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MÚSICA

Lenine fala sobre o novo CD "Carbono"

Por Gislene Ramos

23/05/2015 - 8:30 h | Atualizada em 23/05/2015 - 8:42
Lenine
Lenine -

Da palavra à criação: carbono. Um mesmo elemento químico capaz de originar substâncias diferentes a partir de ligações. Como do simples grafite ao valioso diamante. E daí nasceu o conceito do novo CD, Carbono, do cantautor Lenine.

São os versos de Castanho, canção que abre o disco, que já indicam a força da coletividade do processo: "Eu sou par / Não cheguei sozinho". Lançado pela Universal Music e produzido por Bruno Giorgi, Jr. Tostoi e Lenine, o CD traz novas e antigas parcerias, como Dudu Falcão, Carlos Rennó, Marco Polo, Carlos Posada, João Cavalcante (filho do cantor), Vinicius Calderoni, Tó Brandileone, Nação Zumbi e a Orkestra Rumpilezz com Letieres Leite.

No princípio era o verbo

Um colecionador de palavras, é como o próprio Lenine se identifica, e é a partir da palavra que sua criação se inicia. "Os meus discos começam com uma imagem e um título e isso é o que define o caminho e aí eu vou atrás das canções", explica o músico.

Uma das características de Carbono foi a criação coletiva junto com convidados e o respeito ao processo criativo de cada um. Como ocorreu com Letieres Leite e a Orkestra Rumpilezz, que gravaram ao vivo no Teatro Castro Alves, ou com a Nação Zumbi, em que todos criaram juntos e gravaram no estúdio. Lenine explica: "É pegar a autoralidade do parceiro em prol da canção".

E dessas junções a fim de formar novas substâncias, destacam-se algumas canções. A música À Meia Noite dos Tambores Silenciosos com a Rumpilezz, letra de Carlos Rennó e arranjos de Letieres, é quase uma oração. "Trata-se de um momento do carnaval de Recife, de religiosidade e ancestralidade: quando todas as nações de maracatu se reúnem e fazem um só toque", conta. Já Cupim de Ferro, com a Nação Zumbi, faz referência ao tradicional frevo do Capiba, com batidas das alfaias e o peso contemporâneo da guitarra.

Vídeo Carbono - Lenine (Participação Letieres Leite & Orkestra Rumpilezz)

Sempre atento às questões ambientais, Lenine com Carlos Rennó, traz na música Quede Água uma reflexão sobre as consequências das ações do homem na natureza. Outro destaque é a mais romântica Simples Assim, que traz a busca pela simplicidade das coisas da vida, letra com Dudu Falcão, parceiro de Lenine em sucessos como Paciência. E finalizando o disco, Undo, uma jam session entre os músicos que comprova teor coletivo de Carbono.

Disco e show

O diferencial do processo do CD, que durou dois meses e meio, foi a construção simultânea do disco e do show. Dois produtos que, apesar de correlacionados, na obra do pernambucano são criações distintas, com mecânicas diferentes. Para Bruno Giorgi, músico e filho do cantor, Lenine se destaca por ser mais músico que intérprete, e explica: "O encaminhar do disco ao show é mais uma oportunidade dele se satisfazer como músico, pois ele não se prende ao CD".

Carbono também foi marcado pelo retorno do baixista Guila e do baterista Pantico Rocha. O guitarrista que acompanha Lenine há 15 anos, Jr. Tostoi, destaca o mais interessante do show: "Essa é a primeira turnê que não tem computador dando a base, é a banda beirando o acústico".

Como de costume, a cada turnê Lenine revisita antigas canções no repertório adaptando-as ao universo sonoro do novo disco, provando assim a perenidade de suas músicas, como Olho de Peixe, Na Pressão, Magra, Sonhei e Meu Amanhã. E para quem já está a espera de alguns sucessos no show, o cantor explica: "Tem um momento, que estou só com o violão e que falo sobre isso. Eu digo 'óh gente, eu sinto muito dizer a vocês mas eu acho que parte de você quer ouvir algumas canções que não estão no repertório. Aí aviso loo, Óh, não tá Leão do Norte, não tá Hoje Eu Quero Sair Só, não tá Paciência, A Ponte... e cada vez que digo um título dessa o pessoal grita "Ahhhh". Mas aí eu digo que duas pelo menos eu posso fazer (risos)".

Música e Internet

Para Lenine temos atualmente uma gama de possibilidades e, no seu trabalho, a Internet foi fundamental para a criação do Carbono, não só na produção, como divulgação de trechos de músicas, depoimentos e transmissão de ensaio via streming. "Teve até música que a gente arranjou via Skype; então essas ferramentas que dependendo do trabalho que você quer são muito benéficas; facilitam e democratizam todo o processo", explica.

Como músico contemporâneo, o artsita não poderia deixar de falar sobre o seu olhar sobre o atual momento da música brasileira: "Eu acho que nunca se produziu tanto e tão bem. Com essa pulverização digital que se transformou a rede, talvez seja mais difícil de encontrar as coisas, porque as opções são infinitas e são muito maiores. A grande questão é saber procurar e acho que nunca se consumiu e se produziu tanta música. E quando se produz muito, tem mais coisas boas e também tem mais coisas não tão boas".

Para os que aguardam show de Carbono em Salvador, o cantor não revelou datas. Já o CD está disponível nas lojas e nas plataformas online.

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