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17/10/2024 às 4:00 | Autor: João Paulo Barreto*

CULTURA

Mostra de cinema traz os destaques dos principais festivais do mundo

‘Mostra Internacional de Cinema de São Paulo’ resgata Geraldo Sarno e homenageia Satyajit Ray

Atriz Martina Scrinzi
Atriz Martina Scrinzi -

Começa hoje, e segue até o dia 31, a 48ª edição da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Ou apenas Mostra SP. Ou apenas Mostra. Porque se trata de um evento tão familiar e intimo ao público cinéfilo que sua identificação de lugar e completude se dá com apenas uma palavra.

Chegando a quase meio século de existência, é com ansiedade que esse mesmo público espera pela divulgação do catálogo de filmes e atividades que serão exibidas durante as quase duas semanas que duram o festival. Neste ano, o leque da seleção ultrapassa as mais de 400 obras oriundas de diversas partes do mundo.

Da Bahia, os destaques são o importante achado O Auto de Vitória, curta-metragem que o cineasta Geraldo Sarno dirigiu em 1966 e que foi localizado no ano passado na Cinemateca Nacional (saiba mais na edição de sábado de A TARDE), além da animação A Arca de Noé, produção do sudeste, mas que tem a co-direção do baiano Sergio Machado e de Alois Di Leo, e de Malês, filme de Antonio Pitanga.

Na homenagem da Mostra, o cineasta indiano Satyajit Ray terá apresentada uma retrospectiva de sua filmografia com sete longas dirigidos por ele entre 1955 e 1966. E acompanhando os filmes do diretor, a Mostra trará uma leva de produções oriundas da Índia, com mais de 30 filmes.

“Quando trazemos um foco especial, fazemos um panorama contemporâneo do país. E esse ano, além de uma retrospectiva dos filmes do Satyajit Ray, vamos fazer um panorama do cinema contemporâneo da Índia”, explica, em entrevista ao A TARDE, a diretora-geral da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, Renata de Almeida, que aprofundou alguns destaques que o evento preparou para este ano.

“Teremos duas homenagens. A primeira é ao aniversário da série Castelo Ra-Tim-Bum, de Cao Hamburguer. E a outra é uma homenagem ao Ziraldo, com a exibição dos dois filmes baseados no Menino Maluquinho, o primeiro, dirigido por Helvécio Ratton em 1995, e o segundo, por Fernando Meirelles, em 1998. Além disso, tem muitos filmes que foram exibidos no Festival de Veneza. Tem O Brutalista, que ganhou o prêmio de Melhor Diretor (Brady Corbet). Tem, também, o Happy Holidays, filme do diretor palestino Scandar Copti, que ganhou prêmio na mostra paralela. Tem o Vermiglio, filme que foi o vencedor do Grande Prêmio do Júri também em Veneza, e, além dele, temos o April, que recebeu o Prêmio Especial do Júri”, destaca a organizadora.

Formação de público

Uma das novidades deste ano, a Mostrinha vai trazer, além dos trabalhos infantis citados acima, um total de 22 filmes voltados para uma audiência infanto-juvenil. Dentre os destaques, Ponyo - Uma Amizade que Veio do Mar (2008), de Hayo Miyazaki, bem como o indiano Kummatty, filme de 1979 dirigido por Govindan Aravindan.

“A Mostrinha é algo que resolvemos trazer por acreditarmos que temos que trabalhar com a formação de público. Eu acho que não dá para esperar que crianças cresçam só assistindo a filmes americanos de super-heróis e que cheguem na adolescência, na idade adulta, e assistam a filmes mais diversos, até mesmo a filmes do cinema brasileiro. E isso da Mostrinha, a gente conversa, também, com um foco que estamos fazendo no Fórum da Mostra, que é sobre formação de público e sobre o papel do audiovisual na educação", explica Renata.

“Esse foi um desafio desse ano. Começar algo novo, no risco, mas porque é como a Mostra começou, também. Porque acreditamos que a Mostrinha seja uma coisa importante. Estamos investindo para que ela cresça. Vamos ver se dá certo, se continua no ano que vem. Esperamos que sim, tanto que fizemos essa primeira Mostrinha já seguindo os preceitos da Mostra, que são filmes de diversos lugares, mas tenham uma presença forte do cinema brasileiro”, destaca a diretora do evento.

Encontro de ideias

Outro destaque da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo deste ano traz um foco em três pilares: ‘Mercado, Fórum e Da Palavra à Imagem’. Trata-se do IV Encontro de Ideias Audiovisuais, evento que promove essa reunião entre produtores vindos de diversas partes do mundo e cineastas em busca de parcerias para projetos.

“Começamos com o Fórum, que trazia mesas de discussão e acontecia com as pessoas que fazem a curadoria da própria Mostra. A (jornalista) Ana Paula Sousa, que é uma das pessoas que mais entendem sobre política de cinema e sobre regulação, faz parte", explana Renata de Almeida.

“Depois, trouxemos ao Fórum um foco visando falar, também, sobre o audiovisual no aspecto artístico, pois sempre tinha uma mesa discutindo essa parte juntamente às mesas voltadas para a Política do Audiovisual e para os aspectos mercadológicos", pontua.

“Já o pilar 'Da Palavra à Imagem', traz mesas sobre a relação da literatura com o audiovisual, onde acontecem pitchings (apresentação de propostas) com editoras que falam sobre seus livros para uma plateia de produtores, diretores, pessoas das plataforma de streaming, por exemplo. Lá, as editoras falam até de livros que ainda não foram lançados. Isso tem crescido", comemora Renata de Almeida.

O crescimento de modo orgânico do Encontro de Ideias é destacado pela diretora da Mostra em uma confirmação do aspecto internacional da Mostra. "No primeiro ano, vieram os portugueses. Esse ano, vamos trazer uma delegação muito grande da Índia e da Colômbia, também. Representantes do fundo de Luxemburgo, de Rotterdam, do Uruguai, todos vão estar presentes. O fundo de Luxemburgo é um dos mais ricos da Europa, e nós teremos a presença do produtor Meinolf Zurhorst para falar sobre esse fundo", finaliza a produtora.

Convidado ilustre

Outra presença ilustre que estará na Mostra, o cineasta Francis Ford Coppola trará a São Paulo, em sessão especial de encerramento, seu mais novo filme, Megalópolis, fábula distópica que traz um futuro que remete a Fritz Lang e às obras do expressionismo alemão. O filme, que traz nomes como o de Adam Driver e Giancarlo Esposito, vem dividindo consideravelmente a crítica.

Dono de uma carreira marcada por pilares como a trilogia O Poderoso Chefão (1972, 1974 e 1990), Apocalypse Now (1979) e Drácula de Bram Stoker (1992), já faz um tempo que Coppola tenta se provar como um real autor dentro do Cinema. Em filmes como Tetro (2011) e o recente B'Twixt Now and Sunrise (2022), o diretor traz uma marca bem diferente daqueles filmes que o ajudaram a se consolidar.

O diretor, inclusive, já falou em entrevistas a respeito dessa ideia de não se considerar um autor como aqueles que surgiram junto com ele como os expoentes da Nova Hollywood, como Peter Bogdanovich, Hal Ashby, Robert Altman ou o remanescente Martin Scorsese. Megalópolis pode representar mais uma dessas tentativas de se provar como cineasta. Uma vez que o próprio chegou a afirmar ser esse o projeto ao qual mais se dedicou, tendo levado quarenta anos para que ficasse pronto, resta saber se o filme fará jus à importância do diretor ítalo-americano à Sétima Arte.

*O jornalista viajou a convite da ‘Mostra Internacional de Cinema de São Paulo’

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