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CULTURA

MV Bill e as mulheres no tráfico

Por Chico Castro Jr., do A TARDE

21/02/2008 - 23:50 h | Atualizada em 22/02/2008 - 0:06

Mulheres e crianças primeiro. Em qualquer caso de emergência, são sempre elas que devem ser salvas de imediato. Inconscientemente, essa mesma lógica acaba se aplicando à dupla Celso Athayde e MV Bill, autores do polêmico livro e documentário Falcão – Meninos do tráfico (2006), e agora de Falcão – Mulheres e o tráfico.

O novo livro, que se associa ao outro mostrando a necessidade de inclusão de jovens e mulheres que vivem em ambientes dominados pelo tráfico, foi lançado nesta quinta, às 15 horas, na Assembléia Legislativa da Bahia, com a presença dos autores. A publicação é uma espécie de continuação do documentário que causou grande comoção nacional em 2006, ao ser exibido no Fantástico.

Falcão – Mulheres e o tráfico nasceu da constatação dos autores de que as histórias daqueles meninos que serviam ao tráfico nos morros e periferias cariocas estavam visceralmente ligadas às histórias de suas mães, irmãs e namoradas.

“Ele é fruto do mesmo material (de Falcão – Meninos do tráfico), não chegamos a fazer novas entrevistas para este livro. O assunto é tão rico e extenso que nos obrigou a falar mais sobre isso.

Percebemos que era impossível falar daqueles jovens do primeiro livro sem abordar também as mulheres”, explica o rapper MV Bill em entrevista por telefone.

As mulheres são as que não necessariamente trabalham para os traficantes, mas também fazem parte do cenário em torno do tráfico. “Por isso que o subtítulo desse livro é Mulheres e o tráfico, e não Do tráfico, como no primeiro livro”, explica.

O fato de muitas delas não terem ligação direta com o crime, porém, não as isenta de sofrer as piores conseqüências de viver nos ambientes onde este se dá. A ligação pode não ser com o tráfico, mas é com os maridos, namorados, filhos, irmãos, amigos, vizinhos, conhecidos. Há ainda os casos em que são as viúvas dos traficantes mortos que assumem os negócios nos morros.

Perfis – O livro é dividido em 16 capítulos, cada um enfocando uma história específica de uma (ou mais) mulher de diversos perfis e que, de um jeito ou de outro, se envolveu com o crime e conheceu o que de pior as favelas do Rio podem oferecer em termos de violência e opressão.

Entre outras, há Meire, a loura do asfalto que se mudou para o Morro do Cordão (no primeiro capítulo, A força do destino), a Tia do lanche,aMulher de bandido,a Profissão: do lar, aMelhor amiga da merla e muitas outras.

Mas duas delas, em especial, causaram uma forte impressão no rapper original da Cidade de Deus: Dona Leda e A Boqueteira. A primeira mandou o próprio filho para a cadeia, ao fazê-lo assumir que um flagrante pego pela polícia na mão dela era do rapaz. Chefona da sua área, comandava execuções públicas, uma delas quase testemunhada pelos dois autores.

“A história violenta da Dona Leda, para mim, joga por terra o mito de que o crime comandado por mulheres é mais brando. O crime é o crime, independentemente da mão que o conduz“, observa Bill.

Já a Boqueteira, ele define como uma história que “representa o fim da juventude”. Eva, “uma menina que não devia ter mais que 16 anos”, era dona de um “talento sobrenatural, diziam os garotos dessa favela. Seu trabalho, sua arte, era defendida com unhas e dentes por alguns, e considerado serviço de utilidade pública por outros”, escreve Celso Athayde.

Mãe solteira, que teve o marido ladrão assassinado pelos traficantes, virou uma espécie de “Romário do sexo oral”, a preferida dos falcões e malandros do morro. Sua entrevista, devidamente agendada pela empresária após uma maratona entre alguns rapazes do tráfico, é uma das mais emblemáticas do livro.

“Nunca trabalhei na vida. Não sei o que é lavar roupa. Pô, com 12 anos, colei com um cara, ainda novinha, larguei escola e tudo para viver com ele. Depois me envolvi com mais outro, engravidei. Só fiz m....”, conta Eva.

Vídeo – Bill revela que nem todas as histórias que ele e Celso colheram estão no livro. “Tem outras que estão em um vídeo de 20 minutos, que será exibido em penitenciárias femininas, inclusive aí, em Salvador, no dia seguinte ao lançamento (quinta-feira)”, conta. Ainda não há previsão de exibição na TV.

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