Oliver Stone nega que vá dirigir filme sobre golpe na Venezuela

O diretor vencedor do Oscar Oliver Stone disse na segunda-feira que não vai dirigir um filme sobre o golpe de 2002 na Venezuela, apesar do anúncio contrário feito pelo presidente Hugo Chávez. "Os rumores de que estou dirigindo um filme sobre o golpe de 2002 na Venezuela são falsos e infundados", disse Stone em um comunicado divulgado por seu agente.



No domingo, Chávez afirmou que Stone estava fazendo um filme sobre o golpe que, segundo ele, foi planejado pelos Estados Unidos, o que Washington nega. As relações entre os Estados Unidos e a Venezuela continuam tensas, particularmente enquanto Chávez cultiva alianças com Irã e Cuba e acusa a política externa norte-americana de "dominação imperialista".



"Então haverá um filme", disse Chávez durante seu talk show televisivo semanal. "Será que o governo do império tentará impedir um filme de mostrar um golpe que eles mesmos planejaram e executaram? Vamos ver se eles podem."



Militares dissidentes se uniram à oposição para conquistar o poder na Venezuela no dia 12 de abril de 2002, depois de notícias de que Chávez havia renunciado. O golpe aconteceu depois que uma dúzia de pessoas foram assassinadas durante uuma marcha da oposição.



Chávez, insistindo que nunca renunciou, reassumiu o poder com o apoio de correligionários e tropas leais, dois dias depois. O golpe tem sido um tema recorrente nos discursos de Chávez em sua guerra de palavras com Washington, que pinta o líder venezuelano como uma ameaça à democracia. Stone ganhou o Oscar de melhor diretor com "Platoon" e "Nascido em 4 de Julho" e dirigiu um documentário de 2003, "Comandante", sobre o presidente cubano Fidel Castro, aliado de Chávez.