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21/06/2023 às 5:45 - há XX semanas | Autor: João Paulo Barreto | Especial A TARDE

CULTURA

Mostra CineOP apresenta nesta 18ª edição na cidade de Ouro Preto

Evento traz temática histórica Imagens da MPB - Música Preta no Brasil

Aos 93 anos, o ator e músico paulista Tony Tornado, ainda na ativa, é o  homenageado da Mostra
Aos 93 anos, o ator e músico paulista Tony Tornado, ainda na ativa, é o homenageado da Mostra -

Começa nesta quarta-feira, 21, e segue até a próxima segunda-feira, a décima-oitava edição da Mostra de Cinema de Ouro Preto. A popular CineOP, neste 2023, homenageia o veterano ator paulista Tony Tornado.

Aos 93 anos, o ator e músico nascido Antônio Viana Gomes, em 1930, segue firme, forte e ainda atuante após mais de 50 anos desde sua estreia nas telas, em 1972, após ter vencido o Festival da Canção com o clássico BR-3 dois anos antes.

Compondo um dos temas da tríade temática da CineOP, que foca, também, em uma seção de educação e outra voltada para preservação, a mostra histórica desenvolve em sua pesquisa o conceito Imagens da MPB - Música Preta no Brasil.

Com o tema, o evento busca enfatizar a presença da criação dentro da música feita por artistas pretos e pretas nos elencos e nas trilhas sonoras de filmes e atrações televisivas de ficção, além de documentários, clipes musicais e performatividades das mais variadas.

Assim, homenagear alguém do peso de Tony Tornado, quase centenário após uma carreira constante, representando nas telas e palcos a luta preta pelo destaque nas artes, torna a escolha do tema ainda mais relevante.

“Essa homenagem ao Tony é embalada pela temática histórica, que vai falar das imagens da música preta no Brasil”, pontua Raquel Hallak, diretora geral da Universo Produção, responsável pela CineOP, em entrevista exclusiva ao A TARDE.

“Falamos em outra edição sobre cinemas indígenas. Neste ano, nos perguntamos como iríamos superar. Isso porque acreditamos que uma edição tem que superar a outra. E os curadores tiveram essa ideia brilhante de colocar música preta no Brasil, e a escolha do Tony Tornado passa por essa temática. Um ator e cantor que simboliza e representa muito bem o cinema e a música”, reforça Hallak.

Tony Tornado

Com o ator como homenageado, a CineOP evidencia um dos representantes da luta pela identidade de uma música preta no Brasil, e não ‘do Brasil’, como explica um dos curadores da mostra, Cléber Eduardo, em entrevista exclusiva ao A TARDE (leia a íntegra do papo na edição de segunda, 26).

“A ideia era quebrar um pouco essa noção já pressuposta dessa tradição musical, negra e brasileira, do samba e das suas imediações todas. Nossa ideia, aqui, nos abre para o funk, o hip hop, nos abre para outros lugares que acho que são mais contemporâneos da música preta que se faz hoje no Brasil. E ela tem muitas matrizes, muitas raízes, e não apenas, digamos, uma raiz que a gente já definiu historicamente como a raiz da brasilidade afrobrasiliera e por aí vai”, detalha Cléber.

”Realmente, não é coincidência que seja ele o homenageado dessa edição. Porque Tony, e todo movimento de soul music, foi muito confrontado com a discussão se era ou não um movimento genuinamente brasileiro. No caso, primeiramente, carioca, mas de uma maneira urbana, do Brasil na década de 1970. Era acusado de ser um movimento totalmente influenciado pelos Estados Unidos. Era acusado de trair as nossas raízes afro-brasileiras”, reforça o curador.

Assim, o evento buscará trazer em sua seleção uma variedade de filmes, dentro dessa temática histórica, do que é a citada ‘música preta no Brasil’. Dentre eles, a homenagem a Tony Tornado trará Quilombo, filme de 1984 dirigido por Cacá Diegues, com o ator e cantor no papel de Ganga Zumba.

E na temática representativa da carreira musical de Tornado, o documentário Baile Soul, de Cavi Borges, apresenta todo um movimento cultural representativo dessa MPB - Música Preta no Brasil, do qual Tornado é um dos símbolos.

Mesmo o filme não tendo o artista homenageado como tema central, mas, sim, todo o cenário da cena soul no Rio de Janeiro, sua grandiosidade temática se faz presente.

A programação da mostra é gratuita e contará com filmes disponibilizados, também, no Itaú Cultural Play, em ação conjunta lançada por conta do aniversário de dois anos da plataforma IC Play.

Importância política

No papo com A TARDE, Raquel Hallak abordou, também, a relevância da CineOP em aspectos ligados à educação e à preservação, os dois outros pilares da mostra, juntamente à temática histórica.

Durante dez anos, terminando em 2015, foi construído pelo setor da preservação, através de vários profissionais que participavam desse encontro, um Plano Nacional de Preservação. Esse documento ficou pronto na mesma ocasião em que aconteceu o impeachment de Dilma Rousseff, em 2016.

“Então, interrompeu o processo que estava se configurando, que era esse documento construído nas edições anuais pelos profissionais da preservação, representantes de instituições de guarda, ser entregue para o Ministério da Cultura”, explica Raquel ao falar sobre o período no qual o processo se chocou com uma ausência de vontade política voltada para a preservação e para o audiovisual como um todo.

“Após dois anos de Temer e quatro de Bolsonaro, a gente não conseguiu levar adiante e fazer essa entrega que, na época, tinha sido negociada com o (ex-ministro) Juca Ferreira. Seria aberto para consulta pública para a construção de uma Política Nacional de Preservação”, relembra a produtora.

Após a confecção da Carta de Tiradentes, documento escrito durante a Mostra de Cinema de Tiradentes por um grupo de trabalho formado por profissionais de diversos campos do audiovisual brasileiro, e encaminhado para o Ministério da Cultura em janeiro, a CineOP complementa essa demanda.

“Estamos trabalhando esse documento da preservação. Com esses três documentos, estamos dando continuidade ao trabalho que foi feito em Tiradentes. Agora,

juntamente com a ABPA, que é a Associação Brasileira de Preservação, os profissionais que vão participar do encontro de educação, na CineOP, vão consolidar um documento único que será entregue no último dia da mostra ao Ministério da Cultura”, finaliza Raquel.

Com a presença da ministra Margareth Menezes na abertura da CineOP, hoje, na cidade de Ouro Preto - Patrimônio da Humanidade -, um novo horizonte, distante das trevas dos últimos quatro anos e mais atencioso com a cultura e com o audiovisual brasileiro, se consolida com um foco em um futuro no qual o cinema nacional e a preservação desse setor sejam vistos com o devido merecimento.

*O repórter viajou a convite da Universo Produção

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