Bruno Senna sobe hoje na passarela da Cavalera

Bruno Senna, de 22 anos, é um piloto reservado. Sobrinho de Ayrton Senna, prefere a tranqüilidade do anonimato aos holofotes que acompanhavam o tio famoso. ?Não sou muito amigo das câmeras?, admite. Ele vai abrir uma exceção para a Cavalera masculina e participar do desfile da grife hoje no Autódromo de Interlagos. Será por um bom motivo: a Cavalera é um de seus patrocinadores. É que desde 2005 ele corre pela equipe Räikkönen Robertson Racing, na Fórmula 3.

Bruno mora na Inglaterra, está no meio da temporada e vem ao Brasil só para essa participação. Sua próxima prova será na Bélgica. ?Não sei exatamente como será este desfile?, disse. Tampouco sabe se a escolha do autódromo está relacionada a ele. Mas gosta da idéia. Lembra que foi até lá algumas poucas vezes: em uma delas, ainda criança, foi assistir à performance do tio; em outra, no começo do ano, quando veio ao Brasil.

Mas os que já se adiantam em afirmar que esta é a estréia do moço como modelo, o jovem piloto avisa que não tem nada disso. Nem ligado em moda ele é. ?Entro em loja para acompanhar minha irmã ou minha mãe. Compro roupas para mim uma vez a cada dois anos?, contou. ?Sempre fui desleixado em casa, mas estou aprendendo a me vestir melhor quando estou em público. Para mim, o básico é o ideal: jeans e camiseta.?

Bruno não conseguiu passar ileso pela influência de Ayrton Senna. Foi contaminado pela paixão do tio pelas pistas. Ele chegou a correr de kart dos 5 aos 10 anos. Quando o tio morreu, parou de correr e só retornou aos 20 anos.

Segundo ele conta, a decisão de voltar às pistas foi difícil para a família, por causa da perda de Ayrton. ?No começo, foi complicado. Meus pais e avós acharam coisa de moleque, mas no fim perceberam que eu estava levando aquilo a sério, que era o que eu sempre quis fazer.?

Em 2004, Bruno estreou no automobilismo na Fórmula BMW, na Inglaterra, disputando três etapas. Teve, então, certeza de que tinha talento para a coisa. Migrou para a Fórmula 3 inglesa em 2005, foi colecionando pódios e se mantém na mesma equipe pelo segundo ano consecutivo.