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07/05/2023 às 7:20 | Autor: Rafael Carvalho Especial para A Tarde

CULTURA

Bahia Filmes quer sair do papel

Há muito tempo que se desejava fazer na Bahia uma empresa pública de cinema, a fim de servir como reguladora

Atualmente, este sonho está mais perto de ser realizado
Atualmente, este sonho está mais perto de ser realizado -

Há muito tempo que se desejava fazer na Bahia uma empresa pública de cinema, a fim de servir como reguladora e fomentadora das atividades do audiovisual nas suas diversas vertentes e etapas (produção, exibição, distribuição, conservação, formação), além de gerir recursos financeiros para fazer funcionar a cadeia audiovisual local. Atualmente, este sonho está mais perto de ser realizado.

No último dia 2 de maio, na Assembleia Legislativa da Bahia, em sessão presidida pela deputada estadual Olívia Santana e na presença do secretário de cultura do Estado, Bruno Monteiro, a classe artística do audiovisual entregou aos representantes legais um projeto consistente de criação da Empresa Pública de Audiovisual da Bahia – que já vem sendo chamada de Bahia Filmes.

“Uma empresa pública traria confiança e certa estabilidade para o setor e para que a gente consiga captar uma quantidade muito grande de dinheiro, que vem do governo federal, mas que só pode ser captado através de entes públicos”, declarou o produtor e cineasta Cláudio Marques, ele que esteve à frente do grupo de trabalho formado para levar adiante a criação do projeto da empresa.

“Essa empresa pública vai administrar uma verba. E quando a gente fala em administrar, pensamos na aplicação em toda a cadeia do setor audiovisual, passando pela formação de público, pela memória, até a exibição e comercialização das obras audiovisuais”, complementou. Ele destacou ainda a necessidade de descentralização da produção, visibilizando o interior do Estado e também atentando para as demandas raciais e de gênero em termos de diversidade em muitos aspectos.

Setor engajado

Desde que a criação de uma empresa pública como essa entrou no plano de governo da atual gestão do Estado, o setor audiovisual se mobilizou para a formatação de um projeto que contou com o apoio e o envolvimento de diversos agentes internos, desde os realizadores e as empresas produtoras, mas também as associações de classe da Bahia.

A Associação dxs Profissionais do Audiovisual Negro (APAN), na Bahia, é um desses grupos que apóia a criação da empresa, na medida em que ela moderniza a administração pública na captação e distribuição de recursos públicos e privados para o desenvolvimento do audiovisual local.

“A APAN endossa que o caráter público da empresa se efetiva com a participação de entidades do audiovisual no conselho diretivo, entre as quais a APAN; isso ajuda a garantir a aplicação de ações afirmativas na gestão profissional e nas políticas finalísticas”, afirmou Pedro Caribé, membro e representante local da associação.

Já o presidente da Associação de Games e Animação (Gama), Leo Mantra, pontuou o potencial de internacionalização que as animações e os games já possuem no mercado global de consumo.

“Aqui na Bahia, essa produção precisa se estruturar para que entre com mais pujança na cadeia mundial. Ter uma empresa pública pode trazer um investimento mais estruturado e perene para o setor, planejado ao longo do ano, pensando tanto o audiovisual de modo geral, mas também cada uma de suas linguagens de forma mais específica. Isso porque as animações e os games demandam uma infraestrutura e um parque tecnológico muito particular”, disse Mantra.

Demanda antiga

A ideia da criação de uma empresa pública como a que se apresenta agora é bem mais antiga. Há 10 anos, a Associação de Produtores e Cineastas da Bahia (APC-Bahia) moldou um projeto que tinha como base a SPCine e a Rio Filmes (sediadas, respectivamente, em São Paulo e no Rio de Janeiro).

“Nessa época, em 2014, foi feito um projeto detalhado, com todo o apoio e a tecnologia do próprio governo do Estado. Foi encaminhado à governadoria, mas não avançou e acabou caindo no vazio”, relembrou José Araripe Jr., cineasta, roteirista e diretor da APC-Bahia.

Com a recente promessa do governo estadual de levar adiante a criação da Bahia Filmes, a classe audiovisual local se mobilizou para tomar à frente e desenvolver um projeto mais robusto e estruturado dessa empresa pública.

“Nós entendemos que era o momento de formar um grupo de trabalho com algumas pessoas e convidamos umas 20 produtoras que toparam se unir a nós. Fizemos muitos encontros com o setor, sempre convidando as entidades locais e associações para a interlocução. Nos sentimos respaldados pela classe, entendendo que o setor apóia a criação da entidade e levamos adiante o trabalho”, afirmou Marques.

A produção do projeto técnico da criação da empresa pública – projeto esse que foi entregue à Secretaria de Cultura do Estado na última audiência pública – ficou sob coordenação de Paulo Alcoforado, dada a sua larga experiência dentro da Agência Nacional de Cinema (Ancine), em grande medida ligada à dimensão econômica da cultura.

“Para construir esse projeto, primeiro foi preciso conhecer o arcabouço legal e infralegal do Estado, com seu conjunto de leis e normas que é mais amplo do que a cultura. Posteriormente, fizemos muitas análises através dos sistemas de informação e dos indicadores culturais da Bahia, além de várias reuniões para consulta técnica junto ao governo e de uma série de instituições e secretarias do Estado”, pontuou Alcoforado, que contou com a parceria de Gabriel Pires e Renato Neri no desenvolvimento do projeto, além do apoio da classe audiovisual baiana como um todo.

Economia criativa

Apesar de o modelo usado ser o das empresas públicas do Rio e de São Paulo, foi preciso entender que as demandas locais, inclusive em termos jurídicos, legais e estruturais, eram mais específicas. Isso explica a articulação que foi preciso ser feita com as várias instituições e entidades públicas baianas a fim de se chegar ao formato final do projeto. Este ainda pode ser modificado em certos detalhes, mas já possui uma estrutura sólida.

Além disso, o intuito era apontar a relevância econômica que o audiovisual tem para o Estado. “Conseguimos mostrar que o nosso setor representa uma atividade econômica relevante socialmente. Cria postos de trabalho, impacta economicamente outros segmentos do mercado de forma positiva. Não se trata apenas dar dinheiro para cineasta fazer filme, é muito mais do que isso”, observou Alcoforado.

Agora, o projeto precisa ser aprovado pelo governo do Estado. Para isso, a classe do audiovisual baiana promete continuar unida para pressionar sobre o andamento do empreendimento que precisa sair do papel.

“Nós estamos com a faca e o queijo na mão. Temos os melhores cenários, uma base artística e musical evoluidíssima, atores super famosos, grandes escritores e diretores. As pessoas precisam acreditar que o audiovisual gera renda e que a arte local é rentável, além de nos representar culturalmente”, pontuou Araripe, da APC-Bahia.

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