Quilombo perde decana das lutas
Maria de Souza Oliveira era uma das principais lideranças do Quilombo Rio dos Macacos
A morte de uma das principais lideranças do Quilombo Rio dos Macacos, situado em área da Vila Naval de Aratu, impôs um necessário e respeitoso silêncio em homenagem póstuma, na sexta-feira, 17, a Maria de Souza Oliveira.
O coração de Maria parou de bater aos 95 anos, na madrugada de sexta, após um período hospitalizada, interrompendo uma linha do tempo iniciada em 23 de janeiro de 1928, quando nasceu na Fazenda Macaco.
O contato constante com oficiais e baixas-patente da Marinha do Brasil marcou a existência da quilombola-símbolo da resistência do reduto cobiçado pela Força, tendo entrado com ação judicial em 2009, baseada em sofística e arte retórica, visando expulsar Maria de Souza Oliveira e 50 famílias do local.
Com a decana do Quilombo Rio dos Macacos, morre também uma testemunha importante, pois dos 95 anos de vida, 81 foram nas terras reivindicadas pelo almirantado, conforme está registrado, em várias passagens do filme Quilombo Rio dos Macacos, do cineasta rio-contense Josias Pires.
Basta dizer ter sido Maria de Souza Oliveira, cozinheira e vendedora de alimentos, durante a construção da Base Naval de Aratu, na década de 1940, “promovida” a lavadeira e faxineira em 1970, quando foi construída a Vila Naval.
No processo movido para reintegração da posse, a Marinha do Brasil alegou tratarem-se as pretas e pretos de “invasores de seis meses”, como se fosse uma ocupação recente, o que não é o caso.
Além dos depoimentos da líder Maria, eternizados no acetato, ampliando o significado de fazer cinema, antropólogos coletaram narrativas de moradores do quilombo, confirmando aquilo já conhecido: a terra é mesmo da comunidade preta de fato e de direito.
“Essa gente vai em campanha eleitoral à favela da Maré e a outras pedir voto. Depois, diz que quem vai lá é amigo de bandido, como se todos os moradores fossem bandidos”
Flávio dino,ministro da Justiça e Segurança Pública, anunciando que vai processar Eduardo Bolsonaro, após o deputado afirmar que Dino e Lula teriam “envolvimento” com o tráfico de drogas no Rio
Posse no Gabiente Português
O professor e músico Daniel Bento é o novo presidente do Gabinete Português de Leitura, há 160 anos em atividade. A eleição foi realizada no dia de comemorações pelo especial aniversário, quando convidadas e convidados aprenderam sobre aspectos históricos dos arredores do gabinete, tomando como origem o período de ocupação portuguesa, em palestra do professor Rafael Dantas. O decano do gabinete, José Nunes da Silva, nascido em Lisboa há 93 anos, foi agraciado com uma placa comemorativa por sua presença no cotidiano soteropolitano desde 1957, fortalecendo o traço de união Brasil-Portugal.
POUCAS & BOAS
O grupo de mulheres escritoras da Academia Barreirense de Letras (ABL) realiza hoje, um encontro com três momentos em referência ao mês da mulher, com início às 16h, na sede da entidade, no Centro Histórico. A abertura terá uma homenagem às primeiras autoras que ingressaram na instituição. Em seguida tem a roda de conversa ‘A sensibilidade feminina na escrita regional’ que reúne a presidente da Academia Santa-ritense de Letras, Carla Lopes, a membro fundadora da ABL, Solange Cunha e a escritora Silvania Rosa. A mediação será da membro da ABL, Márcia Rasia. O encerramento terá um sarau de confraternização.
Em Alagoinhas acontece hoje mais uma edição da Feira de Troca de Livros, na Biblioteca Municipal Maria Feijó, das 9h às 18h. A realização é do Clube do Livro local, cujos componentes estarão recebendo os livros, que serão trocados por fichas, usadas pela pessoa para escolher as obras de seu interesse. Cada livro pode ser trocado por uma obra do mesmo estilo. Criado para democratizar o acesso aos livros e incentivar a leitura, o evento tem apoio da Secretaria municipal de Cultura, Esporte e Turismo.
Para refletir sobre o legado dos povos africanos no cotidiano da escola e na educação pública e infantil de Juazeiro, a equipe gestora da Escola Municipal Estação do Saber José Carlos Tanuri realizou ontem uma ação que faz parte do projeto ‘Viajando na Estação eu giro o mundo e construo saberes’, abordando o tema: ‘Heranças da África’. O projeto é coordenado pela Secretaria Municipal de Educação e Juventude e terá outros momentos durante o ano para ampliar o seu raio de ação.