CULTURA
Angela Ro Ro lança disco com canções inéditas
Por Roberto Aguiar
"Sai da frente / eu não tenho freio!", diz um dos versos da música Parte com o Capeta, um autêntico baião que finaliza Selvagem, novo álbum da carioca Angela Ro Ro, lançado pela gravadora Biscoito Fino. Aos 67 anos, a cantora segue compondo letras ligadas à sua forte personalidade e transita por temas em discussões na atualidade: meio ambiente, violência contra a mulher e as diversas formas de amar. Das 11 faixas do disco, todas inéditas, sete são assinadas sozinha por Ro Ro, as demais em parceria com Ricardo Mac Cord.
"É um disco caseiro, gravamos na casa de Ricardo Mac Cord, meu parceiro há 30 anos. Peguei umas músicas guardadas em minha gaveta, criamos outras e pensamos os arranjos, não quis ficar esperando horário na gravadora, resolvi agilizar o produto. É uma experiência inédita, pela primeira vez usei programações eletrônicas. Segui uma tendência da atualidade. Caetano Veloso fez isso com Gal. Tudo foi feito com as santas mãozinhas no teclado. Isso não diminui a qualidade do trabalho", afirma Angela Angela Ro Ro, em entrevista ao A TARDE.
Podemos dizer que o disco é ousado, por ter sido produzido de maneira artesanal, com sonoridade moderna. E também por passear por uma variedade de ritmos musicais. Samba, baião, blues, balada e, claro, rock. E é com o som mais pesado que o disco começa, apresentando a faixa título e anunciando que a Angela Ro Ro dos anos 1980 segue firme, forte e indomável.
"Sou livre e não adianta/ tentar me cortar a garganta/ eu sou selvagem/ e me sobra coragem/ pra traçar minha própria viagem", anuncia os versos iniciais de Selvagem.
"Em todos os meus discos há sempre um espaço para outros ritmos além das baladas e do rock. Mas de fato, acho que esse é um dos mais diversos", explica. Sobre a construção do álbum, Ro Ro diz que "como qualquer trabalho que fazemos tem um pouco de nós. Mas não foi nada elaborado nesse sentido. Não é um álbum que fala apenas de mim".
"O que tem nele é a vontade de apresentar ao público um bom trabalho autoral, ótimas músicas com qualidade sonora. Dei pitacos nos arranjos. A turma da Biscoito Fino é muito gente boa, permitiu que eu interferisse no projeto gráfico. Participei do disco por completo. Assino a concepção e a produção musical. Estou muito feliz com esse trabalho", completa a cantora.
Polêmica
De maneira descontraída e rindo, Angela Ro Ro afirma: "sou linda, gostosa e polêmica". Mas a cantora não traça polêmicas sem sentidos. Na faixa Caminho do Bem defende o meio ambiente e questiona o sofrimento dos animais. Em De Todas as Cores defende as diversas formas de amar.
Já no samba Maria da Penha questiona a violência contra as mulheres. "Esse lance de violência não é legal, temos que acabar com isso. Uso um pouco de humor na música para tratar desse assunto, para não enlouquecer. A mulher cansa de ser agredida e denuncia o agressor", explica.
Selvagem traz as marcas da Angela Ro Ro dos anos 1980 e apresenta a Ro Ro do século XXI, com anos de experiência e estrada, com o seu inconfundível timbre rouco. O disco já está disponível em todas as plataformas digitais e nas lojas físicas. No último dia 30, ao lado do seu parceiro Ricardo Mac Cord, subiu ao palco do Teatro Rival, no Rio de Janeiro. Foi a dada a largada, a cantora pretende percorrer as principais cidades do país apresentando seu novo trabalho.
"Queremos levar esse trabalho para todo o Brasil. Temos a vantagem de que não precisamos de uma banda completa para nos acompanhar. É uma espécie de dupla, apenas eu e Mac Cord. O show, assim como o disco, é uma comemoração por nossa parceria e amizade. São 30 anos juntos", ressalta.
"Estamos esperando os contatos, viu. Dê esse aviso aos empresários, organizadores de shows. Estou louca para levar esse trabalho para Salvador, cidade que gosto bastante. Vamos rodar o Brasil", finaliza.
*Sob a supervisão do editor-coordenador Marcos Casé
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