MÚSICA
Paroano Sai Milhó e Armadinho Macedo fazem shows na Estação Rubi
Na pilha do Carnaval, apresentações acontecem nesta semana e na próxima
Por Tiago Freire*
Com o carnaval chegando, os motores se aquecem na cena musical de Salvador e dão a partida com a segunda temporada do projeto Estação Rubi do Wish Hotel da Bahia, no Campo Grande, com apresentações de Armandinho, na próxima sexta, e do grupo Paroano Sai Milhó, hoje e sábado que vem.
Após dois anos sem Carnaval em Salvador, a expectativa do público e dos grupos é alta para as apresentações. O clima é de otimismo entre os artistas, misturado com bastante antecipação pela volta às ruas. Outro motivo para o sentimento é o marco que 2023 representa, com os 60 anos de carreira de Armandinho e Paroano a caminho de completar 60 carnavais.
“Durante esse período que ficamos afastados, fizemos ensaios virtuais para não perder nosso repertório, porque nessa altura estamos na rota para comemorar 60 carnavais, o que é uma coisa rara para uma banda aqui na Bahia”, ressalta Francisco Mascarenhas, do Paroano. “O grupo mantém atividade ininterrupta desde sua fundação, parando apenas na pandemia. Queremos marcar essa conquista, que é algo que poucos grupos musicais conseguiram, com o nosso público”.
Como de costume, o grupo Paroano Sai Milhó buscou trazer não só seus sucessos já conhecidos pelo público, mas também duas músicas novas, uma com composição do grupo dos Novos Baianos e outra gravada por Gal Costa, que receberá homenagens na apresentação pelo grupo.
Para Armandinho, a celebração não só é de seus 70 anos de idade, 60 de carreira, mas também o centenário de Osmar Macedo, o pai do músico e criador do trio elétrico.
“A melhor coisa que temos para esse show é nossa história. Fiz algumas músicas que ficaram na memória do Carnaval. Porém, o mais importante nesse show é o centenário de Osmar Macedo. Principalmente tocar as músicas que falam sobre ele. Fazer uma homenagem a essa pessoa tão importante e que trouxe algo tão transformador, que é o trio elétrico. Queremos trazer para a apresentação a homenagem para alguém que trouxe esse componente tão importante para a memória baiana do Carnaval”, celebra.
Fãs
“E o mais gratificante de estar chegando tão longe na carreira são as homenagens e a celebração dos fãs. É também ter esse reconhecimento, que é a parte que mais nos sentimos prestigiados e lembrados, além de lembrar que ainda continuo com muito entusiasmo a tocar e levar a música e alegria pros palcos”, afirma.
Esse marco coincide com o retorno do Carnaval para Salvador, que por conta da pandemia de Covid-19 estava desde 2021 sem suas festas de rua. O período foi bastante desafiador para os músicos, tendo de ficar longe do público.
“Houve várias partes difíceis na pandemia, inclusive perdas de colegas. O Carnaval é uma paixão minha de infância, desde que eu tinha 10 anos. Além da perda da paixão, é a perda do trabalho, não só meu, mas de toda uma equipe grande que trabalha com a nossa saída na rua e que ficaram sem o que fazer. Foi um vazio não ter o Carnaval”, relata Armandinho.
O tempo longe do ao vivo gera uma gigantesca expectativa para o público soteropolitano, mas também para os músicos, que querem fazer dessa apresentação no Estação Rubi uma chave para esse retorno triunfal para o carnaval de rua.
“A expectativa para o show está muito grande. Não só para nós que tocamos, mas para o povo que sente essa falta do convívio do público ao vivo. Eu que vivo isso desde os 10 anos de idade, quando tinha o trio mirim e eu era o solista, senti uma grande falta nesses dois anos longe do ao vivo. Não só pela paixão de vivenciar esse momento, mas pelo trabalho dessa grande equipe, que perdeu esse espaço durante a pandemia. É uma grande alegria poder trazer toda essa música depois desse tempo. Vamos levar nossa música, nossa história e os cem anos de Osmar”, comemora Armandinho.
As expectativas para as apresentações também estendem-se para o Carnaval desse ano, que verá a reunião definitiva entre artistas e o público. Para Mascarenhas, no entanto, o cuidado com a saúde ainda é importante.
“Como nosso forte foi o nosso Carnaval de rua, nós não teríamos barreiras para transpor a não ser as cautelas, pois ainda há cuidado com contato, dividir copos e esse tipo de coisa. Mas temos a expectativa de trazer alegria para aqueles que nos acompanharam, poder trazer a euforia para o povo que nos acompanha sempre que tocamos nas ruas”, afirma. “Queremos trazer de volta essa alegria para esse povo que vai desde os pequenos até os mais velhos. Nossa expectativa é que nosso público também esteja ansioso, assim como nós estamos, para esse nosso reencontro”, finaliza.
*Sob a supervisão do editor Chico Castro Jr.
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