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19/07/2023 às 6:40 - há XX semanas | Autor: Morena Melo

CULTURA

Projeto 'Casa Mulher com a Palavra' começa nesta quinta no Goethe

Sexta edição da iniciativa conta com com dez dias de atividade em várias áreas das artes e do conhecimento

Panteras Negras: instrumental de sonoridade afro-baiana e afro-cubana, no dia 25 (terça-feira)
Panteras Negras: instrumental de sonoridade afro-baiana e afro-cubana, no dia 25 (terça-feira) -

Mulheres com a palavra, em um ambiente construído coletivamente para acionar múltiplas linguagens artísticas e intelectuais, assim é o projeto Casa Mulher com a Palavra, que chega à 6ª edição. Neste ano, o evento acontece no Instituto Goethe, com atividades diárias e gratuitas, de 20 a 30 de julho.

Com convidadas como a Doutora em Estudos de Gênero Carla Akotirene, a arquiteta e escritora Joice Berth, e a poeta e atriz Elisa Lucinda, a programação conta com mais de 50 atividades nas áreas de literatura, audiovisual, artes cênicas e música.

Com as entradas esgotadas, a mesa de abertura intitulada "Mulheres negras intelectuais" contará com a participação da ativista Carla Akotirene, que ressalta o papel do evento no calendário do Julho das Pretas, uma ação de agenda conjunta e propositiva, com organizações e movimentos de mulheres negras do Brasil.

“O projeto marca o calendário do Julho das Pretas com uma edição extremamente conectada com as propostas feministas, negras e com a luta em prol de políticas públicas para as mulheres. Eu fico feliz de participar pela terceira vez e dizer que é sempre uma expectativa singular, não só em termos de reconhecimento, enquanto intelectual negra, mas também por saber que há um lugar de prestígio, aplausos e afeto para as mulheres negras de Salvador", disse Carla Akotirene.

Para uma das curadoras, a dramaturga, escritora, atriz e roteirista Mônica Santana, as múltiplas linguagens que compõem a programação trazem para o evento uma diversidade de públicos. Além do engajamento com as pautas feministas, o projeto traz um apanhado de produções contemporâneas com relevância nas cenas às quais se vinculam.

"Justamente porque tem uma amplitude de programação, a gente pode alcançar públicos distintos. Teremos nomes como Elisa Lucinda, uma atriz importante que alcança um público amplo. Mas também tem o Islã das Minas, um grupo que produz poesia em uma outra perspectiva de literatura, vinculada ao corpo, à voz, à presença, e que alcança uma garotada mais jovem. Então tem uma amplitude de interesse para todos que querem conhecer produções pulsantes contemporâneas das artes visuais, do teatro, da música e da literatura”, explica Mônica Santana, que assina a curadoria do evento ao lado da cineasta Mariana Jaspe, a escritora e mestra em Estudos Interdisciplinares sobre Mulheres, Gênero e Feminismo (PPGNEIM/ UFBA), Dedê Fatumma, e a jornalista e diretora de operações e tecnologia do Instituto AzMina, Marília Moreira.

Como fio condutor para a concepção da programação, a curadoria do evento buscou valorizar produções lideradas e concebidas por mulheres negras. “Cada uma, dentro das suas áreas de afinidade, foi trazendo as suas indicações. É uma programação que foi construída a várias mãos e traz para o evento representantes de diferentes territórios, mas principalmente da Bahia", completa Mônica Santana.

Legado

A intelectual brasileira Lélia Gonzalez, pioneira nos estudos sobre feminismo negro na América Latina, costumava dizer que "o racismo se constitui como a sintomática que caracteriza a neurose cultural brasileira". A partir dessa perspectiva, podemos dizer que os movimentos feministas negros atuam para o desmantelamento dessa neurose, na construção de outros mundos possíveis.

Nesse contexto, Salvador se destaca historicamente e nos engajamentos dos movimentos sociais como um polo de produção de conhecimento e enfrentamento político. Para a arquiteta e pesquisadora Joice Berth, as relações urbanas se constituem na consolidação de opressões. Ela fala sobre o tema em seu novo livro Se a cidade fosse nossa, que está em pré-venda na Amazon e será lançado na Casa Mulher com a Palavra.

“Sabemos que as cidades são o 'chão' onde as opressões sociais se consolidam, mas precisamos entender qual o lastro histórico disso para reivindicar o nosso Direito à Cidade de maneira coerente e irrestrita. Eu espero que o meu livro possa contribuir para popularizar esse debate que muitas vezes fica restrito ao campo acadêmico e é fundamental que seja de domínio público", conta Berth.

A pesquisadora falou também sobre a expectativa de lançar o livro em Salvador. "Salvador é um dos lugares mais importantes do Brasil, em termos de política, arte, cultura e também cidades e arquitetura. Então a expectativa é de que seja uma troca intensa e marcante", completa Joice Berth.

Para acessar o evento, basta retirar gratuitamente o ingresso na plataforma Sympla. A programação completa está disponível no instagram @mulhercomapalavra e algumas atividades, como a mesa de abertura, já estão com ingressos esgotados.

“A nossa expectativa é de um grande sucesso e de que debates importantes e geradores de futuros aconteçam. Ficamos muito felizes quando Fernanda Bezerra nos procurou propondo a ocupação da casa amarela da Vitória com um evento tão relevante. Um dos pilares de atuação do Goethe-Institut no mundo é a defesa da sociedade civil e seu fortalecimento" disse Leonel Henckes, Coordenador da Programação Cultural do Instituto Goethe de Salvador.

Casa Mulher Com a Palavra / A partir de amanhã (20) a 30 de julho / Feira de afro empreendedoras, oficinas, bate-papos, programação cultural: shows cases e espetáculos teatrais, lançamentos de livros, mesas- redondas / Goethe-Institut Salvador - ICBA (Av. Sete de Setembro, 1809 - Vitória) / Programação em @mulhercomapalavra_

*Sob supervisão do editor Chico Castro Jr.

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