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CULTURA

Festival de teatro traz peças para o público infantil em Salvador

Projeto 'Petiz' aborda temas essenciais para as crianças; espetáculo vai até terça-feira

Por Elis Freire*

13/04/2023 - 6:30 h
BOO, do grupo mineiro Minha Companhia, é um dos destaques da programação do festival Petiz
BOO, do grupo mineiro Minha Companhia, é um dos destaques da programação do festival Petiz -

O Petiz - Festival de Arte para Infância e Juventude traz para Salvador, entre esta quinta e a próxima terça-feira, cinco espetáculos teatrais que abordam temas essenciais para a criançada, como medo, ancestralidade, identidade e direitos das crianças.

A peça BOO, da Minha Companhia de Minas Gerais, O Pequeno Herói Negro, do Rio de Janeiro, e A Casa Encantada do Bonde da Calu, da Bahia, estão na programação do Teatro Gregório de Mattos e do Espaço Xisto Bahia, no Centro de Salvador, e o espetáculo Guigui será realizado no fim de linha do Uruguai.

Idealizado por Poliana Bicalho e Renata Berenstein em 2016, o festival também promove oficinas, visitas mediadas, sessão de contação de histórias e um desfile pelas ruas de Salvador. Com um conjunto de ações pela cidade, o Petiz busca garantir o acesso à cultura para as crianças e formação educativa.

“O festival surge porque eram esparsas as ações voltadas para as infâncias e juventudes em Salvador, tendo como foco a questão do acesso à arte. O pensamento que norteia o Petiz é a mediação cultural que coloca a criança como sujeito de direitos, central nas ações do festival”, explicou Poliana.

A novidade da edição do Petiz esse ano foi a curadoria infantil – “espaço de protagonismo e legitimidade das crianças”. Após a curadoria de Ney Wendell Oliveira e Maria Eugênia Milet, a criançada foi chamada para apreciar e opinar dentre os dez espetáculos selecionados.

BOO

O espetáculo BOO abrirá a mostra com duas sessões hoje às 14h30 e às 19h, no Teatro Gregório de Mattos. Primeiro espetáculo da Minha Companhia (MG), BOO faz parte de uma trilogia temática sobre o medo. Ao contar a história de duas palhaças que caem de paraquedas em um ambiente inóspito e se veem completamente, sozinhas e desprotegidas e buscam coragem para sobreviver, a peça discute esse sentimento com o público.

“Buscamos reflexões sobre o tema medo: será que ele é imposto? Será que é assumido? Como lidamos com ele individualmente e em sociedade? E mais importante de tudo, falamos sobre coragem: coragem de ser quem se é, de assumir suas fragilidades, de enfrentá-las com leveza e recorrer a ajuda quando e se for necessário”, afirmaram Janaina Morse e Maria Teresa Costa, palhaças autoras da peça.

“Ser mulher, artista, palhaça, estar em cena e dizer às crianças, principalmente às meninas, que elas podem ser e fazer o que quiserem e encontrar coragem dentro de si para isso, é fabuloso”, afirmou Janaina.

Com música e muito riso, BOO usa linguagem de circo para divertir e trazer reflexões. “A palhaçaria tem a licença de acessar universos, subverter questões, provocar delicadezas e revoluções. O que me fascina são nossas inadequações e erros causarem reflexões, risos, lágrimas e transformações”, completou.

No sábado (15 de abril), às 16h, e no domingo (16), às 15h, no Teatro Gregório de Mattos, A Casa Encantada representa a Bahia no Festival. Segundo espetáculo do Bonde da Calu, grupo de teatro infantil idealizado por Cássia Vale, a peça teatral reflete sobre o tema dos direitos das crianças, principalmente em relação às infâncias negras.

“A Casa Encantada fala da magia da transformação que a criança tem e da importância de buscar os direitos e deveres das nossas crianças, principalmente com o recorte específico das infâncias negras. As infâncias negras carregam outras histórias, por conta desse dragão do racismo que reflete no mundo infantil também”, explicou Cassia, escritora e atriz do Bando de Teatro Olodum.

Fruto de oficinas de circo com apoio da Life Circo, oficinas de musicalização com Cell Dantas e de escrita criativa com a própria Cassia, os pequenos atores mergulharam no mundo de A Casa Encantada.

“Um espetáculo que vem de um trabalho de formação e trabalha com um tema tão abrangente vai influenciar na formação de quem pratica e de assiste. É uma responsabilidade gostosa representar a Bahia e essa forma de fazer teatro com crianças e adolescentes, para que as próprias crianças possam falar dos seus direitos”, completou.

A peça conta a história de alunos que encontram o Bricante, um griô africano que os convida para uma Casa Encantada para viver um mundo mágico de brincadeiras.

“O Bonde da Calu bebe em referências da cultura afro para trabalhar com as infâncias negras, através dos sinais e símbolos dessa cultura”, afirmou a diretora e autora do texto com Cell Dantas.

Já O Pequeno Herói Negro terá sessões na próxima segunda e terça, dias 17 e 18 de abril, no Teatro Gregório de Mattos, às 15h.

Com uma narrativa afrofuturista, o espetáculo dirigido por Cristina Moura e Luiza Loroza traz tecnologia e ficção científica para falar sobre superpoderes da vida real. Com idealização e atuação de Junior Dantas, ator potiguar que vive no Rio de Janeiro, o espetáculo busca trazer referências positivas para as crianças negras.

“O meu trabalho reflete muito as minhas experiências pessoais da minha infância, por eu não ter tido essa representatividade de forma positiva de personagens negros. Então, O Pequeno Super Heroi Negro traz essas referências: Dandara, Zumbi dos Palmares, Carolina de Jesus, personagens históricos da vida real, e também de personagens da ficção, como Pantera Negra e Super Choque”, afirmou Junior, que é ator solo nessa autoficção.

O personagem principal, o Super Nagô, é um youtuber que se transforma em super herói a partir de conhecimentos herdados do pai, da mãe, do avô e da avó, e assim, consegue transformar a vida de todos à sua volta.

“O Super Nagô é um super herói 100% brasileiro, um herói da vida real. Os superpoderes não precisam ser voar ou ser veloz, mas na verdade o poder está dentro da gente e a gente tem que acreditar nisso para transformar a vida das outras pessoas”, disse.

Espetáculo colorido e interativo, O Pequeno Heroi Negro busca refletir sobre um tema importante, mas com muita diversão. “A peça fala de racismo sem tocar na palavra ‘racismo’. A peça cria senso crítico para crianças, para os pais, pessoas de todas as idades, que não tiveram essas referências na infância para que saiam dali querendo saber mais sobre esses personagens. É uma sementinha que a gente planta, porque a peça não termina quando as cortinas se fecham”, completou Junior.

Cachorro ou bicicleta?

Por fim, a mostra de dança Guigui, marcada para às 10h do dia 18, acontecerá no fim de linha do Uruguai, em frente à Escola Comunitária Luiza Mahin. Com concepção e interpretação do baiano João Rafael Neto, Guigui fala sobre a cumplicidade e apego de um ciclista com sua bicicleta, que ganha até nome e quase uma vida própria. O artista pratica o ciclismo e a dança há mais de 20 anos.

Os ingressos dos demais espetáculos custam R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada) e podem ser adquiridos pela plataforma Sympla, exceto o espetáculo Guigui, que terá entrada gratuita.

Para além dos espetáculos, o Festival estará realizando oficinas formativas e visitas mediadas para o público e artistas que compõem o festival.

O Festival tem uma história de aproximação com a cena artística da periferia da cidade, em diálogo com a comunidade do fim de linha do Uruguai.

Fruto da Oficina Lugar de Gigantes, realizada no Centro cultural dos Alagados, o Cortejo Lugar de Gigantes tomará as ruas do Uruguai amanhã às 10h, com um grande boneco gigante produzido em conjunto durante dez dias de oficina. “O festival se estabelece em rede. Todas as ações tem uma história e um porquê. O cortejo é uma ação pioneira, diferente da estrutura de um festival de teatro convencional, mas que mostra a força de criação artística daquela comunidade e reconhece o trabalho social e educacional desenvolvido em prol das infâncias e das juventudes”, afirmou a coordenadora Poliana Bicalho.

O Petiz contará também com Oficina Artística Tessitura do Fazer, uma atualização e vivência formativa para professores, a partir da dança e do brincar. Inspirada na pedagogia sistêmica, a oficina será realizada no Espaço Xisto Bahia, no dia 17, das 18h às 21h.

Já no dia 18, às 14h30, uma equipe de mediação estará recebendo escolas e ongs com agendamento prévio para uma visita mediada. “É uma vivência para artistas e não artistas conhecerem a história daquele espaço. Aproximar as pessoas do teatro, para que o edifício teatral e arte criem significados para essa comunidade”, ressaltou.

O projeto foi contemplado pelo Edital Setorial de Teatro 2019 e tem apoio financeiro do Governo do Estado, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda, Fundação Cultural do Estado da Bahia e Secretaria de Cultura da Bahia.

* Sob a supervisão do editor Chico Castro Jr.

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