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DUELO DE AMOR

’Eu te Amo’ chega ao Teatro do Isba neste fim de semana

Texto é adaptação da obra de Arnaldo Jabor

Por Tiago Freire*

19/09/2023 - 0:30 h
Juliana Martins e Sergio Marone são Maria e Paulo, personagens perdidos no agora
Juliana Martins e Sergio Marone são Maria e Paulo, personagens perdidos no agora -

Clássico de Arnaldo Jabor, que originalmente ganhou uma versão premiada no cinema, o espetáculo Eu te Amo com os atores Juliana Martins e Sérgio Marone nos papéis principais, chega a Salvador e promete encantar o público soteropolitano. As apresentações acontecem neste sábado, 23, e domingo, 24, no Teatro ISBA.

No sábado, a apresentação será às 20h, já no domingo ocorrerá às 19h. Os ingressos podem ser adquiridos por meio do site Ingresso Digital. As vendas na bilheteria do teatro estão disponíveis exclusivamente no dia do evento.

Adaptado para o teatro pelo próprio autor, o texto que deu origem ao filme de 1981 narra a história de Paulo e Maria, um casal que se conhece através da internet. Ambos desiludidos pela vida. Decepcionados com as relações amorosas e profissionais, eles se encontram e se apaixonam enquanto criam personagens de si mesmos.

O espetáculo mostra a exposição de um casal, suas diferenças e questionamentos afetivos. A narrativa é fundamentada na fantasia romântica que envolve o desejo e a paixão, com a fronteira entre verdade e mentira, ficção e realidade, que é, praticamente o espírito contemporâneo. Enquanto aborda sentimentos como atração, entusiasmo, volúpia e abandono afetivo, a montagem também traz uma pitada de humor que permeia o texto.

A direção conjunta, a cargo de Rosane Svartman, Lírio Ferreira e Léo Gama, que atuam também no audiovisual, cria uma experiência fluida, assemelhando-se a um plano-sequência de cinema. A narrativa se desdobra como um filme em constante montagem, guiado pelo ritmo dos atores e pela interação com o público.

“A montagem original foi dirigida pela Rosane Svartman e pelo Lírio Ferreira, que criaram uma estrutura para o espetáculo. Essa estrutura está sendo mantida. Já a leitura do texto foi atualizada. A peça continua provocando muita risada na plateia, mas não poderíamos deixar de considerar a vida pós pandemia e todo o entorno desse momento”, detalha Léo Gama. “O riso hoje acontece mais pelo ridículo da situação do que por querermos fazer a plateia rir. Sugeri uma nova luz, que trouxesse mais desenho para o texto e o espetáculo ganhou novas camadas”, complementa.

Das telonas para o palco

Apesar de ser uma história amada pelo público, adaptar o filme dos anos 80 mostrou-se um desafio interessante para a equipe de produção, em especial na atualização dessa história para os dias de hoje, como detalha Léo Gama.

“O grande desafio foi defender o texto de uma leitura machista. Há muita coisa ali que remete a isso. Mas entendemos que isso faz parte de uma época, de uma educação com valores que vêm sendo questionados e abandonados”, pontua.

“Percebemos o quanto era importante para o autor pensar nessa desconstrução. Está na obra dele de forma bem recorrente. Tanto nos filmes, como nas crônicas e nas entrevistas”, acrescenta.

Apesar das dificuldades por conta da temporalidade, o diretor ressalta o processo de adaptação da história, que contou com a benção de Jabor antes de sua morte, e a sua força, como seus temas, persistem mesmo hoje em dia.

“Pelo que Rosane conta, ele [Jabor] sempre foi muito aberto à leitura de outro diretor. Deu liberdade total para que se fizesse alterações a favor do espetáculo. E com essa mesma ‘bênção’, trabalhamos a nossa remontagem”, detalha.

“Para a adaptação, algumas expressões ficaram datadas, sem dúvida. Mas isso foi bem tranquilo de atualizar. Quanto ao conteúdo essencial, estamos falando de amor, solidão e fantasia. E isso é atemporal, ressoa conosco independente do tempo”, afirma.

Paulo e Maria

Trabalhar na adaptação da obra de Jabor, além de recompensador para a equipe da direção, também o tem sido para os intérpretes da dupla principal, Juliana Martins e Sérgio Marone. Ambos ressaltam o quão gratificante é estarem trabalhando juntos nos palcos.

“Eu e a Juliana temos uma conexão muito boa, uma excelente sinergia. A gente se diverte nos palcos e o público se diverte muito também”, celebra Sérgio Marone.

“Estamos voltando com esse espetáculo, que gostamos muito de interpretar, tem um texto que adoramos trabalhar no palco e fora dele, e o público percebe esse amor. É uma coisa boa, gostosa e prazerosa de se fazer”, acrescenta.

Além da possibilidade de poder trazer essa diversão para o palco, ambos os atores também destacam a complexidade dos personagens e pontuam como é lhes dar vida. O resultado é uma peça que traz uma história sobre amor, mas também tangencia diversos outros assuntos.

“O interessante da Maria Mônica é porque ela, durante a peça, finge ser outra pessoa. Eu começo com um personagem que cria outro personagem, então eu tenho que mostrar para o público que essa é uma ‘figura 1’ criada pela original e que tem algo esquisito, para lá no final eu justificar o que é”, explica Juliana.

“E é muito delicado mostrar essa 'estranheza' sem cair numa interpretação clichê ou ruim. Eu tenho que ter a verdade de um personagem criando outro personagem e que vão havendo dicas disso, isso é o mais interessante e que sempre gera muita reação da plateia”, conta a atriz.

Já para Marone, se destaca a contradição do seu personagem: “Apesar de em alguns momentos ter um discurso machista, ele desconstrói muito isso do macho latino. Existem vários tipos de homens e o Paulo é um que não tem medo de se expor, de mostrar seus sentimentos, seus desejos, uma característica que me encanta. Ainda mais em se tratando de um personagem escrito muito tempo atrás, quando não se discutia os diferentes tipos de masculinidade”, conclui.

‘EU TE AMO’ / Sábado, às 20h e Domingo, às 19h / Teatro ISBA (Avenida Oceânica, 2717, Ondina) / Classificação: 14 anos / R$ 120 e R$ 60 / Vendas: ingressodigital.com

* Sob a supervisão do editor Chico Castro Jr.

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