CULTURA
Escritor Dênisson Padilha Filho lança seu nono livro, o volume de contos ‘Fúria Talvez’
Livro será lançado no sábado
Por Chico Castro Jr.
A fúria pode ser um ato colérico, mas também pode ser um modo de fazer as coisas. Pode-se fazer amor com fúria. Pode-se escrever ou fazer uma limpeza na casa da mesma forma. Em Fúria Talvez, o escritor baiano Dênisson Padilha Filho explora, em diversos contos, as diferentes aplicações para a fúria que há (ou às vezes falta) em todos nós. No sábado, ele estará na Cervejaria ArtMalte (Rio Vermelho) assinando (talvez com amorosa fúria) exemplares do livro para quem se dispuser a adquiri-los.
Antes da sessão de autógrafos, ainda haverá uma mesa de bate-papo com o autor e o jornalista Tom Correia. Outra escritora, Rita Santana, fará a leitura de um dos contos.
“Ela vai estar lá fazendo, emprestando a sua voz, a sua emoção. Para mim é importante que haja a leitura pública nos eventos de literatura, porque a gente conversa sobre a coisa, mas não faz a coisa se não tiver a leitura pública”, acredita Padilha.
Nono livro da carreira do escritor de 53 anos, Fúria Talvez é dividido em três partes, com cinco ou seis contos, cada. Em ‘Na estrada’, a tensão que aflige os personagens se concentra no deslocamento geográfico e nas partidas de suas personagens à força. A parte ‘Na carne’ observa o desejo e suas pulsões, por vezes, indomáveis. Encerra o volume a parte ‘No sangue’, na qual eclodem relações familiares mal delineadas e conturbadas.
Lapidação criteriosa
Padilha conta que alguns desses contos estão sendo lapidados há mais de uma década: “Venho praticando esse exercício de lapidação, de toda peça literária, todo texto literário meu, ao longo de muitos anos. Por exemplo, eu tenho conto de 13 anos, nove, oito anos, que vem nesse processo e estão agora no Fúria”.
Escritor prolífico, que já conta com quase uma dezena de títulos publicados, Padilha vê o lançamento de Fúria Talvez como “Um evento de celebração dos meus 25 anos de carreira literária. Muita coisa eu lancei ao longo desses anos, né?”, admira-se.
“(Com esse livro) Espero divertir, emocionar e inquietar o leitor, que é o que em verdade importa para quem faz arte – inquietar, emocionar, tirar o público da sua regra, daquele momento de regra, de correria e tal, e você tira e joga numa outra órbita, numa órbita de fruição. Para mim é o que verdadeiramente importa”, afirma o autor.
Talvez a estrada já percorrida tenha colocado o ofício da escrita em perspectiva para Padilha, que enxerga com clareza o que quer: “Ganhei alguns prêmios, aplausos de gente de relevo, e nada disso é tão importante quanto você emocionar o leitor através do refazer da vida, da reconstrução da palavra”, conclui.
Lançamento: sábado (19), a partir das 15h30 / Cervejaria ArtMalte (Rua Feira de Santana, n. 354, Rio Vermelho)
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