Menu
Pesquisa
Pesquisa
Busca interna do iBahia
HOME > CULTURA
Ouvir Compartilhar no Whatsapp Compartilhar no Facebook Compartilhar no X Compartilhar no Email

CULTURA

Biografia traz à tona novas informações sobre o ex-beatle John Lennon

Por Lucas Cunha | A TARDE On Line

29/03/2009 - 18:38 h

O que ainda resta saber sobre John Lennon? Óbvio que, como mais instigante membro dos Beatles, maior fenômeno da cultura pop do século passado (a ponto de ganhar um curso acadêmico no Reino Unido), produtos sobre sua vida e de seus companheiros certamente têm público garantido entre seus fãs.

Mas a biografia John Lennon – A vida, do jornalista inglês Philip Norman, lançada no final do ano passado na Inglaterra e que acaba de chegar às lojas brasileiras pela Companhia das Letras, não se trata de um livro oportunista sobre o mito Lennon, mas, sim, um novo e revelador olhar sobre o homem John Winston Lennon, nascido em 9 de outubro de 1940, em meio a um bombardeio aéreo sobre Liverpool, e assassinado em Nova Iorque em 8 de dezembro de 1980, pelo “fã” Mark David Chapman.

Apesar de parecer desafiador para os não-fãs encarar uma biografia de 837 páginas, o livro surpreende pela sua leitura rápida, especialmente se encarado em partes através dos capítulos divididos pelo autor.

Além disso, o início – mais rica parte da publicação – faz uma detalhada investigação do contexto social e familiar que Lennon foi gerado e criado, desde seus mais diretos antepassados, como seu avô paterno que também se chamava John e fez sua carreira artística no final do século 19 tocando música tipicamente norte-americana tão bem ou melhor do que nativos.

Norman, que tem como credencial a elogiada biografia sobre os Beatles Shout – The Beatles in their generation, lançada em 1981, apresenta o futuro autoproclamado "herói da classe operária" como alguém criado em meio essencialmente feminino e burguês, responsabilidade da sua tia Mary, conhecida na família como Mimi.

Julia – Sua mãe Julia Winston, que ganhou uma canção homônima como última faixa do Álbum Branco dos Beatles (1968), é retratada como uma mulher que teve uma vida complicada no terreno amoroso, profissional e pessoal, tendo que entregar seu primeiro filho John para a irmã, a fim de recomeçar sua vida ao lado de um novo marido.

Com Alfred Lennon, Julia concebeu John, sem grande consentimento de sua família, que não via inicialmente em Alf, um marinheiro de baixo escalão, um grande futuro para Julia. Como viajava muito por causa de seu trabalho, em um desses longos afastamentos de casa Alf descobriu, ao retornar para Liverpool, que Julia estava grávida de outro homem (a garota nascida desse adultério foi adotada por um casal norueguês). Este foi o começo da derrocada do seu casamento, mesmo após tentativas de Alf em manter o relacionamento.

Em suas futuras entrevistas, John Lennon sempre demonstrou um desprezo pelo pai, achando que o mesmo tinha lhe largado quando criança, o que, segundo a biografia de Norman, não é totalmente verdade.
Alf tinha planos de levar o garoto para a Nova Zelândia e começar uma nova vida por lá, chegando a sequestrar John com este intuito. Julia, após descobrir o plano, até chegou a pensar na possibilidade de liberar o pequeno John, mas acabou desistindo no momento derradeiro, o que, aliado a alguns deslizes profissionais de Alf (ele foi preso durante uma de suas viagens), fez com que os familiares de Julia ameaçassem contar ao garoto que seu pai era um presidiário, caso voltasse a se aproximar.

Julia, que casou novamente e teve dois filhos, acabou deixando John aos cuidados da irmã mais velha Mimi, uma enfermeira bem casada que não teve filhos. Foi na casa de Mimi que John encontrou o abrigo definitivo de sua infância/adolescência, mesmo sem deixar de ter um contato frequente com sua mãe.

Sexualidade – Quando a biografia de Norman foi publicada, os pontos mais explorados pela imprensa sensacionalista inglesa eram aqueles que envolviam a sexualidade de Lennon. Um deles era o desejo de Lennon por sua mãe, disparado quando, aos 15 anos, tocou acidentalmente um dos seios de sua mãe: "Eu fico imaginando se eu tivesse feito algo. Eu sempre penso que devia ter continuado aquilo. Possivelmente ela teria permitido", disse Lennon, em uma entrevista.

Esse "complexo de Édipo" do cantor, aliado a vários outros complexos de sua infância, fez com que sua segunda mulher, e principal companheira, Yoko Ono, levasse o cantor para a terapia. O resultado pode ser escutado logo nos primeiros versos de Mother, primeira música de John Lennon / Plastic Ono Band, principal álbum de sua carreira solo, lançado em 1970.

Ouvir Lennon cantar “Mãe, você me teve, mas eu nunca tive você/ Mãe, eu quis você, mas você não me quis", versos a priori muito simples, ganham outra complexidade nessa relação que misturava amor, admiração, desejo e remorsos mútuos.

Outro assunto abordado da sexualidade de Lennon era seu suposto interesse pelo companheiro de banda, Paul McCartney. Norman insinua que Lennon, na verdade, era um "boêmio que devia experimentar de tudo", e conclui que Lennon foi "desanimado pela firme heterossexualidade de Paul".

Um extra de A vida... é uma entrevista com Sean Lennon, segundo filho de John, único do casamento com Yoko (o outro é Julian, do convívio com Cynthia).

| Serviço |

Biografia: John Lennon – A vida
Autor: Philip Norman
Editora: Companhia das Letras
Preço: R$ 69
Site: www.companhiadasletras.com.br

Compartilhe essa notícia com seus amigos

Compartilhar no Email Compartilhar no X Compartilhar no Facebook Compartilhar no Whatsapp

Siga nossas redes

Siga nossas redes

Publicações Relacionadas

A tarde play
Play

Lobão 'incendeia' a Concha com Rock em estado bruto e celebra 50 anos de carreira

Play

VÍDEO: Fernanda Torres chega ao tapete vermelho do Globo de Ouro

Play

Web resgata Claudia Leitte trocando hit de Saulo: "Canto pra Javé"

Play

Tony Salles confirma primeiro ensaio de verão; saiba detalhes

x