CULTURA
Garfield e Antonio Banderas são as atrações do feriadão
Por Agencia Estado
Você pode dançar com Antonio Banderas, divertir-se em dose dupla com Garfield, revoltar seu estômago com Seres Rastejantes, emocionar-se com as pequenas tragédias que afligem o garoto Victor, de Amigo É pra Essas Coisas, ou desconcertar-se com o universo de aparências da estreante Miranda July em Eu, Você e Todos Nós. Mas não existem muitos pontos de contato entre todos esses filmes, exceto que estréiam nesta quinta-feira, em pleno feriado.
Os mais fáceis de relacionar talvez sejam Vem Dançar e Garfield 2. Embora o primeiro tenha o pé na realidade, ambos são fantasias, um sobre um professor de dança e outro sobre um bichano balofo que adora dançar. O primeiro Garfield, de Pete Hewitt, era bem divertido. O segundo, dirigido por Tim Hill, baseia-se livremente em O Príncipe e o Mendigo, de Mark Twain, com a diferença de que se trata de ?o príncipe e o plebeu?. Temos, aqui, dois Garfields e não apenas um, o que significa que o gato, criado digitalmente, tem de interpretar para levar a história adiante.
Diversão garantida
É curioso, mas Hill e Liz Friedlander, a diretora de Vem Dançar, iniciam seus filmes por meio de montagens paralelas. No caso de Garfield 2, acompanhamos o despertar do gato principesco num castelo da Inglaterra, com todas as mordomias que lhe garante a fortuna da dona, e, do outro lado do Atlântico, surpreendemos o próprio Garfield num momento de crise que sobressalta sua existência ociosa. O dono de Garfield ensaia mil e uma maneiras de confessar seu amor à bela veterinária, sempre encontrando resistência no gato, que teme as conseqüências da entrada dela na vida modorrenta dos dois. Apresentadas as figuras, a dona do aristogata morre e ele fica com a herança, para desespero de um lorde do mal, que contava com a morte da tia para transformar sua propriedade num lucrativo resort.
Graças a um desses estratagemas de que os roteiristas gostam de lançar mão, a veterinária é convidada para um congresso na Inglaterra, onde as duas pontas da história se cruzam. O dono de Garfield a acompanha e com ele seguem o gato e o cãozinho da família. Mais um par de cenas e invertem-se os papéis - Garfield instala-se no castelo cercado de bichos súditos que temem pelo futuro de todos, enquanto o felino nobre, vítima do lorde malvado, vive a experiência da vida plebéia. Nada disso é novo, mas, se você gostou de Garfield no filme anterior, talvez se divirta com ele em dose dupla, mesmo que o programa revele excessiva preocupação em ser politicamente correto e inofensivo para platéias infantis (o que, sob certos aspectos, o primeiro filme não era - e por isso era melhor). A piada mais engraçada está logo no começo, quando Garfield e o cão fogem do hotel e vão dar um passeio por Londres, indo parar em frente ao palácio de Buckingham.
Antonio Banderas é professor de dança de salão
Em Vem Dançar, Antonio Banderas é um professor de danças de salão que se oferece para colocar nos eixos os alunos rebeldes de uma escola barra-pesada de Nova York. Desde Sementes da Violência, de Richard Brooks, de 1954, o cinema contou muitas histórias parecidas, sendo a mais emblemática a de Ao Mestre com Carinho, de James Clavell, de 1968, com Sidney Poitier. Mestres fazem de tudo para atingir seus objetivos. Michelle Pfeiffer (em Mentes Perigosas, de John N. Smith, de 1995) chegava a empregar artes marciais na sala de aula, lembram-se? O estranhamento criado pela diretora Liz Friedland consiste em fazer com que Banderas leve foxtrot e valsa a uma audiência que depreda carros ao som de rap (na cena inicial).
A rapaziada, claro, vai terminar dançando no ritmo dele, o que significa assimilar mensagens corretas de superação individual e social. Ah, sim, por mais improvável que pareça, a história é real e baseia-se na experiência de Pierre Durlaine, que já atendeu a mais de 100 mil alunos de Nova York com seu programa de aulas de dança. Banderas exibe seus dotes de dançarino e você dev
Cannes, todos os anos, promove eventos de rua que já foram incorporados ao bestiário do festival). Gunn quer divertir sem deixar de levar a sério seu material como metáfora do mundo pós 11 de Setembro. O problema é que ele exagera na tentativa de provocar repugnância a qualquer preço (e o tempo todo). As coisas também não são o que parecem em Eu, Você e Todos Nós. O filme de Miranda July ganhou o prêmio do júri no Sundance Festival e a Caméra d?Or em Cannes, no ano passado (atribuída por Abbas Kiarostami). O que parece um compêndio de perversões vira (quase) um tratado de excentricidades inocentes. É a melhor estréia.
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