LITERATURA
1ª Feira Literária de Canudos (Flican) movimenta sertão baiano até domingo
Por Miriam Hermes
A 1ª Feira Literária de Canudos (Flican), que foi aberta dia 21, movimenta a cidade do sertão baiano, a 409 km de Salvador, até este domingo, 24, em uma iniciativa do campus local da Universidade Estadual da Bahia (Uneb).
“O Sertão vai virar arte” é o tema central do evento, que, com homenagem a Antônio Conselheiro e Euclides da Cunha, comemora 122 anos da Guerra de Canudos, uma das passagens relevantes da história do Brasil. Conhecido também como insurreição ou revolução de Canudos, o movimento viveu entre 1896 e 1897 um levante popular de raiz sócio-religiosa, liderado por Antônio Conselheiro.
Envolvendo os moradores do vilarejo e outros simpatizantes da causa, a guerra confrontou a população e o Exército da República, então recém-criada (1889), tendo o movimento sucumbido aos ataques dos militares.
A relevância da festa literária, de acordo com o professor Luiz Paulo Neiva, vai além da oportunidade para discutir e valorizar atividades artísticas e culturais, porque também alcança a economia e fomenta o turismo regional, que tem potencial acima do que é aproveitado.
Ele, que é o organizador geral da Flican, destacou que “Canudos já merecia uma feira literária há muito tempo” e salientou que o evento movimenta diretamente setores como hospedagem e alimentação, e reflete de forma positiva em outros empreendimentos, gerando empregos e renda.
Para o professor, a Flican “é fundamental para celebração do livro, da literatura, da cultura e da arte. Aqui o público encontra uma programação rica, com forte compromisso de preservação da memória, da história desse lugar e da cultura regional”.
Cordéis, pífanos e poesias - Tendas culturais tem a missão de cativar principalmente o público jovem, com oficinas de robótica produção textual e audiovisual. Estes espaços tem a participação de estudantes de seis escolas da região, com repertório artístico e científico, inspirados em Canudos e no sertão.
Também a petizada das séries iniciais tem lugar especial. É a Flicanzinha, que foi preparada para oferecer opções de música, encenação, contação de histórias, atividades lúdicas e educativas.
Outro atrativo é a exposição de fotos e objetos da época da guerra e a exposição Bello Monte/Canudos: A Terceira Margem, do artista plástico Silvio José. O evento oferece também exposição de vegetais citados por Euclides da Cunha no livro Os Sertões e projeção de diversos filmes com a temática de Canudos e a vida sertaneja.
No encerramento, dia 24, tem visita guiada aos pontos históricos e culturais da região, como o Parque Estadual de Canudos, o Mirante do Conselheiro, o Instituto Popular Memorial de Canudos (IPMC) e o Museu Manoel Travessa.
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