CULTURA
Ítalo Rossi é maaara!
Por Içara Bahia, do A TARDE
Aos 50 anos de carreira, o veterano Ítalo Rossi esbanja talento e disposição em cena. Integrante do elenco da série Toma Lá, Dá Cá, exibida pela Globo às terças-feiras, o ator garante a diversão dos telespectadores na pele do Seu Ladir, e não economiza humor ao entoar o bordão “mara”, contração da palavra maravilhoso, que já caiu no gosto popular.
Marido da autoritária Dona Álvara (Stella Miranda), síndica do condomínio Jambalaya Ocean Drive, Ladir é a versão masculina de Dirla Tomás, a transformista e ex-cantora de boate gay do seriado. Ele assume comportamentos femininos, como pintar as unhas e usar calcinha, mas não nega que possui muita testosterona.
Convite – Com muita simpatia, Ítalo Rossi conta que Miguel Falabella o convidou, no ano passado, para participar do sitcom. “Eu encontrei com o Miguel e ele falou assim: ‘eu estou escrevendo um papel para você’. Eu disse que estava cansado, que tinha acabado de fazer novela, mas ele disse que era para o próximo ano”, recorda. Ele topou fazer parte do programa e dividir o palco do Projac com atores como Adriana Esteves (Celinha), Diogo Vilela (Arnaldo), Marisa Orth (Rita), Arlete Salles (Copélia), Alessandra Maestrini (Bozena) e o próprio Miguel Falabella (Mário Jorge). “Quando veio o texto eu achei muito interessante. É uma provocação para o ator fazer. Eu disse: ótimo! Vamos lá, vamos em frente”, conta ele, que acertou na dose de carisma e conseguiu, em cheio, cativar o público.
Ao contrário do que muitos telespectadores acreditam, o bordão não é uma criação de Ítalo. “O ‘mara‘ já estava no texto. A primeira vez que eu usei foi numa fala com o Arnaldo”, conta ele, que recorda exatamente da frase. “Eu dizia ‘O Arnaldo, por exemplo, é mara!’. E pronto. Daí em diante pegou”, revela.
Ítalo confessa que a única coisa em comum com o Ladir é a voz, “que é um pouco mais alta", e define a personagem como um verdadeiro espertalhão. “Eu acho que ele é um grande malandro, porque ele consegue as coisas que ninguém consegue. Casar com uma mulher rica, ter uma vida que ele tem, sem trabalhar. É a malandrice dele e eu acho divertido isso”, explica.
Teatro – E o Ladir é mesmo uma verdadeira diversão na trajetória desse ator, que assume os 77 anos sem nenhum problema. “Bom é ter uma idade com saúde e paz”, afirma. Ítalo começou a carreira com o teatro amador e, certo de que a profissão de ator era mesmo o ofício que ele queria seguir, ingressou no Teatro Brasileiro de Comédia, o TBC. Já na primeira montagem, A Casa de Chá do Luar de Agosto, em 1956, recebeu o prêmio de Ator Revelação pela Associação Brasileira de Críticos Teatrais.
Mais tarde, com Fernanda Montenegro, Fernando Torres e Sérgio Britto, inaugurou a companhia Teatro dos Sete, em 1959. Pela interpretação de Frazão, no espetáculo O Mambembe, dirigido por Gianni Ratto, conquistou mais um prêmio da Associação Brasileira de Críticos Teatrais.
Trabalhos como Dorotéia Vai à Guerra, no qual contracenou com Dina Sfat, em 1972, ou ainda A Noite dos Campeões, que lhe rendeu o Prêmio Molièr, com direção de Cecil Thiré, em 1975, marcaram a carreira do ator, que nunca exerceu outra profissão. Ele diz que perdeu as contas de quantos trabalhos já fez, entre atuações no teatro, televisão e cinema. Pelo talento e simpatia, não dá para negar que ele é maraaaa!
| Serviço |
Atração: Toma Lá, Dá Cá, de Maria Carmem Barbosa e Miguel Falabella
Dia/Hora: Terças-feiras, às 21h55
Onde: TV Globo - Canal 11
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