CULTURA
Manu Chao fala sobre turnê brasileira que começa em Salvador nesta terça
Por Lucas Cunha, do A TARDE ON LINE
Já não dá mais para o público baiano chamar o cantor francês Manu Chao, 48, de "desaparecido", em alusão a uma das canções mais famosas do músico, lançada no CD Clandestino (1998).
É que, em menos de um ano, Manu retorna a Salvador para mais um show na Concha Acústica do TCA, nesta terça(8), às 18h30, abrindo uma turnê brasileira que ainda passa, na quinta, pelo Rio de Janeiro e se encerra, no sábado, em Fortaleza.
O primeiro show solo na capital baiana, em fevereiro deste ano (Manu já tocou em Salvador com sua antiga banda, Mano Negra, nos anos 1990, e fez uma participação no show de B Negão no Festival de Verão), teve lotação máxima.
Desta vez, o valor do ingresso está mais salgado, para os padrões baianos (R$ 50, a inteira, R$ 25, a meia, para os primeiros 2 mil ingressos), apesar de muita gente, na primeira apresentação de Manu, ter pago aos cambistas um valor até maior.
"Viemos fazer shows na Argentina e no Chile e surgiu a oportunidade no Brasil. Para mim, será um imenso prazer", diz o cantor, em um claríssimo português, em entrevista por telefone, de Buenos Aires, uma das cidades desta turnê sul-americana, sempre com espetáculos lotados, para públicos acima de 10 mil pessoas.
A popularidade na Argentina e a paixão pelo futebol fizeram com que Manu se aproximasse de ninguém menos que Diego Armando Maradona, maior craque dos nossos hermanos e atual técnico da seleção portenha.
Manu já compôs duas músicas para Dieguito, a mais recente está na trilha do bom documentário do diretor sérvio Emir Kusturica sobre o jogador, exibido no Brasil na Mostra de Cinema de São Paulo, em outubro.
"Maradona está muito preocupado com a seleção argentina, não pude vê-lo, mas nos falamos por telefone", diz o cantor, que não vai torcer pelo amigo na Copa do Mundo. "Quero ver bons jogos. Ainda mais porque a França (onde nasceu), pelo que vi do time, não merece nada".
Filho brasileiro
Para Manu, é bom voltar ao Brasil também por razões pessoais e afetivas: Tem um filho brasileiro, que mora em Fortaleza, e sempre que possível quer estar com o garoto. Além disso, quando saiu do Mano Negra, morou por um tempo no País, o que resultou em algumas canções do primeiro (e melhor) disco solo, Clandestino, com diversas letras com trechos em português como "Minha Galera".
A relação com o Brasil é tão estreita que Manu promete tocar canções novíssimas, compostas na última passagem pelo País, quando viajou por algumas cidades do interior da Bahia. "Vou tocar algumas coisas inéditas e outras bem 'música de boteco', que fiz quando estive aí. Elas falam desse processo, de como é a minha vida no Brasil".
Outra novidade será a duração do espetáculo. Segundo uma das produtoras, choveram reclamações sobre a "pequena" duração (cerca de 1h40) do último show na Concha, já que o espaço tem horários rigorosos. Por essa razão, desta vez, não haverá banda de abertura. Assim, Manu Chao terá liberdade para executar sua maratona de temas. Há relatos de coberturas de shows do músico, em sites da Argentina, que falam em apresentações com duração de até três horas.
Após esta turnê, o músico diz que pretende, novamente, "passar um tempão" no Brasil. "Devo voltar a viajar pelo interior da Bahia", diz. Não se surpreenda, portanto, se encontrar Manu Chao com um violão no boteco mais próximo.
Show de Manu Chao | Terça(8), às 18h30 | Concha Acústica do Teatro Castro Alves| R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia) para os primeiros dois mil ingressos. R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia) para os restantes | Informações: (71) 3117-4899.
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