CULTURA
Esposição fica em cartaz até 23 de março na galeria RV Cultura e Arte
Mostra é uma espécie de espaço-tempo de cocriação e experimentação
Em cartaz na galeria RV Cultura e Arte (Rio Vermelho) até o dia 18 de março, a exposição FLAMA! traz diversos trabalhos da artista visual brasileira Flávia Bonfim com o ilustrador madrilenho Maguma.
São desenhos, colagens, esculturas e monotipias de diversos tamanhos e feitos com lápis dermatográfico, adesivo em papel, arenito esmaltado e tinta gráfica.
“O objetivo da exposição é o de expor o trabalho, fazer com que seja visto e gerar movimento a partir do diálogo com as pessoas e suas percepções”, conta Maguma. Flávia explica que o título FLAMA! vem da junção do nome dos dois – FLAvia e MAguma.
A mostra é uma espécie de espaço-tempo de cocriação e experimentação, iniciada durante a pandemia, entre Flávia e Maguma. A dupla desenvolveu um jogo de contínuas intervenções a partir de um vocabulário visual em transformação de formas e cores, segundo os próprios artistas.
De acordo com Flávia, a mostra é um exercício, uma metodologia de criação. “Iniciamos esse jogo a partir de nossas referências particulares para viver uma espécie de contaminação. Contaminação da maneira de pensar, das referências gráficas. Um exercício de desmontar e reconhecer de que é feito o objeto, inclusive de intervenção na proposta do outro”.
Impermanência
Para Valquíria Prates, curadora e pesquisadora que assina o texto do projeto, em FLAMA! cada um dos expositores entra em ação criativa com seus repertórios, ferramentas, tecnologias, visões de mundo e modos de fazer.
“O grande diferencial do trabalho em dupla da Flávia e do Maguma é que os dois se propuseram um desafio, o de criar quem faz o quê num trabalho em que a autoria fica misturada. Os desenhos não são só gravuras, são o registro final do processo de uma relação. É um laboratório de processos autorais. Individualmente, tanto um quanto o outro tem trajetórias brilhantes de profunda investigação com os processos gráficos. Quem visita a exposição, visita mesmo um processo partilhado”, analisa Prates.
E como a dupla trabalha com a ideia de uma obra não estática e sem uma imagem final, a impressão que dá é a de que as pessoas também vão poder participar da feitura.
“O público não interfere na obra, na exposição, mas a gente sempre convida para uma atividade onde compartilha nossa metodologia de criação. É um diálogo temporal que vem de uma tradição gráfica de ilustrador, que é o jogo com as formas”, explica Bonfim.
E acrescenta: “É um exercício de olhar para o mundo e perceber que isso que está ali em um cenário pronto foi criado a partir de fragmentos. Que a gente habita um empilhamento de formas. Essa é um pouco a base do que a gente ativa como pensamento em FLAMA!”.
Minibio
A soteropolitana Flávia Bomfim (1979) é artista visual e investiga principalmente a ilustração têxtil, ao mesmo tempo em que desenvolve o projeto de narrativas bordadas com grupos de mulheres de localidades periféricas.
Realizou residências artísticas na Scuola Internazionale d'Illustrazione (Itália), em 2013, no ateliê de gravura da ilustradora Joelle Jolivet, em Paris, em 2015, no Museo Textil de Oaxaca, México, em 2016, e em 2018 organizou uma feira de publicação independente em Nápoles (Itália). Em 2021, Flávia recebeu o prêmio Green Island, do Nami Concours, na Coreia, por uma sequência de ilustrações referente ao livro O Adeus do Marujo.
Nascido Marcos Guardiola, em Madri (1977), Maguma, que vive na capital espanhola, é ilustrador com trabalhos publicados em diferentes veículos, a exemplo do Courier International, Forbes, El Diário e Reader’s Digest. Como autor, teve livros publicados dentro e fora da Espanha.
Prêmios e menções incluem a participação no catálogo Latin American Illustration, entre os anos de 2016 e 2019, a medalha Colibri de melhor ilustrador em 2016, Prêmio APIM, em 2018, e o Nami Concours Green Island, em 2019.
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