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MÚSICA

Sua Excelência Oscar da Penha, o Batatinha estreia online

Por Eduarda Uzêda

10/07/2021 - 6:05 h
O ator Diogo Lopes Filho homenageia o sambista baiano Batatinha no espetáculo musical | Foto: Welton Cirineu | Divulgação
O ator Diogo Lopes Filho homenageia o sambista baiano Batatinha no espetáculo musical | Foto: Welton Cirineu | Divulgação -

“Já disse que sou muitos. Primeiro eu sou o Oscar da Penha, mas sou também Batatinha, o sambista! E no decorrer dessa história vou deixar que meus sambas falem por mim. Mas sou esses aí e sou outros também, porque me multiplico cada vez que alguém canta um samba meu”.

“Sou muitos porque meu samba não nasce sozinho... meu canto não se canta só. Por isso quando ouvir o que lhe conto, ouça a história de muitos, um nome para cada lugar que se ande: das ladeiras do centro histórico de Salvador – Riachão, Edil Pacheco, Tião Motorista, Claudete Macedo – ao subúrbio carioca, Cartola, Paulinho da Viola, Nelson Cavaquinho, Beth Carvalho, Nelson Sargento, Ivone Lara, Noel Rosa, Lecy Brandão, Elza Soares, Clementina de Jesus – da Barra Funda paulista –, Adoniran Barbosa, ao chão do Recôncavo – Edith do Prato”.

“Eu sou muitos! O pai de muitos filhos, o marido, o amigo, o trabalhador, o compositor, o profissional do sofrimento, o diplomata do samba... Eu sou muitos porque sou sambista e a mim não basta ser apenas o que me dizem pra ser”.

Os trechos são do espetáculo musical Sua Excelência Oscar da Penha, o Batatinha, inspirado na obra e nos temas do repertório do cantor, compositor e sambista baiano, que tem estreia neste domingo, 11, em formato online, no Novo Vila Virtual (youtube.com/ user/teatrovilavelha), a partir das 19h.

Os ingressos custam R$ 10, R$ 20 e R$ 30 e podem ser comprados no site do teatro. Após a compra, a pessoa tem até 24h para assistir ao espetáculo. Depois da estreia, o musical será apresentado ainda nos dias 18 e 25 de julho e 1º de agosto, ao vivo.

Múltiplas faces

Em cena, o ator e cantor Diogo Lopes Filho (Arquivo Vivo, Respira, Segura e Solta) representa as múltiplas faces do artista. Ele atua no espetáculo online dirigido por Marcio Meirelles (Os Três Pablos, Do outro lado do Mar). O texto é de Fábio Espírito Santo (Amor Barato – Cantigas Torpes & Carinhos Ordinários, Carmen, de Cervantes) e a direção musical é de Jarbas Bittencourt (Nau, Cabaré da Rrrrraça!).

Diogo Lopes Filho é acompanhado por uma banda ao vivo formada por Vanessa Melo (flauta, clarinete e voz), Duarte Velloso (violão e surdo) e Arthur Oliveira (bateria e percussão). “A ideia surgiu há muitos anos, depois de um convite do diretor Elias Andreato para interpretar um cantor, pianista e compositor cubano, Bola de Nieve. Eu então pensei que se fosse para fazer um artista negro, eu queria fazer Batatinha”, afirma o intérprete, que diz que agora está realizando um sonho que é antigo.

E por que Batatinha? “Além de gostar das músicas dele, ele era muito simples, muito elegante, um cara bacana”, afirma Diogo, que faz questão de dizer que não imita Batatinha. “Quando falo dele, me refiro, de certa maneira, a todos os artistas pobres, negros, que enfrentam dificuldades e que geralmente atuam também em outra profissão para garantir a subsistência. Batatinha, por exemplo, era gráfico”, acrescenta.

O roteiro fala de Batatinha através de composições dele gravadas por vários artistas da MPB, a exemplo de Maria Bethânia, Chico Buarque e Caetano Veloso, só para citar alguns. No repertório, entre outras canções, Imitação, Diplomacia, Conselheiro (Batatinha, Paulo César Pinheiro), Hora da Razão (Batatinha, J. Luna), Bolero (Batatinha, Roque Ferreira) e Toalha da Saudade (Batatinha, J. Luna).

O diretor do espetáculo, Marcio Meirelles, destaca que traz Batatinha através de sua obra. “Nós não queríamos fazer um arremedo de Batatinha. É a partir do discurso dele, um príncipe, que apresentamos o sambista ao público. O texto evidentemente traz fragmentos biográficos dele, mas não é o foco da montagem”.

Melancolia

“Enquanto fico aqui batucando minha caixinha, eu penso... Que história é essa que eu vou contar pra você que fez a gentileza de parar pra me ouvir? Aí eu fico um pouco na dúvida, porque acho que você pode dizer que a história que eu contar aqui se parece com outra que você já ouviu por aí”.

“E até tem razão – porque no fundo as histórias se parecem mesmo... A caixinha de fósforo que batuco aqui, alguém batuca noutro lugar também e até já batucaram antes de nós. A minha sorte é que sou muitos e fui aprendendo a ser os palitinhos de dentro dessa caixa, deixando a vida soar de bamba através dos meus dedos”.

O texto poético de Fábio Espírito Santo traz à cena o artista singular e plural. O dramaturgo conta que optou pelas músicas mais melancólicas em detrimento dos sambas mais populares que falam sobre a dor, tristeza e saudade. “O samba dele é extraordinário, é refinado, é nobre, tem potência. Ele representa toda uma geração de artistas”, diz. Fábio escolheu todas as músicas e incluiu Toalha da Saudade a pedido de Márcio Meirelles.

Batatinha (1924-1997), cantor e compositor, é considerado um dos maiores nomes do samba na Bahia. O também compositor e amigo Riachão assim o definiu: “Uma cabeça cheia de cabelos brancos; cada fio uma nota musical”.

O projeto Sua Excelência Oscar da Penha, o Batatinha tem direção de produção de Paula Hazin. Os recursos foram conseguidos através da Lei Aldir Blanc. Assina o figurino o premiado Zuarte Jr., que opta pelo amarelo do traje para sinalizar o brilho e a luminosidade de Batatinha. O jogo de assimetria aponta para a dualidade de ideias e os diferentes tecidos (seda, cetim tricoline, etc.) indicam a multiplicidade de sentimentos. Vale conferir.

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