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CULTURA

Belô Velloso homenageia Caetano em show no Rio Vermelho

Apresentação faz parte da programação de aniversário de 17 anos da Casa da Mãe

Por Eugênio Afonso

02/06/2023 - 5:00 h
Clássico do cancioneiro do autor ‘Reconvexo’ serão revisitados pela cantora
Clássico do cancioneiro do autor ‘Reconvexo’ serão revisitados pela cantora -

Portadora de um dos sobrenomes mais nobres da história da música popular brasileira, Belô Velloso, 51, canta, hoje, às 21h, na Casa da Mãe (Rio Vermelho). O show se chama Belô Odara e é uma homenagem aos 80 anos - completados o ano passado - do tio Caetano Veloso.

Belô conta que este show foi montado por ela em 2022. “O propósito é dar um presente pra ele, pra mim e pra todo mundo envolvido. Quero trazer arranjos novos e frescos para standards de sua obra, e um novo sotaque, a minha personalidade para essas canções que já são clássicos da MPB”, detalha a sobrinha de Bethânia.

No repertório, inúmeras canções famosas do compositor de Leãozinho, como Sampa, Força Estranha, Cajuína, Você é linda e Odara. “É difícil escolher dentro do catálogo de Caetano canções pra um só trabalho, dada a vastidão da sua obra. Então, fui peneirando canções que gravei, canções com as quais me identifico, canções que acredito ser importante serem revisitadas e algumas que são hinos, como Sampa”, explica Belô.

“Este show é uma forma de rever a obra de Caetano. É o meu olhar mais maduro para o trabalho dele. Ele traz uma gama de canções bem variada. Cantar Caetano é um pouco estar em casa e também sair de casa para ver da janela. Não estou cantando apenas meu tio amado, mas meu compositor favorito”, celebra a cantora.

Revisitando Caê

O show, que faz parte da programação de aniversário da Casa da Mãe (17 anos), leva o mesmo nome do EP lançado pela cantora santamarense – agora em abril pela Biscoito Fino –, gravado na Bahia, e já disponível nas melhores plataformas virtuais de música.

Nele, Belô traz novas versões para Sampa, Você é linda, Cajuína e Odara. As quatro canções foram revisitadas e ganharam novos arranjos que, segundo a própria artista, namoram com o reggae, o afrobeat e a sofrência.

“A escolha das músicas foi feita em função da história a contar, dos arranjos mais modernos e arrojados, além da linguagem e texturas musicais. Uma vontade que a MPB esteja viva para as novas gerações. A ideia é chegar em outros públicos, para além dos fãs de Caetano e daquelas pessoas que admiram meu trabalho”, explicita Velloso.

Com quase 30 anos de lida na vida artística e oito discos lançados, Belô conta que vive uma nova fase na carreira e quer agora reverenciar, ainda com mais ênfase, a linhagem da família. “A gente está num momento muito importante de reafirmar a nossa ancestralidade e eu acho que isso começa em casa”, pontua.

E Bethânia também vai ganhar celebração? “Claro, por que não? Cantar Caetano também é homenagear Bethânia, Os Doces Bárbaros, sobretudo Gal e essa dor dela não estar mais aqui. Não há empecilho para homenagear Bethânia. Acho que as homenagens conversam e se completam”, sintetiza Belô.

Sonho realizado

E exatamente no último dia 31 de maio, ou seja, mês passado, a Casa da Mãe completou 17 anos de atividades na noite baiana. Durante este período, ela presenteou o público com shows de diversos artistas consagrados, ou não, tornando a boemia do Rio Vermelho ainda mais musical. Agora é a vez de Belô Velloso, amiga e parceira da chef de cozinha e cantora Stella Maris – criadora do espaço - se apresentar por lá.

“Esta é a primeira vez que Belô canta na Casa da Mãe. A conheço há muito tempo, somos ambas de Santo Amaro. A gente começou praticamente juntas. É uma história longa de amizade e parceria. O show é um presente para a casa e eu só posso celebrar”, comenta Stella.

De acordo com a chef, a casa foi pensada, inicialmente, como um espaço para que ela pudesse se apresentar e cantar suas músicas da forma como desejava. Acontece que, com o tempo, o lugar foi tomando maiores proporções e hoje é palco disputado por muitos artistas.

“O propósito era ter um local onde a gente pudesse experimentar. Me deixa muito feliz saber que este propósito está sendo alcançado. É um sonho realizado”, conclui a também empresária.

Foram mais de cinco mil shows nestas quase duas décadas de estrada. Por lá passaram, dentre outros, Elisa Lucinda, Sandra de Sá, Seu Jorge, Armandinho, Jota Veloso, Jussara Silveira, Claudia Cunha, Roberto Mendes, Roque Ferreira, Manu Chao, Yamandu Costa, Mãeana e Bem Gil.

E para prosseguir nas comemorações, hoje à noite, a filha da escritora Mabel Veloso - irmã de Caetano e Bethânia - vai apresentar Belô Odara na companhia do baixo e das programações de Tito Oxossi - também responsável pela produção musical e arranjos do show – e do violão de Beto Márcio.

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Belô velloso caetano veloso Cultura

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