TELEVISÃO
Christiane Torloni diz que quer trabalhar até os 90 anos
Por Márcia Pereira | Estadão Conteúdo

Dois anos após viver a vilã Tereza Cristina da novela "Fina Estampa", da Globo, Christiane Torloni volta a integrar o elenco de uma trama da emissora. Agora, sua missão é totalmente diferente. Na pele de Maria Inês, em "Alto Astral", a atriz protagoniza um triângulo amoroso maduro com Marcelo (Edson Celulari) e Úrsula (Sílvia Pfeifer). A história mostra que é possível reencontrar o grande amor de sua vida mesmo depois de 35 anos longe dele.
Além de interpretar uma personagem que ela define como super-humana e sensível, a veterana comemora o fato de poder estar em uma trama que fala de espiritismo e de vidas passadas. Torloni fez a personagem central de "A Viagem", Dinah, sucesso de Ivani Ribeiro de 1994, que está sendo reapresentado pelo canal pago Viva.
Espiritualista, ela afirma que não é uma coincidência poder promover esse tema novamente. "Não acho que seja de graça que, neste momento, tenha uma outra novela falando do espirtitismo. O brasileiro tem esse lado, da religião, muito forte. É uma herança bacana que a Andrea Maltarolli nos deixou", comenta a atriz, referindo-se à autora Andrea Maltarolli, que escreveu a sinopse de Alto Astral antes de morrer, em 2009, em decorrência de um câncer. A trama está sendo desenvolvida por Daniel Ortiz, com a supervisão de Silvio de Abreu.
Segundo Torloni, a abordagem da nova novela das sete é importante para mostrar às famílias que se deve falar de forma natural sobre a morte com as crianças e os jovens. "Fui criada dentro do catolicismo e sou cristã. Quem é criada dentro desta religião é espiritualista, consequentemente", observa a atriz, que revela que estudou muito o kardecismo, doutrina inspirada na filosofia de Allan Kardec, para fazer a novela A Viagem.
Viúva
Em Alto Astral, Maria Inês é uma mãe dedicada. A personagem se casou com um homem rico, um médico de uma família tradicional de Nova Alvorada, cidade fictícia em que se ambienta a trama. Como não conseguiu engravidar, ela resolveu adotar duas crianças: Marcos (Thiago Lacerda) e Caíque (Sergio Guizé). Carinhosa, a personagem faz tudo para que os filhos se deem bem e vive somente para a família até reencontrar Marcelo.
Ela já é viúva quando o acaso promove essa façanha, trazendo Marcelo para perto dela novamente. O amor da juventude não sucumbiu ao tempo e os dois não vão conseguir controlar os impulsos da paixão. Porém, Marcelo está casado com Úrsula, uma mulher que fará de tudo para manter seu casamento.
"É uma personagem que tem um grande amor, que ficou perdido no passado. Essa história é muito bonita e deve seguir os caminhos que o autor desejar. Mas Maria Inês terá um conflito de culpa, por conta desse grande amor que ainda está lá latente dentro dela. É forte mesmo, mas ela não aceita se envolver com ele porque Úrsula está doente", diz Torloni, que vê nessa história um caso real.
"Isso acontece, sim! Existem pessoas que se reencontram depois de muito tempo e percebem que o amor estava lá dentro, nunca morreu".
Aos 57 anos, a atriz diz que vai trabalhar até quando estiver bem velhinha. Aposentadoria não faz parte de seus planos. "Se eu conseguir manter a saúde em dia, posso trabalhar até os 90 anos ou mais. Se o ator tiver memória, tem papel, sempre tem um personagem que pode ser dele. Eu vou seguir trabalhando. Não sei fazer outra coisa", afirma a veterana.
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