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11/03/2023 às 5:45 - há XX semanas | Autor: João Paulo Barreto | Especial para A TARDE

MÚSICA

Após 30 anos, Skank encerra carreira com turnê que passa por Salvador

Banda mineira se apresenta neste sábado, às 20h, na Arena Fonte Nova

Samuel Rosa, Lelo Zaneti, Henrique Portugal e Haroldo Ferretti: uma digna trajetória que se encerra em 2023
Samuel Rosa, Lelo Zaneti, Henrique Portugal e Haroldo Ferretti: uma digna trajetória que se encerra em 2023 -

Acontece neste sábado, 11, a partir das 20h, na Fonte Nova, o último show da carreira do Skank em Salvador. A frase que compõe o lide desse texto pesou na hora da escrita. “Último-Show-da-Carreira-do-Skank-em-Salvador”. Ok, talvez para muitos leitores esse momento não chegue a causar tanto impacto. Afinal, possivelmente, não seja o "último show" dos mineiros por aqui. Parafraseando uma das melhores músicas de seu melhor disco, Cosmotron, de 2003, sempre "resta um pouco mais / navios colossais / que nunca deixaram o cais".

Sim, muitas vezes não significa que os fãs não vão mais poder assistir seus artistas preferidos se apresentando ao vivo novamente. Basta observar ocasiões especiais nas quais bandas como Los Hermanos tocam novamente para seus fãs fiéis ou a esperada reunião da formação original dos Titãs, que inicia esse ano uma turnê com quase todos os seus integrantes. Mas, após mais de 30 anos de carreira, o impacto de ver o encerramento oficial de uma das bandas que moldaram o pop-rock brasileiro nos anos 1990, efervescente década de Raimundos, Pato Fu, Chico Science & Nação Zumbi, Angra, Cascadura, Dead Fish, Planet Hemp, para citar só algumas, é grande.

"A decisão (de encerrar) foi tomada em 2019", relembra Henrique Portugal, dono dos teclados da banda, em entrevista exclusiva ao A TARDE. “Se imaginarmos que tenho mais tempo de vida com o Skank do que fora da banda, já é um sinal que foi um ciclo vitorioso", comemora o músico.

Sobre a possibilidade de novas reuniões comentada acima, o músico pontua a necessidade de caminhos independentes para ele e os amigos de banda. "Chegou a hora de cada um seguir o seu caminho e realizar projetos pessoais dentro ou fora da música que a agenda do Skank acabava impedindo. Mas a nossa música continua, só não faremos mais shows. Temos um baú de coisas que com certeza iremos lançar aos poucos. Mas ainda não tivemos tempo para pensar nestes próximos passos", explica o músico, criando expectativas positivas no fã colecionador.

Mudanças de mercado

Em um período atual no qual "ídolos" surgem a partir de reality shows e de programas de TV nos quais talentos são julgados por notas oriundas de avaliações duvidosas. Com um cenário midiático no qual a quantidade de seguidores em redes sociais e curtidas em canais do YouTube determinam se algo é ou não um sucesso. Dentro de uma fase de consumo frívolo como a atual, chegar a um momento no qual testemunhamos terminar, por escolha própria de seus integrantes, uma banda advinda de uma época na qual a busca pelo alcance midiático atravessava outras barreiras e exigia um pouco mais de dedicação para além de algoritmos cibernéticos, é algo que gera uma reflexão. E não é o saudosismo falando. Longe disso.

É uma constatação. Junto às bandas citadas acima e que acompanham o Skank no alicerce do cenário musical do pop-rock brasileiro dos anos 1990, a despedida dos mineiros como grupo musical se torna um momento marcante.

"Passamos por todas as alterações do mundo da música nos últimos trinta anos. Começamos no modelo físico, onde distribuímos 500 CDs independentes para formadores de opinião e jornalistas especializados, via carta registrada, pois ainda não existia SEDEX. Vimos a chegada da internet e fizemos a seleção das músicas do nosso álbum Ao vivo em Ouro Preto através do nosso site", relembra Henrique.

Três décadas

Surgindo na cena brasileira de modo oficial em 1992, com o lançamento do disco homônimo, no qual canções como In(Dig)Nação embalou o movimento dos caras pintadas contra o escroque Collor, o Skank se tornou um fenômeno de vendas em 1994, com o disco Calango. Com sucessos como Pacato Cidadão, Jackie Tequila, Te Ver e Esmola, o trabalho ultrapassou a marca de 1 milhão de discos. Calango prepararia o terreno para algo ainda mais impressionante, que foi o lançamento de O Samba Poconé, álbum de 1996 que teve mais de 1 milhão e 800 mil CDs vendidos.

Hits como Garota Nacional, É uma Partida de Futebol e Tão Seu alavancaram esse ápice.

A década de 1990 se encerraria com um dos melhores discos da banda, o Siderado. Lançado em 1998, o trabalho teve parte de sua produção realizada no lendário Abbey Road Studios, em Londres, e trazia canções como a afetuosa Resposta; a pegada reggae de volta às origens Romance Noir, além contagiante faixa título. Mas foi em 2003 que a banda trouxe seu canto dos cisnes batizado de Cosmotron.

Com faixas que traziam Chico Amaral, letrista parceiro de Samuel Rosa, em um inspirado momento de criação, o disco lançado há 20 anos revitalizaria a banda como um exemplo do poder da música pop. São músicas como As Noites e sua atmosfera lúdica e de revistar do tempo; Amores Imperfeitos e Resta um Pouco Mais, em suas análises de fim de relacionamentos sem nenhum traço de autopiedade ou mágoas; Formato Mínimo, composição de Samuel ao lado de Rodrigo Leão, a trazer aquela letra com personagens em descobertas de uma juventude que muita gente rememora. Além, claro, dos hits Vou Deixar e Dois Rios.

O Skank ainda lançaria mais três trabalhos de estúdio em 2006, 2008 e 2014, mas o impacto de Cosmotron viria a definir a banda em seu melhor momento após o furacão pop da década de 1990.

Fãs cúmplices

Voltando ao peso citado no começo desse texto, Henrique fala sobre essa ideia de ciclo que se encerra. "Acho que tudo na vida devemos pensar que tem um início e um final. O que está acontecendo agora , com a turnê de despedida, é encontrar, em todo Brasil, as pessoas que fizeram parte desta caminhada e, também, aquelas pessoas para quem a nossa música se tornou a trilha sonora de momentos especiais em suas vidas. É muito bom quando alguém nos conta alguma história relacionada às músicas do Skank", afirma Henrique.

Ao comentar com Henrique a história de que conheceu o Skank ainda criança, apresentado por turistas mineiros através de uma fita K7 em um período de férias escolares no litoral sul da Bahia no distante verão de 1993, este repórter de A TARDE escuta do músico um relato sobre como enxerga os fãs fieis daquele começo de estrada. "Adorei o seu relato a respeito de como você conheceu o Skank. Tivemos o carinho e apoio na divulgação de muitos conterrâneos que levaram uma fita K7 ou o nosso CD independente para a praia. Por conta disso, falamos que não temos fãs, mas, sim, cúmplices do início da nossa carreira", pontua.

Sobre a apresentação em Salvador, o músico garante uma noite repleta de hits: “Este é um show para o público. Não estamos lançando nada, apenas agradecendo o carinho que sempre tivemos andando por este Brasil, principalmente em Salvador, onde fomos gravados por vários artistas e temos muitos amigos. Hora de cantar nossas músicas conhecidas e se emocionar. Depois de tanto tempo, construímos uma história muito bonita e que temos muito orgulho. A turnê de despedida é exatamente para encontrar todo mundo que de certa forma nos ajudou nesta caminhada”.

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