MÚSICA
Elza Soares e sons eletrônicos
Por Daniel Oliveira*

Os últimos dois anos de Elza Soares foram intensos. A cantora, já por volta dos 80 (ela não revela a idade), lançou o disco mais aclamado pela crítica em 2015, A Mulher do Fim do Mundo, conquistou prêmios do porte do Grammy Latino e rodou o Brasil em turnê. Em Salvador, o show histórico e arrebatador aconteceu no Teatro Castro Alves em 2016.
“Eu vou muito a Salvador desde o início. Não lembro da primeira vez que fiz show, mas tenho certeza que foi logo quando comecei a cantar. Sempre tive um carinho especial por Mãe Stella (Iyalorixá do Ilê Axé Opó Afonjá)”, diz Elza Soares em entrevista por telefone ao A TARDE.
A cantora volta à capital baiana para se apresentar hoje e sábado, às 20h, e domingo, às 19h, na Caixa Cultural, no Centro. O espetáculo é Elza Soares - A Voz e a Máquina. Ela interpreta músicas de diferentes momentos da sua discografia acompanhada pelos DJ’s Bruno Queiroz e Ricardo Muralha, que utilizam equipamentos como pads, teclados e outros para fazer as bases.
De Buarque à Science
“É um show completamente diferente de A Mulher do Fim do Mundo. Talvez tenha uma música daquele repertório. Mas é outra coisa. O que posso dizer é que são músicas para frente”, fala a intérprete, que não revela as canções do roteiro. “Serão surpresas”. O público pode esperar composições de Chico Buarque, Vinicius de Moraes e Tom Jobim, Jorge Ben e Chico Science.
Sobre a repercussão do impactante disco de 2015, cuja temática da afirmação da mulher e do combate a todas as opressões ligadas ao machismo, Elza acredita que contribuiu para colocar em evidência a discussão. “Eu vejo isso como uma missão. A mulher ainda hoje faz tudo, trabalha e tem o salário menor que o homem. A gente tem avançado, estamos chegando, mas falta muito”, afirma.
Sempre (bem) acompanhada por jovens músicos, Elza diz que conheceu Bruno Queiroz por meio do DJ Ricardo Muralha. “Ele é meu compadre e nos apresentou. Começamos a fazer o show e fiquei muito feliz, porque adoro essa garotada!”. A cantora fala mais da apresentação em Salvador: “É muito aconchegante ficar perto do público”, completa.
*Estagiário Sob supervisão da editora--coordenadora Simone Ribeiro
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