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Espetáculo ‘Quebraço’ sobre vida pós-pandemia estreia nesta sexta

Quebraço tem direção dos professores e coreógrafos Lucas Valentim e Thulio Guzman

Publicado quinta-feira, 18 de maio de 2023 às 10:00 h | Autor: Tamires Silva*
Espetáculo trata das contradições que nos habitam e das batalhas diárias
Espetáculo trata das contradições que nos habitam e das batalhas diárias -

Primeira montagem presencial do Grupo de Dança Contemporânea (GDC) da Ufba após o período pandêmico da Covid-19, Quebraço, terá estreia nesta sexta-feira, 19, no Teatro do Goethe-Institut, com novas apresentações sábado e dias 26 e 27, sempre no Goethe. 

Quebraço tem direção dos professores e coreógrafos Lucas Valentim e Thulio Guzman, e trata das contradições que nos habitam, dos acordos, das batalhas diárias, do pós-apocalipse, do amor, do desejo e da criação de outras formas de ser. O espetáculo fala sobre o pós pandemia e a possibilidade de reencontrar as pessoas, após um momento de isolamento social, após um momento de distopia. Um incentivo às pessoas voltarem a pensar como seria reconstruir novos modos de ser, a partir dos novos encontros e das novas possibilidades de relação.

“O espetáculo surgiu a partir de um processo de criação coletiva, junto aos intérpretes criadores. Iniciamos respondendo a pergunta ‘como acordar novos dias?’, e a partir disso fomos desenvolvendo ações e movimentos que nos permitiram pensar nessas contradições, novos acordos, nesse seguir após um apocalipse pandêmico”, define o coreógrafo Lucas Valentim.

“Muitas coisas que estão no espetáculo são trazidas a partir de nossas vivências enquanto artistas, estudantes, professores e também pessoas em vulnerabilidade, pessoas pretas, bichas, lésbicas, LGBTQIPA+. A gente aborda um pouco dessa possibilidade de retomar o mundo de uma forma diferente”, acrescenta Thulio Guzman.

Tanto Lucas quanto Thulio afirmam que o espetáculo foi pensado em volta do desejo de quebrar expectativas, construir temas e questões e formas de pensar a dança que quebrem a expectativa do que seriam esses os acordos já pré estabelecidos sobre o que é dança, sobre o que é coreografia, sobre o que é tema, sobre o que é um espetáculo dentro de um teatro.

“A nossa expectativa é que o público reflita um pouco sobre como a gente ainda vem se prendendo em certos modelos, certos estereótipos, padrões e como a gente quebra com essas expectativas a partir da observação de um trabalho artístico”, afirma Lucas.

“A dança contemporânea, quando ela é entendida como um estilo, ela não tem nada de único e inovador. Ela, na verdade, acompanha as transformações da dança e as reflexões que a complexificam e a trazem com assuntos e questões que abordam as vivências, também. A dança contemporânea vem para instaurar paradigmas, para poder questionar, realizar perguntas, mais do que respostas”, observa.

A dança contemporânea é um tipo de dança que não é restrito pelos limites de um conjunto de técnicas, abrangendo uma variedade de gêneros, ritmos, formas e performances.

Desenvolvida em meados do século vinte, tornou-se muito popular nos anos 80, devido à fama de não se prender a padrões estéticos clássicos.

O processo criativo é guiado primordialmente pela ideia do que se quer ver transmitido na coreografia. Assim, o estilo propõe inovações e experimentações coreográficas, que muitas vezes acaba misturando técnicas de danças clássicas e contemporâneas, como o ballet, jazz e o hip hop. 

O GDC - Ufba

Criado em 1965, o Grupo de Dança Contemporânea da Ufba busca a potencialização dos estudantes da Escola de Dança, pretendendo com isso, oportunizar a vivência do trabalho artístico, com o desenvolvimento de novas vertentes e estilos, e a valorização dos caminhos traçados por grandes profissionais da área.

O GDC/Ufba foi o primeiro grupo de dança de universidade no País. A semente surgiu durante a fundação da Escola de Dança da Ufba, em 1956, com a dançarina e coreógrafa Yanka Rudzka (1916-2008), que dirigiu, entre os anos de 1957 e 1959, o Conjunto de Dança Contemporânea. 

Em toda a trajetória de criação, o Grupo de Dança Contemporânea se destacou pela busca de uma expressão artística que fizesse sentido e aprofundasse a consciência do dançarino.

“O Grupo de Dança Contemporânea da Ufba é entendido como um laboratório artístico pedagógico instaurado dentro da Escola de Dança da Ufba, com a possibilidade que os estudantes da graduação possam experimentar um campo de profissionalização, antes até de entrarem de fato no contexto do mercado e no contexto profissional da dança”, descreve Thulio.

“Então, a ideia é que a gente possa experimentar com esses estudantes procedimentos artísticos e pedagógicos que vão construindo nessas pessoas um arcabouço profissional, a partir da criação de um trabalho, da relação com os técnicos, da relação com a produção, com os espaços culturais da cidade, com a circulação e apresentação desse trabalho e o acesso desse trabalho para um público. Então, tudo isso vai compor esse laboratório de preparação desses estudantes para que quando eles terminam seus cursos eles já poderem ter toda essa experiência de inserção no mercado”, conclui.

Quebraço, espetáculo  do Grupo de Dança Contemporânea da UFBA / Amanhã, sábado, 26 e 27, 19h / Teatro ICBA - Goethe-Institut (Corredor da Vitória) / R$ 20 e R$ 10 / VENDA ANTECIPADA: VIA PIX 21396259000173 (Nubank - Inah Irenam Produções)

*Sob a supervisão do editor Chico Castro Jr.

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