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CULTURA

Axé Music completa três décadas

Por Verena Paranhos

08/01/2015 - 8:21 h
Luiz Caldas e Sarajane
Luiz Caldas e Sarajane -

O ano de 1985 é considerado um marco na música de Carnaval da Bahia. O sucesso de Luiz Caldas com Fricote nas rádios e na avenida detonou um caldeirão de influências que vinha sendo preparado desde os primeiros anos da década de 1980.

"Antes disso, a música carnavalesca era instrumental, inspirada no frevo, uma cultura pernambucana. Eu consegui dar uma cara de música baiana, criada por nós", afirma Caldas, no ano em que comemora os 30 anos do hit que chamou a atenção do País para o Carnaval baiano.

A mistura da percussão dos blocos afro e de elementos da música latina envolveu músicos em um movimento que ficou conhecido como axé music.

"Todo esse caldeirão desaguou, indiscutivelmente, no nosso primeiro pop star, que foi Luiz. Mas, antes disso, várias outras músicas vinham fazendo sucesso. Até hoje eu reluto em colocar o rótulo de axé music como estilo. O que nos unia era o fato de sair nos trios elétricos no carnaval, mas cada um imprimia seu estilo", diz o cantor Ricardo Chaves, cujo primeiro sucesso, Taba, era um ijexá.

Jonga Cunha, produtor musical e um dos criadores do bloco Eva, vê o axé como uma revolução de comportamento. "É um guarda-chuva de todos os ritmos que já estavam aqui, é um pop baiano percussivo. O movimento mudou a Bahia e até o orgulho do baiano".

A opinião é compartilhada por Cristóvão Rodrigues, radialista que produziu discos de grupos na época e viu de perto o axé conquistar as rádios. "As músicas denominadas de axé são bem diferentes umas das outras".

Para ele, quem fala em crise do axé no Carnaval diante de ritmos como arrocha e sertanejo nunca entendeu o fenômeno que engloba a música tocada na Bahia durante a folia de Momo.

"Não mudou nada. As pessoas que acham que mudou é que são desatentas e não percebem que essa é uma característica do baiano. Axé é tudo, o baiano vem e transforma. O que encorpa o axé e o torna mais forte é a mistura com os tambores africanos".

Laurinha Arantes, primeira mulher a puxar um bloco no Carnaval de Salvador, em 1982, confirma o que se fazia no início dos anos 1980. "Nós pegávamos o pop e o rock brasileiro e transformávamos em galope, em frevo. Em 1985, as misturas ficaram mais fortes, com o galope, o ijexá, o samba-reggae, a música do Caribe. Aconteceu isso e Luiz Caldas detonou tudo".

Das antigas

O "axé das antigas", como muitos jovens se referem hoje, ia além de Luiz Caldas e tinha como expoentes Sarajane, Geronimo e bandas como Chiclete com Banana, Mel, Reflexus, Asa de Águia e Novos Bárbaros.

"O âmago de toda música do axé está nas raízes africanas", sintetiza Geronimo, que emplacou É d'Oxum paralelamente a Fricote. Dois anos mais nova é Merengue Deboche, sucesso na voz de Sarajane.

"Eu me espelhei nos blocos afro. Já estava tudo aí nos ensaios nos guetos. As pessoas iam para os ensaios e depois faziam as danças na rua. A gente só fez colocar umas células latinas nisso", defende Sarajane, que subiu ao trio pela primeira vez aos 13 anos.

Para Carlinhos Brown, que acompanhava Luiz Caldas na banda Acordes Verdes e foi percussionista no primeiro disco de Geronimo, o Fricote roubou a cena do deboche.
"Era o ritmo mais adequado à dança que o público já fazia nas ruas", defende o músico, que recupera os ícones do movimento em Por Causa de Você, homenagem aos 30 anos do axé.

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