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CULTURA

Falta de apoio impede exposição de obras de Carlos Bastos

Por Daniela Castro

12/10/2015 - 7:30 h
Obras de Carlos Bastos
Obras de Carlos Bastos -

Num diário de 1953, Carlos Bastos escrevia: "Tenho quase vergonha de confessar que estou tão velho". Era 12 de outubro e ele estava completando 28 anos. Se a noção de velhice era algo enviesado para o artista plástico, ele provavelmente não saberia prever que rumo sua arte tomaria.

Para marcar a data desta segunda-feira, 12, quando estaria fazendo 90 anos, a família pretendia fazer uma exposição em homenagem ao artista que integrou a linha de frente do modernismo na Bahia. Mas o projeto vai ter que ficar para mais adiante.

"Força de vontade e material nós temos. Falta apoio", lamenta a sobrinha-neta Mirella Bastos. Ela se diz "contemplada" pelos direitos que lhe foram transmitidos por Altamir Galimberti, que foi casado com Carlos Bastos por mais de 30 anos e deixou a Bahia para viver no Espírito Santo, motivado por questões de saúde.

Entretanto, Mirella reconhece também o ônus que esse privilégio traz a reboque. O acervo em questão reúne cerca de 60 pinturas, diários, objetos pessoais, fotografias e mais de mil desenhos. Está tudo guardado na casa do pai de Mirella, o cerimonialista Luizinho Bastos, sobrinho de Carlos.

Espaço próprio

"Ele achou de bom tom deixar aqui porque havia pessoas próximas, que conheciam e vivenciaram toda a história. A ideia era 'vamos salvar esse acervo, não deixar sumir'. Mas está muito difícil, patrocínio é bem complicado, a gente cuida como pode", lamenta Mirella, que também é artista plástica mas atua como cantora em bandas de axé e forró.

O ideal da família, ela conta, era ter um espaço que carregasse o nome de Carlos Bastos em algum ponto turístico de Salvador, como Pelourinho ou Farol da Barra. Ou ainda, no Rio Vermelho, bairro onde ele nasceu. Mas isso já seria o desfecho. Talvez falte à família o norte para dar o primeiro passo, já que as iniciativas ficaram apenas no âmbito da mobilização entre amigos.

Iniciativa privada

Paulo Darzé aconselha a começar pela verificação do estado de conservação das obras. "O primeiro passo é contratar uma equipe de restauradores", recomenda.

O marchand, que tem duas pinturas de Carlos Bastos à venda em sua galeria, também chama atenção para a importância de um especialista na avaliação das obras. "As famílias geralmente acham que não vale nada ou que vale muito", opina, lembrando que Carlos Bastos tinha algumas particularidades que podem servir de empecilho.

"Ele fez coisas fantásticas, e outras difíceis de comercializar. Além disso, ele sempre foi um artista muito local, que não cuidou de sua projeção além da Bahia. Era um artista de poucas ambições", revela Darzé, que sugere à família procurar uma instituição privada que se disponha a adquirir o acervo.

Poder público

O poder público aponta outros caminhos. Em comunicado oficial, a Secretaria de Cultura lembra que entre as possibilidades está o apoio através de projetos de restauração, catalogação ou livro, via mecanismos de fomento como o Fazcultura ou o Fundo de Cultura da Bahia.

"Uma alternativa é a doação das obras a um museu administrado pela Secretaria, a exemplo do Museu de Arte Moderna da Bahia, que, inclusive, irá ganhar uma reserva técnica profissional climatizada, que preenche todos os requisitos para a boa conservação do acervo", diz a Secult.

Há atalhos, ainda, no âmbito do município. Basta lembrar dos projetos dos museus de Carybé e Pierre Verger. Fernando Guerreiro, diretor da Fundação Gregório de Matos, se mostra disposto a estudar um projeto que contemple o acervo de Carlos Batos. "Eu nunca fui procurado. Mas estamos falando de memória e, em se tratando de figuras-ícone, há total interesse. O diálogo está aberto".

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