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LITERATURA

Livro investiga a história e interesse de Freud pela cocaína

Por Reinaldo José Lopes | Folhapress

07/07/2014 - 10:53 h
Sigmund Freud
Sigmund Freud -

Em uma cena do filme "Gênio Indomável" (1997), o professor de psicologia interpretado por Robin Williams apresenta aos alunos o pai da psicanálise: "Na próxima aula, falaremos sobre Freud e o por quê de ele ter usado cocaína suficiente para matar um cavalo pequeno".

O livro Freud e a Cocaína, do documentarista britânico David Cohen, é uma história das razões que levaram Freud a se tornar usuário da droga. Após experimentar cocaína pela primeira vez em 1884 (por via oral; no século 19, o hábito de inalar cocaína ainda não existia), o médico vienense continuou a usá-la até pelo menos a primeira década do século 20. Além disso, Freud recomendou o uso da droga à noiva (e depois mulher), Martha Bernays, e a amigos como o fisiologista Ernst Fleischl, viciado em morfina. Para ele, era uma ferramenta para melhorar a disposição, o raciocínio e até para enfrentar erupções de pus no nariz.

Tudo isso acontecia de forma legal - no fim do século 19, a cocaína era um fármaco comum, vendido sem receita, a exemplo de outras substâncias hoje proibidas. O livro de Cohen tem o mérito de recuperar esse cenário. Por outro lado, "psicologiza" (no mau sentido) seus personagens.

Vida familiar

O autor tenta atribuir o interesse de Freud pela cocaína à sua vida familiar, passando em revista as dificuldades financeiras de seus pais, um estelionato cometido por seu tio e um suposto caso amoroso entre sua mãe e seu meio-irmão Philipp.

Cohen também pesa a mão ao responsabilizar o psicanalista pela morte do amigo Fleischl, para quem o uso de cocaína, embora parecesse promissor no início, levou a um vício ainda mais devastador que a morfina. Para o autor, Freud se revelou um mestre do autoengano ao continuar defendendo a utilidade clínica da cocaína mesmo depois de ver que Fleischl tinha piorado.

Apesar de ter sido pioneiro da "cura pela fala", Freud também se mostrava otimista, no fim da vida, com a perspectiva de resolver doenças mentais com remédios, criados a partir do conhecimento da biologia cerebral.

As últimas décadas viram avanços nesse campo, mas drogas capazes de curar depressão ou esquizofrenia ainda não existem. Apesar dos exageros, o livro ajuda a desconstruir tanto o triunfalismo farmacêutico quanto o da psicanálise.

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