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TEATRO

Com atriz Zeca de Abreu, A Filha da Monga tem estreia virtual nesta quinta-feira

Por Eduarda Uzêda

05/08/2021 - 6:05 h
A atriz Zeca de Abreu em dois momentos do espetáculo. Atrás das grades, infeliz por representar a Monga, e embaixo, sonhando com outro destino | Foto: Gabrielle Guido | Divulgação
A atriz Zeca de Abreu em dois momentos do espetáculo. Atrás das grades, infeliz por representar a Monga, e embaixo, sonhando com outro destino | Foto: Gabrielle Guido | Divulgação -

Luzia é uma jovem gorda que é obrigada pelo padrinho a trabalhar num parque de diversões como uma mulher que vira monstro, a Monga, seguindo os passos da mãe, já falecida. Tentando fugir deste papel indesejado, ela terá que entrar em contato com a força interior que traz dentro de si para superar abusos e preconceitos.

Este é o enredo do espetáculo A Filha da Monga, que marca a graduação de Zeca de Abreu (Cartas Portuguesas/ Destinatário Desconhecido) pela Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia e também os 30 anos de carreira da intérprete nos palcos baianos, onde atua como atriz, diretora, apresentadora e produtora.

A montagem, que tem texto e direção de Luiz Marfuz (Traga-me a cabeça de Lima Barreto/ Comédia do Fim) estreia nesta quinta-feira, 5, às 19 horas, e pode ser conferida gratuitamente pelo canal do Sesc Bahia no YouTube (www.youtube.com / SescBahiaOficial) até o próximo dia 5 de setembro.

“A trama, ao contar a jornada de uma mulher que foi destinada a ser uma Monga, modelo de que ela procura escapar, toca em algumas questões incômodas, como o bullying e a violência sexual e doméstica”, afirma Marfuz, acrescentando que a peça passeia pelo campo onírico.

“Trata-se, no fundo, da reconstituição da jornada de afetos e agruras de uma mulher”, conta Luiz Marfuz, que escreveu a obra especialmente para Zeca, após um pedido da atriz que aconteceu três anos atrás. O projeto entretanto não vingou e só foi retomado em 2020, durante a pandemia.

Narrativa reconstruída

Marfuz entrega que, no início da peça, a personagem está conversando com uma psiquiatra em um hospital. “Ao contar sua história, ela reconstrói sua narrativa e reconstrói a si mesma”, diz. Ele também informa que “o espetáculo aborda a questão do diferente em uma sociedade que machuca quem se afasta dos padrões”.

O diretor afirma que escreveu o texto entre janeiro e março deste ano, a maior parte em Coaraci, cidade natal do encenador. “Foi aí que me veio a lembrança da Monga, fenômeno que sempre acompanhei nos circos e parques de diversões do interior e que me intrigava muito. Eu ficava fascinado por aquela transformação e só mais tarde vim a saber que era um truque de espelho”, destaca.

“Então surgiu a pergunta: qual seria a história de uma mulher que faz o papel de monstro numa tenda noturna, todos a reconhecem como tal, mas o que ela deseja é simplesmente ser mulher?”, questiona Marfuz.

A peça dura 50 minutos, tempo médio das montagens do que se entende hoje como webteatro. Durante o período do isolamento, o diretor afirmou que sentiu muito a falta do contato com a atriz de modo presencial. Os poucos encontros presenciais aconteceram no Galpão Wilson Melo, no Forte do Barbalho, em Salvador, onde o espetáculo foi gravado.

A atriz Zeca de Abreu destaca a importância de sua graduação, apesar de ser reconhecida (e premiada) por seu trabalho nas áreas de teatro, TV e cinema. Basta lembrar que ela participou de filmes como Irmã Dulce, de Vicente Amorim, Cidade Baixa, de Sérgio Machado, Depois da Chuva, de Claudio Marques e Marília Hughes, além de O Homem que não Dormia e Eu me Lembro, de Edgard Navarro, entre outros.

Bicho de porão

“Não nasci para ser amestrada que nem bicho de porão. Eu quero ser doutora, escritora e dar autógrafo a rei, rainha e presidente. O senhor entendeu? Eu não caibo em mim”, afirma Luzia, a personagem de Zeca, em certo trecho do espetáculo. Em sua jornada, ela sofrerá vários tipos de violência e, em determinado momento, irá reproduzir as atrocidades que sofre.

Em outro momento, Luzia diz: “Não queria ter destino de mãe, dançar na jaula e virar monstro. Lulu, você nunca será monstro, disse Dona Odete. É tudo truque do espelho, enganação. Você dança, entra na jaula e depois seu padrinho troca de lugar com você. É assim. Ele é quem faz a Monga (...), mesmo assim, todo mundo vai imaginar que o bicho sou eu. Foi a morte em vida”.

Zeca afirma que construiu a personagem a partir do texto de Marfuz. “A peça fala de uma mulher que sofreu várias formas de opressão e então explode. Um dia, ela não aguenta e resolve reagir, pois tudo que ela quer é ser feliz”, frisa a atriz.

O espetáculo tem direção musical de Luciano Salvador Bahia, cenário de Zuarte Júnior, figurino de Maurício Martins, desenho de luz de Fernanda Paquelet e preparação vocal de Iami Rebouças.

O roteiro audiovisual é assinado por Luiz Marfuz e Luiz Modesto, e a coordenação de produção é de Luiz Antônio Sena Jr. O projeto é uma realização da Escola de Teatro da Ufba e da Ouroboros Companhia de Investigação Teatral.

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