CULTURA
Grupo Neoenergia anuncia parceria com festivais Rock in Rio e The Town
Iniciativa"#pela descabonização" visa diminuir emissão de poluentes nos eventos
Por João Paulo Barreto | Especial A TARDE
Um dos mais tradicionais festivais de música do mundo, o Rock in Rio, juntamente ao seu similar paulista que estreia este ano, The Town, anunciou uma parceria com o grupo Neoenergia para uma iniciativa visando zerar, em todo processo de produção dos shows, a emissão de poluentes derivados da queima e liberação de monóxido de carbono na atmosfera.
A iniciativa, batizada de "#Pela Descarbonização" foi apresentada em evento que aconteceu no Museu do Amanhã, na cidade do Rio de Janeiro. O jornal A TARDE cobriu a coletiva de imprensa in loco, onde pôde conversar com o espanhol Eduardo Capelastegui Saiz, CEO do grupo Neoenergia, e com Roberta Medina, representante da Rock World, empresa que administra as marcas Rock in Rio e The Town.
Durante a apresentação da iniciativa ao grupo de jornalistas e convidados presentes no Museu do Amanhã, Capelastegui afirmou que a parceria do grupo Neoenergia, que administra a distribuição de energia elétrica em cidades de Pernambuco, Bahia, Distrito Federal, São Paulo e Rio Grande do Norte, tem como foco a promoção de soluções visando exatamente a descarbonização de eventos que façam parte da indústria da música, e acrescentou que a companhia tem uma estratégia clara de expansão sustentável centrada na meta de reduzir a intensidade da emissão de CO² para 20g/kWh até 2030, e atingir a neutralidade carbônica até 2050.
Lâmpadas de led
Além de ações práticas, como a utilização de carros elétricos dentro da organização dos dois festivais, bem como uma parceria com o metrô da cidade do Rio de Janeiro que funcionará 24h por dia durante as datas do Rock in Rio, incentivando, assim, o uso do transporte público, o CEO do grupo Neoenergia trouxe aos presentes uma outra iniciativa. “Por cada pessoa presente nos dois festivais, a Neoenergia trocará uma lâmpada convencional por uma LED – que economizam até 40% em relação a uma fluorescente compacta (15W) - em escolas, hospitais, instituições sem fins lucrativos e comunidades de baixa renda nas áreas de concessão onde a empresa atua na distribuição de energia no Brasil”, explicou Capelastegui, e salientou que o número poderá chegar a mais de um milhão e 300 mil lâmpadas de LED doadas. “Pelas estimativas de público, o The Town deve proporcionar a troca de até 500 mil lâmpadas e o Rock in Rio vai proporcionar a troca de outras 700 mil", comemorou o CEO. A iniciativa integra o Programa de Eficiência Energética, regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Filha de Roberto Medina, o homem por trás da criação do Rock in Rio em 1985, Roberta Medina apresentou em sua fala pontos a comemorar dentro da parceria entre o Rock World e o grupo espanhol capitaneado por Eduardo Capelastegui. “Chegou o momento em que precisamos dar um passo maior e buscar soluções inovadoras que atendam não só os nossos festivais, mas a indústria como um todo. E a Neoenergia é o parceiro que escolhemos para entrar com a gente nessa missão”, frisou a herdeira do Rock in Rio, salientando que o mercado da música internacional passou a enxergar no Brasil um campo promissor, o que, segundo ela mesma lembrou, era bem diferente há três décadas.
Pela descentralização
A parceria visando uma conscientização da sociedade e do público frequentador dos festivais para uma maior preservação ambiental e focada em reduzir poluentes oriundos da queima de carbono tem nos dois festivais centrados no eixo sudestino de Rio-São Paulo um grande chamariz midiático dentro do perfil de empresas verdes, ou seja, focadas em reduzir impactos ambientais e calcadas no pilar da sustentabilidade. Mas tendo o Nordeste como a região que mais gera energia elétrica no Brasil através das suas usinas hidrelétricas e parques eólicos, por que não descentralizar tais vitrines e trazer para cá parcerias com artistas em shows musicais de grande destaque? Respondendo a pergunta de A TARDE, Roberta Medina trouxe um panorama da indústria musical atualmente.
“O que está acontecendo de positivo é que o mercado americano e o mercado europeu estão mais ou menos esgotados. Então, existe uma tendência de investimento na indústria da música para a América Latina, que é o mercado mais potente e segue para o crescimento dessa indústria. Nós vamos assistir a um grande investimento em novos artistas latino-americanos e muito do fortalecimento de turnês", explica Medina, que relembra o momento em que essa mudança começou a acontecer.
"Lá atrás, quando fazíamos pesquisa de mercado para o Rock in Rio, a gente nunca colocava Madonna, U2 e Rolling Stones. Porque eram artistas que faziam seus próprios concertos em estádios. E a operação em um festival era muito desafiadora para eles e para o próprio festival. O que a gente precisa ver é que, agora, nós temos muitos artistas com os quais crescemos nas últimas décadas que vão entrar nesse momento, que já estão nesse momento. E você olha para a Beyoncé, Ed Sheeran, Coldplay, todos eles estão fazendo. Porque a logística da turnê própria é muito mais viável para o artista do que a logística de festival. Vantagem? Com o mercado latino-americano crescendo, as turnês também vão poder crescer. Se a gente olhar lá atrás, em 2001, os artistas vinham ao Rock in Rio e, no máximo, iam para SP. Começou crescendo por Porto Alegre, e, hoje, já tem pequenas turnês brasileiras e latino-americanas. É uma tendência de crescimento que não depende só do mercado interno. Acho que a gente aqui tem o potencial de organizar o Brasil um pouquinho para dar voz a projetos que são, de fato, descentralizados. Mas acho que isso vai acontecer por conta da própria indústria," garante Medina.
Baianos presentes
Como banda convidada, a Afrocidade, conjunto musical natural de Camaçari, participou da celebração no evento trazendo o jingle temático da campanha "#pela descarbonização". Ao A TARDE, Fernanda Maia e MCDO, vocalistas da banda, falaram sobre a oportunidade do convite para a campanha. "Quando a gente se une com um único objetivo, a verdade chega. Ela pode até demorar um pouco mais para acontecer. É um pouco mais árduo, os caminhos são mais estreitos, mas parcerias como essas estão sujeitas a acontecer a partir do momento em que a verdade prevaleça e que o desejo seja unificado", pontua Fernanda.
Para MCDO, "é muito importante termos o bom senso de conseguir entender que essa é uma grande oportunidade. É muito importante para sabermos que estamos tendo resultado. Cada um tem o seu caminho, cada um busca uma forma de fazer o seu projeto acontecer, e a gente vem prezando pela nossa imagem. A gente não se associa a qualquer marca, também. Temos coisas que são inegociáveis. Essa campanha surgiu, nós pesquisamos e percebemos que fazia parte da nossa essência. Somos de Camaçari, cidade onde fica o Pólo Petroquímico, e entendemos a necessidade desse processo de descarbonização", finaliza o músico.
*O jornalista viajou a convite do Grupo Neoenergia
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