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ENTREVISTA

Jorge Vercillo: "Música tem que servir para expandir consciência"

Artista se apresenta na Concha Acústica neste sábado, 13

Por Matheus Calmon e Rafaela Souza

13/05/2023 - 5:30 h | Atualizada em 13/05/2023 - 12:11
"Estou muito feliz com essa fase", diz o artista
"Estou muito feliz com essa fase", diz o artista -

Dono de uma carreira repleta de clássicos e sucessos, Jorge Vercillo se apresenta em Salvador com a turnê 'Raça Menina', nome do seu álbum recém-lançado. A apresentação acontecerá na noite do sábado, 13, na Concha Acústica do Teatro Castro Alves.

O repertório do espetáculo traz sucessos de todas as fases da carreira do artista, como “Ela Une Todas as Coisas”, “Final Feliz”, “Monalisa”, “Talismã sem Par”, “Melhor Lugar” e outras. Em conversa com o Portal A TARDE, o artista revela que escolher as canções do setlist não foi uma tarefa fácil.

"É uma mistura de sucessos que não podem faltar, que as pessoas vão sentir falta, com músicas novas que não abro mão, tem que ter. Acho que tudo na vida é negociação, equilíbrio. Então você mostra o que o público quer ouvir, mas também pede licença para as coisas que você quer colocar. Com um lado também de intérprete, estou vindo cantando 'Papel Machê', releitura dessa obra prima de João Bosco... então é tudo negociação", disse Vercillo.

As primeiras canções do álbum foram lançadas em 2021, mas a maior parte saiu entre os dois anos seguintes. Diferente do modelo tradicional, quando o CD era lançado inteiro, o formato das plataformas digitais permite a disponibilização gradual, o que segundo o artista, funciona melhor.

Imagem ilustrativa da imagem Jorge Vercillo: "Música tem que servir para expandir consciência"
| Foto: Divulgação

"Você dá uma atenção especial àquela música. Durante aquele mês -ou meses- você faz um trabalho de divulgação... A música 'Raça Menina' teve uma atenção especial, como teve Marjaravon, como teve a música 'HUMBIUMBI', 'Sobrenome Amor', enfim... Esse é o lado bom do mercado de streaming digital, você dá atenção especial às músicas como singles. Como eu sou meio maluco, lanço músicas tanto com cara de singles, mas lanço muita música com cara de 'lado B', que são as mais densas, mais herméticas", afirmou.

Neste trabalho novo, Vercillo toca também em pontos sensíveis da sociedade atual. Em 'Endereço', por exemplo, ele exalta a beleza negra. Já em 'Raça Menina' o artista aborda a questão de sermos diferentes, mas sermos humanos todos humanos. Para o cantor, este é uma maneira de ajudar a sociedade a evoluir.

"Quanto mais vou ficando fortificado, sedimentado na minha carreira, mais coragem sinto para ajudar as pessoas. E qual a forma que penso que consigo ajudar mais? É levando um pouco de informação na sensibilidade que a arte traz, dessa lente diferente que a música abre ao cantor".

Ele cita a canção 'Lente do amor', de Gilberto Gil, e reflete que a música ajuda a enxergar o mundo. "Através dessa lente eu vi o planeta, a natureza, todas as formas de vida, a vida extraterrestre. Então, acho que a minha maneira de ajudar é trazendo informações".

"Em 'Raça Menina', que começa a letra dizendo 'dos Judeus aos Mulçumanos estamos nos transformando numa raça única'. Uma raça híbrida, cósmica... Aborda essa teoria que o homo sapiens não seria originário da Terra, seria uma espécie cósmica, enfim, várias questões polêmicas. Assim como 'Endereço', que é uma música mais Pop, fala da beleza negra, assim como 'Teu Olhar me Fisgou', uma letra mais sensual, como 'Humbiumbi', um pássaro angolano, aí tem uma crítica social que fala 'Humbiumbi, voa, seu bando, coitado do humano que não sai do chão'. Então, sinto um pouco de referência daquela música do Chico Buarque que fala 'cuidado, assanhaço, cuidado, tiê, que o homem vem aí'. Eu sinto que é a forma que eu tenho de ajudar, de abrir a cabeça, pois sinto que comigo foi assim. Caetano, Milton, Chico Buarque, Ivan Lins, Djavan, João Bosco, Elis, Rita Lee, tantos outros artistas..."

Eu sinto que é a forma que eu tenho de ajudar, de abrir a cabeça, pois sinto que comigo foi assim
Jorge Vercillo - cantor

Ele pontua que, assim como aconteceu em sua própria carreira, espera que outros artistas também tratem a música como uma ferramenta que amplia os horizontes do público.

"A música que sempre ouvi foi um expansor de consciência. A música tem que servir para expandir a minha consciência e é isso que tenho tentado dar continuidade. Espero que os artistas mais novos continuem almejando ser expansores de consciência, não apenas peças de marketing ou de social media, apenas usufruindo, pois a vida é uma troca".

Na banda, músicos como Claudio Infante na bateria, André Neiva no contrabaixo e Misael da Hora nos teclados, além do filho do artista, Vini Vercillo, que tem trazido novidades de sonoridade e tendência aos arranjos do pai. Jorge, no entanto, afirma que é, sim, um pai coruja, mas se não fosse talentoso, o filho não estaria em sua banda.

"Antes de propagar a arte do Vini, eu revelei ao público a Ninah Jo, que é uma grande cantora brasileira, Filó Machado, depois Luana Mallet, que foi um destaque também no 'The Voice Brasil', gravou comigo, tocou bastante a música 'Quem', Junior Meirelles, um grande talento paulistano, então, tenho uma sequência, um costume de me relacionar com a nova geração. Então, o Vini é mais um e está achando espaço pelo talento dele. Se não tivesse talento, podia ser meu filho, minha mulher, não ia entrar, não, sou chato pra caramba com isso".

Jorge Vercillo afirma que está feliz por voltar a Salvador nesta fase comemorativa da carreira de 30 anos. "Estou muito feliz por voltar a essa cidade maravilhosa. A Concha vai estar linda, a previsão é que seja um recorde de público meu, justamente nessa fase que estou completando 30 anos de carreira e com um pouquinho mais de 1 bilhão de streamings, que a gente descobriu há pouco. Então, é uma fase comemorativa, bacana, onde não estou fazendo um álbum comemorativo, mas de carreira".

Ele finaliza afirmando que segue compondo e convida o público ao show. "Eu poderia ter feito um álbum 'Os maiores sucessos de Jorge Vercillo', mas não. Tenho muita coisa, estou sempre compondo músicas novas, então é uma maneira de estar pondo à prova as músicas que estou fazendo. Estou muito feliz com essa fase e quero convidar a todos para a Concha Acústica para a gente cantar para as mães, para os filhos, pais e tudo mais".

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