e monitoramento dos pequenos negócios (23%) pode indicar ao Sebrae Bahia a chance de melhorar no trabalho de acompanhar o esforço das mulheres desde a abertura das firmas à captura da clientela.
Embora não chegue a representar um exacerbado lamurismo – mania de lamentar-se excessivamente – o rendimento médio de R$ 2.640 está muito distante de uma boa razão para festejar, equivalendo a dois salários mínimos.
- Vemos que há muitos desafios para superarmos. No caso das mulheres negras empreendedoras, nota-se essa dificuldade, sobretudo, de acesso a crédito e financiamento para iniciar um negócio próprio, que, para a maioria delas, representa, autonomia, independência e sobrevivência”, conclui o analista da Unidade de Gestão Estratégica do Sebrae Bahia, Anderson Teixeira.
Combate ao racismo na Fesf
A Fundação Estatal Saúde da Família (Fesf) anunciou a ampliação de atividades preventivas visando evitar a incidência de casos de racismo institucional.
Integrante do Sistema Único de Saúde, a Fundação planejou as ações por meio do trabalho do comitê especialmente criado para produzir efeitos de redução da invisibilidade do corpo de epiderme escura nas repartições.
A campanha estreia hoje, dia 8, às 14 horas, no auditório do Parque Tecnológico da Bahia, situado no edifício Techno, bairro do Trobogi, com uma palestra do antropólogo sanitarista Altair Lira.