PRÊMIO CAMÕES
“Fineza de não sujar meu prêmio”, diz Chico Buarque sobre Bolsonaro
Artista lembrou da recusa do ex-presidente em lhe conceder a honraria
Após quatro anos desde o anúncio da premiação, o cantor, compositor e escritor brasileiro Chico Buarque de Holanda finalmente recebeu o Prêmio Camões nesta segunda-feira, 24, um dos prêmios mais prestigiosos do mundo.
A demora foi causada pela recusa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em assinar o documento que garantiria a honraria. O prêmio, no valor de 100 mil euros (R$ 560 mil), é concedido pelo Brasil e por Portugal. A cerimônia de premiação foi realizada no Palácio Nacional de Queluz, local onde nasceu e morreu o imperador Dom Pedro I, e foi bastante solene.
"Conforta-me lembrar que o ex-presidente teve a rara fineza de não sujar o diploma do meu prêmio Camões, deixando espaço para a assinatura do nosso presidente Lula", disse o cantor em seu discurso.
Além disso, o compositor prestou homenagem ao seu pai, o escritor Sérgio Buarque de Holanda, e comemorou o fato de ter recebido o prêmio às vésperas das celebrações dos 49 anos da Revolução dos Cravos, um movimento popular que levou à queda do regime salazarista em Portugal na segunda metade do século XX.
No Twitter, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que também esteve presente no evento de condecoração de Buarque, falou que o reconhecimento dado ao artista é a reparação dos descaminhos pelos quais a cultura brasileira passou nos últimos anos.
Se hoje estamos aqui para fazer esse gesto de reparação e celebração da obra do Chico, é porque a democracia venceu no Brasil.
— Lula (@LulaOficial) April 24, 2023
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