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MATINÊS CINECLUBISTAS

Cineclube Glauber Rocha promete sessões de filmes clássicos

As apresentações serão com preços populares

Por Rafael Carvalho Especial para A Tarde

06/05/2023 - 6:15 h | Atualizada em 08/05/2023 - 13:13
Alphaville (1965), de Godard, abre 
o Cineclube
Alphaville (1965), de Godard, abre o Cineclube -

Reunir pessoas para assistir a filmes, discuti-los, trocar informações e opiniões, visitá-los como forma de redescoberta ou os conhecendo pela primeira, aumentando assim o repertório de clássicos do cinema. Essas sempre foram marcas da prática cineclubista que surgiu desde que o cinema deixou de ser um mero entretenimento no início do século passado.

Os cineclubes permanecem até hoje como espaços de trocas culturais, atraindo cada vez mais pessoas para as salas de cinema a fim de acessar uma programação diferente daquela do circuito comercial. Esse é o intuito do Cineclube Glauber Rocha que retomará suas atividades a partir do próximo domingo, com programação semanal.

“Sempre existiu um desejo de retomar essa proposta de ver ou rever obras de autores que marcaram a História do Cinema. E fazer isso de forma mais estendida ao longo do ano é a maneira mais eficaz de trabalhar a formação do público”, afirma Marília Hughes, uma das idealizadoras e curadoras do projeto, ao lado de Cláudio Marques e Adolfo Gomes.

As exibições acontecerão semanalmente no Cine Metha Glauber Rocha, às 10h, e terão ingressos populares ao valor único de R$ 5. Tais sessões seguem o fluxo das matinês que o cinema já vem realizando há algum tempo com a sua programação comercial e que tem gerado uma ótima procura por parte do público.

Neste domingo, o cineclube inaugura sua nova temporada com a exibição de Alphaville (1965), do cineasta franco-suíço Jean-Luc Godard. Nome importante da Nouvelle Vague Francesa, que revolucionou o cinema mundial ao subverter a regras da gramática cinematográfica, influenciando gerações de jovens cineastas ao redor do mundo – incluindo o Brasil, via nomes do Cinema Novo –, Godard ganha merecida homenagem no cineclube depois de sua morte em setembro do ano passado.

No entanto, o curador e também crítico de cinema, Adolfo Gomes, pontua que a presença do cineasta é mais do que uma lembrança por sua passagem: “No caso de Godard, transcende a homenagem. A obra dele é a própria história do cinema, em crítica, arqueologia, invenção e pensamento. E, como tal, é uma espécie de cartografia das imagens ou, antes, uma bússola, inclusive para o Cineclube: vamos ter, nos primeiros meses de programação, sempre um filme de Godard abrindo os nossos caminhos pelo oceano do audiovisual”.

Pelo menos mais outros dois filmes do diretor estão confirmados na programação do projeto: O Desprezo (1963) e A Chinesa (1967), além de outros filmes cujas cópias restauradas já se encontram no Brasil.

Dentro de sua programação, o cineclube reservou espaço cativo para rememorar o cinema baiano. “A gente queria promover uma espaço de encontro geracional. Recuperar certa produção que marcou o início dos anos 2000 com a Retomada do cinema brasileiro e criar pontes com um novo público, também a partir da renovação dos realizadores locais, dando visibilidade a esse fazer na Bahia”, observa Hughes.

O primeiro desses filmes é 3 Histórias da Bahia, longa em episódios dirigidos pelos cineastas Sérgio Machado, Edyala Iglesias e Jose Araripe Jr. O filme, lançado em 2001, marca a contribuição baiana no processo de retomada do cinema nacional daquele início de século.

“3 Histórias da Bahia só existe no formato 35mm, então para vê-lo e descobri-lo só resta um lugar em Salvador: o Cine Metha Glauber Rocha, que mantém ativo um projetor para este formato”, pontua Gomes. Outros filmes baianos que já constam na programação, por enquanto, são os longas-metragens Esses Moços (2004), de José Araripe Jr., e Pau Brasil (2009), de Paulo Bélens.

E Gomes ainda observa o comprometimento dos realizadores locais em prol do projeto. “A Sylvia Abreu, da Truq, que produziu a maioria dos filmes baianos que vamos exibir nessa retomada do Cineclube, trouxe as pesadas cópias em 35mm, latas e latas dos filmes, em seu próprio carro, e deixou no cinema para a revisão e posterior exibição. Tal gesto demonstra a importância que todos do segmento creditam a uma iniciativa como a do Cineclube”, conta o curador.

O escuro do cinema

Outro aspecto importante apontado por Hughes é a valorização do próprio ambiente do cinema enquanto espaço cultural: “A gente vem de uma pandemia em que as salas de cinema sofreram muito com a ausência de público. A gente pode acessar vários clássicos na internet e no streaming, mas a experiência coletiva de ver os filmes na sala é outra”.

“Há um aspecto social relevante da sala ao promover encontros e trocas porque o cineclube pressupõe também uma conversa sobre os filmes. A gente vai poder falar sobre as obras e seus realizadores, estabelecer um espaço de diálogo. E, claro, ver os filmes em ótimas condições de som e imagem”, complementa Hughes.

Dentro da programação já confirmada, haverá ainda a exibição de Mamãe Faz 100 Anos (1979), de Carlos Saura, importante diretor espanhol que morreu este ano; Cleo das 5 às 7 (1962), clássico do cinema feminista de Agnès Varda; e Viridiana (1961), do mestre Luis Buñuel.

O Cineclube Glauber Rocha, como espaço de descoberta, também reserva filmes de cineastas menos conhecidos do grande público, caso do curta A Plataforma e do média-metragem Carta da Sibéria, ambos do realizador francês Chris Marker. E ainda a obra-prima O Espírito da Colmeia, do espanhol Victor Erice.

O cineclube não possui ainda patrocínio oficial, mas conta com o apoio de organismos culturais como a Cinemateca da Embaixada da França no Rio de Janeiro e o Instituto Cervantes.

Cineclube Glauber Rocha apresenta Alphaville (1965), de Jean-Luc Godard / Cine Metha - Glauber Rocha / Amanhã, 10h / R$ 5.

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