Festival Conexões Sonoras lança novo podcast com oito episódios

Impactados pela falta de possibilidades de realizar projetos culturais, por conta da pandemia, o festival Conexões Sonoras lança seu primeiro podcast, destrinchando diversos aspectos da realização de um evento cultural, utilizando-se como exemplo de um case de sucesso na área, já que haviam sido realizados três edições do festival presencial, antes do Covid-19.

O programa foi concebido pela jornalista baiana Tatiane Freitas, realizada em parceria com o diretor da Ruffo Marketing Cultura e Arte, Jorginho Falcão. No total, são oito episódios, todos disponíveis no YouTube, sempre com um tema específico e alguns convidados por episódio para debater. Algumas das participações contam com nomes como os cantores Fernando Anitelli (Teatro Mágico) e Almério, a produtora Piti Canella e o empresário Alex Pinto (Isé Música Criativa), entre outros.

“A gente já estava com uma ideia de criar um podcast dentro do projeto para trazer um pouco mais de informação e ter mais um canal para o público em geral. A gente queria trazer um pouco sobre os bastidores do festival, um pouco do que acontece na parte de produção. Como já estamos há dois anos sem realizar presencialmente, já trouxemos o programa como uma opção a mais, independente de aguardar essa nova edição. A gente trouxe um pouco da discussão do mercado cultural, discutindo o ambiente, trazendo o nosso evento como um case, falando sobre a realidade dos projetos, não só na Bahia, mas no Brasil”, afirma Jorginho.

Saindo dos bastidores

O programa é apresentado pelos produtores culturais baianos Rafaela Moreira e Nando Mercês e também conta com a presença do diretor da Ruffo como um convidado fixo.

Acostumados a trabalhar nos bastidores, assumir a frente de um projeto como esse se tornou um bom desafio. “Foi desafiador. Nunca havia feito nada do tipo, em uma plataforma que eu já tinha escutado algumas coisas, mas quase nunca falando sobre essa área de produção. Quando a gente pensou na ideia, a princípio, tive aquela reação de ‘como vamos fazer isso?’, mas conforme foi rolando, nós acabamos percebendo que oito episódios são até poucos. Tem muito assunto, muita coisa para colocar e discutir cada tema, se deixar, o papo fica longo. Foi uma experiência bem bacana da gente compartilhar e ter essa troca de vivências, que acaba enriquecendo todo mundo”, pontua Jorginho.

Para a apresentadora Rafaela Moreira, assumir essa posição de apresentação já não foi tanto uma novidade, já que havia trabalhado em algumas lives que ocorreram durante a pandemia e que deram a visibilidade para que fosse chamada para ajudar a comandar os papos.

“O convite foi a partir dos idealizadores Tatiane e Jorginho, porque viram algumas coisas que eu já tinha feito nessa parte de apresentação, participei de algumas lives da Rede Receba, e a partir dessa experiência que tive, surgiu a oportunidade de apresentar o podcast e ajudar Jorginho, que acabou sendo um anfitrião fixo em todos os episódios”, pontua a apresentadora.

Também acostumada a estar por de trás das cortinas, a produtora comenta como tem sido a experiência de estar fazendo a transição para dar a cara e a voz aos projetos de que têm participado.

“Tem sido uma experiência muito bacana. A gente está vendo, principalmente durante a pandemia, que quem ficava nos backstages, na parte técnica da realização dos eventos culturais, acabaram assumindo um protagonismo de fala, porque inclusive, o próprio campo começou a ser debatido. Aproveitando esse momento da pandemia, se é que da pra aproveitar alguma coisa disso, mas utilizamos os momentos de pausa dos eventos para discutir o que cada um vem realizando e isso foi muito rico. O podcast é justamente o fruto disso, que várias pessoas viveram, não só eu”, expressa Rafaela.

Destrinchando as etapas

Tendo perpassado desde a concepção de um projeto, passando por alternativas de financiamentos, até meios de distribuição digital, diversos pontos foram abordados ao longo dos oito episódios, sempre buscando destrinchar todas as etapas de um evento ou um lançamento musical.

Para quem tem curiosidade de entender ou busca saber como começar na área, é um prato cheio de informação que deve ser ouvido para melhor entendimento do funcionamento. “Falar de tudo, a gente não consegue. A gente condensou um processo bem amplo e detalhado em oito episódios. Não pudemos entrar nos mínimos detalhes técnicos da coisa, porque o podcast pega todo tipo de público, não só as pessoas que já são da área, mas tínhamos que falar de uma forma que ficasse de fácil entendimento para as pessoas que só tinham curiosidade ou que querem saber como começar na área. É muito assunto, mas foi bem legal, porque conseguimos dar um panorama, desde o início, até a parte de mídia e pudemos falar com artistas que já participaram com a gente do Conexões Sonoras e como foi pra eles ter feito parte. Talvez precisássemos de uns dezoito episódios para destrinchar bem”, esclarece Jorginho.

Para Rafaela, esse projeto foi uma ação informativa, em formato de bate-papo, algo mais informal, que não deixa de cumprir o propósito a que foi concebido. “A gente não tem uma metodologia dura, mas podemos falar que o conteúdo que a gente aborda em cada episódio e a forma que eles foram separados e organizados de forma didática, de forma que quem escuta pode ter uma ideia completa do que se passa por trás da produção de evento cultural. Utilizar o Conexões Sonoras como exemplo foi muito rico, porque ele não atua somente como um festival, também trabalha com produção de conteúdo, tanto videoclipe quanto gravação”, conclui.

O festival do Conexões Sonoras acolhia dois músicos votados pelo público, que ganhavam a oportunidade de fazer um show no evento, a gravação de uma música e um videoclipe, além da distribuição. O exemplo perfeito que perpassa diversos aspectos da produção cultural e que pôde ser utilizado ao longo dos programas, explicando o processo passo-a-passo.

O programa já está completo disponível no canal da Ruffo no YouTube, e em breve será lançado em todas as plataformas de streaming.

*Sob supervisão do editor Chico Castro Jr.