COVID-19
Cresce número de crianças internadas no País e na Bahia casos aumentam
Doença atinge crianças de zero a 5 anos não vacinadas; os casos se agravam quando existem comorbidades
Por Stella Ribeiro*

O número de internações de crianças menores de 1 ano por Covid-19 aumentou sete vezes no Brasil, aponta levantamento feito pela Globo News a partir de boletins epidemiológicos do Ministério da Saúde. A Bahia, no entanto, não tem registrado esse acréscimo de internações que percorre o país, mas percebe um maior número de crianças internadas testando positivo para a Covid-19.
De acordo com Priscila Macedo, coordenadora do Centro de Operações de Emergência em Saúde (Coes), os índices de internações de crianças por Covid-19 estão estáveis no Estado, na casa de 50% nas enfermarias e 45% nas unidades de tratamento intensivo pediátricas. Porém, o que gera preocupação hoje é o aumento de testagens positivas para Covid em crianças, internadas sob suspeita da doença.
Segundo a coordenadora, até o mês de novembro, as taxas de ocupação de leitos estavam altas, mas a maioria das crianças internadas por suspeita de Covid, apresentavam resultados negativos. “A grande diferença que estamos vendo este mês é em relação ao número de crianças internadas que testam positivo. Hoje, a ocupação de leitos está baixa, entretanto, de 10 crianças internadas, todas estão positivadas para a Covid-19”, diz.
Dentro desse grupo, o perfil de pacientes que mais se destaca são de crianças de zero a cinco anos com comorbidades, como problemas respiratórios e cardiopatias. Segundo a coordenadora, essa é a faixa-etária mais atingida pela Covid, tendo o maior número de internações e de óbitos. Em 2022, foram registrados cerca de 34 óbitos de crianças por Covid-19, sendo 22 óbitos do público desta faixa-etária, representando 64,7% das mortes totais.
Falta de vacinação
“Em relação às crianças com comorbidades, a Covid tem a capacidade de piorar as doenças pré-existentes nelas. Ela acelera os processos de inflamação, principalmente, de doenças cardíacas e pulmonares, aumentando a mortalidade dessas crianças”, conta.
A principal causa, atribuída por Priscila, para esse aumento de casos positivos é a falta de vacinação. De acordo com a Central Integrada de Comando e Controle da Saúde, da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia, apenas 0,39% dos bebês de 6 meses a 2 anos foram vacinados, já na faixa etária de 3 a 4 anos, apenas 17,38% das crianças foram imunizados com a primeira dose e 7,49% com a segunda. Atrelado a isso, também se destaca a presença de variantes do vírus da Covid, que são mais transmissíveis.
Diante desse cenário, o pediatra Cefas Oliveira, da Sociedade Baiana de Pediatria, avalia que a vacinação se mostra a melhor ferramenta para reduzir casos positivos em crianças. “As vacinas aprovadas para uso no Brasil pela Anvisa são seguras e eficazes. Não há a menor possibilidade da criança adquirir Covid-19, pois são vacinas incapazes de se replicar no organismo. Também causam poucos efeitos colaterais”, afirma.
Além da vacinação, Oliveira afirma que é importante contatar um médico pediatra nos primeiros sinais gripais de qualquer criança, principalmente caso apresente febre alta, cansaço e desânimo. Ele ainda reforça que as medidas de prevenção, como lavagem de mãos e uso de máscara são essenciais.
Sob a supervisão da jornalista Hilcélia Falcão.
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