TONS DE DRAMA E POESIA
Porta dos Fundos encena em Salvador a comédia improvisada ‘Portátil‘
Apresentação será única e acontecerá na Concha Acústica do TCA, neste sábado
Por Eugênio Afonso
Com mais de dez anos no ar, o grupo Porta dos Fundos que, de certa forma, revolucionou a forma de lidar com o humor no Brasil, segue fazendo o que mais sabe: divertir o público de forma inteligente e criativa.
E esta é claramente a intenção do espetáculo Portátil, que faz apresentação única, neste sábado, 23, às 19h30, na Concha Acústica do Teatro Castro Alves. Nem todos os ‘portas’ participam, mas Gregório Duvivier, João Vicente de Castro, Luciana Paes, Rafael Queiroga e o músico Andres Giraldo estarão no palco para garantir a diversão.
E nem adianta procurar a sinopse do espetáculo. Não há. Portátil é uma comédia totalmente improvisada, e funciona assim: os atores selecionam uma pessoa da plateia para contar uma história – com começo, meio e fim – baseada na vida desta pessoa. Aí, com os dados que a pessoa fornece, além de uma trilha sonora composta no momento, o elenco cria uma narrativa própria que percorre as memórias do entrevistado.
“A gente escolhe uma pessoa por dia e encena a história dela. Por isso, Portátil é completamente diferente. Vira uma peça com a cara da pessoa, porque a gente conta as histórias do público”, explica Gregório.
E ele vai logo avisando que a participação da plateia só existe até o momento em que a pessoa escolhida fornece os dados solicitados. “A gente só abre para o público no começo. A participação dele acaba ali, depois é tudo com o elenco”.
Vida nada banal
Há oito anos em cartaz, Portátil também passeou por Portugal. Duvivier conta que em terras lusitanas a participação da plateia não foi assim tão simples em função do público ser mais tímido, mas que no Brasil todo mundo quer interagir.
Ele diz ainda que lidar com o improviso é sempre um risco – vai que o público decide não participar –, mas que, no entanto, existe também muito treino para isso. “Temos uma estrutura que segura a peça caso a plateia não participe, mas isto nunca aconteceu”.
E depois de tanta estrada e inúmeras encenações, a atriz Luciana Paes, que está substituindo Luis Lobianco, define o espetáculo como um grande exercício, uma brincadeira sobre a vida da pessoa.
“Ele tem o desejo de mostrar o quão mágico é a vida de uma pessoa, mesmo que ela ache que seja banal. É engraçado porque a vida das pessoas é mais fantástica do que a gente consegue prever”, acredita Luciana. E complementa, afirmando que “a vida é a melhor dramaturga que existe. É através dela que a gente tem as melhores histórias”.
A apresentação em Salvador, na Concha Acústica, vai acontecer no maior espaço cênico que a peça já esteve – afinal cabem cinco mil pessoas ali –, segundo Duvivier. “Vamos ver quanta gente vai”, pontua, um tanto quanto assustado, o ator.
E para finalizar, Gregório comenta que a peça é uma comédia improvisada com tons de drama ou poesia. “Ela fica com a cara do público. Para nós, é uma chance de viajar e entrar em contato com o público do Porta. É também uma maneira de renovar, oxigenar a relação como criadores de conteúdo”.
Portátil chega a Salvador através do projeto Catálogo Brasileiro de Teatro, em parceria com a Sarau Agência de Cultura Brasileira. Os ingressos estão à venda no Sympla e na bilheteria do local.
‘Portátil’ / Amanhã / 19h30 / Concha Acústica do Teatro Castro Alves / 12 anos / Valor: plateia R$ 90 (inteira) e R$ 45 (meia), camarote: R$ 180 (inteira) R$ 90 (meia)
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