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CÊNICAS

Musical de Irmã Dulce tem sessões gratuitas neste final de semana

Ingressos gratuitos disponíveis no Sympla ou bilheteria TCA de 11h às 17h30

Por Tamires Silva*

13/10/2023 - 5:05 h
A peça conta, de forma lúdica e fantasiosa, a história dos milagres de Santa Dulce dos Pobres
A peça conta, de forma lúdica e fantasiosa, a história dos milagres de Santa Dulce dos Pobres -

O espetáculo 'A Peleja da Santa Dulce dos Pobres' é uma história de fé, levando ao público a história dos milagres de Irmã Dulce contada com muito humor, amor e música. As apresentações com ingressos gratuitos acontecem sábado, 14, e domingo, 15, às 19h, na Concha Acústica do TCA.

A peça conta, de forma lúdica e fantasiosa, a história dos milagres de Santa Dulce dos Pobres através de uma narrativa com elementos da cultura popular brasileira, sob direção geral de Elísio Lopes Júnior, dramaturgia assinada por Fábio Espírito Santo e coreografias de Zebrinha.

“O projeto é uma criação da Maré Produções em parceria com as Obras Sociais Irmã Dulce. A missão é levar os milagres de Dulce até o povo. Que as pessoas entendam tudo o que aconteceu para torna-la santa”, conta Elísio.

“Serão levados à cena os dois milagres que foram reconhecidos pelo Vaticano. É a história de uma mulher, salva logo após o seu parto e a de um homem que recuperou a visão. Essas são as duas histórias que estão na Peleja. Claro que em um contexto lúdico, com humor e música. Não é um espetáculo biográfico. É uma fantasia nordestina, uma alegoria que explica a história dos dois milagres que fizeram de Dulce, santa”, acrescenta.

Outra característica de Dulce que interessa ao diretor é que, mais do que brasileira, Dulce é uma santa nordestina, baiana. “Tudo vem daí. Da raiz dela. De uma santa que tocava sanfona. Essa é a matriz de tudo que está indo para o palco. Um musical com cordel, xaxado, xote, forró, tambores. É a santa do povo brasileiro”, afirma.

Irmã Dulce é representada em cena como um personagem brincante, valorizando suas palavras de fé e força. A interpretação é da atriz, cantora e compositora baiana Ana Barroso. No elenco de doze atores há um encontro de gerações, reunindo desde veteranos da cena local como Diogo Lopes Filho, Evelin Buchegger e Beto Mettig com novos talentos como Amós Heber, Andrezza Santos, Tariq, Walerie Gondim, Daniel Farias, Luisa Muricy, e os paulistas Fernanda Ventura e Ofalowo.

Para todos

Canonizada em 2019, Irmã Dulce tornou-se exemplo por meio da sua dedicação e apoio aos indivíduos vulneráveis. Apesar disso, poucos conhecem a história real dos milagres que foram reconhecidos pelo Vaticano e a tornaram santa. Para narrar essa história foi escolhida a linguagem de peleja popular. No enredo, Santa Dulce se vê diante de um desafio contra o tempo, enfrentando diversas exigências e requisições impostas por um representante da burocracia e do ceticismo contemporâneo.

O espetáculo, que explora a nordestinidade e tem narrativa leve, com humor e sotaque bem nordestino em todos os elementos cênicos ainda traz elenco e banda executando ao vivo canções de Gilberto Gil como base para a trama. “Como artista, venho desenvolvendo um trabalho voltado a uma linguagem nossa, brasileira e preta de fazer musical. Dessa forma, o teatro, a história têm tanto peso quanto a música”, detalha Elísio.

“A dança tem matriz popular e preta, e tudo isso é uma pesquisa estética de como contar histórias da nossa forma. Temos muito acesso à produção gringa, mas o exercício de fazer com nossa cara ainda é raro. Alguns grupos já estão com essa missão. Tem em vários lugares gente pesquisando isso. Sou um deles. Gosto de teatro, dança e música, tudo misturado”, afirma.

Elísio lembra que A Peleja é um espetáculo para todos, não importa sua fé. “Junto com Zebrinha, Jarbas Bitencourt e outros, estamos nesse exercício. Esperamos chegar ao coração das pessoas. Principalmente, é um espetáculo sobre fé, para toda a família. Não só para católicos, é pra todo mundo que deseja um mundo melhor, assim como Dulce”, conclui.

‘A Peleja da Santa Dulce dos Pobres’ / Amanhã (14) e domingo (15), 19h / Concha Acústica do Teatro Castro Alves / Ingressos gratuitos disponíveis no Sympla ou bilheteria TCA amanhã e domingo, 11h às 17h30

*Sob supervisão do editor Chico Castro Jr.

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