Público do Iguatemi não migra para outros circuitos

O fechamento das 12 salas de cinema do Multiplex Iguatemi por conta de uma disputa judicial com o Ecad (Escritório de Arrecadação e Distribuição de Direitos Autorais) não levou o público a procurar pelas outras salas da cidade. Nesta quarta-feira, dia da tradicional meia-entrada, o complexo UCI Aeroclube, o Cineplace Itaigara e o Cine Barra tiveram movimentação normal.



Gerentes das três unidades afirmaram que o público foi ligeiramente maior apenas no final de emana. “Houve um pequeno aumento no sábado e no domingo, mas a semana prossegue sem maiores mudanças. Hoje inclusive está um dia fraco”, comentou a gerente do Cine Barra, Joana Bloisi. O gerente sênior do UCI Aeroclube, Alfredo Fraga, classificou o aumento de público como visível, porém pouco expressivo. “O Multiplex Iguatemi é a principal referência em cinema na cidade esse tipo de suspensão prejudica a todos. Torço para que a situação seja resolvida o mais rápido possível”, disse.



A maior parte dos espectadores que compareceram às sessões noturnas do UCI Aeroclube e do Cine Barra nesta quarta-feira demonstrou pouco conhecimento sobre o impasse no Iguatemi. “Eu vi pela televisão e, por isso, não fui lá”, comentou o técnico de informática Alessandro Pires, antes de entrar na sessão das 20h50 de “Norbit”, no Cine Barra 2.



“Não dá pra entender direito isso tudo. Acho estranho ocorrer um bloqueio agora com o filme em cartaz, após tanto tempo de estréia. É uma situação que deveria ser resolvida no início do processo de produção do filme e não hoje, dessa forma obscura. Defendo que os artistas recebam seus direitos, mas não entendo essa cobrança tardia”, disse a ambientalista Flora Paranhos, que esteve no Aeroclube.



O Multiplex está fechado desde a última sexta-feiras, quando foi proibida de projetar filmes com áudio sob pena de ter seus equipamentos sonoros lacrados caso descumprisse a decisão da Justiça que obriga a exibidora a pagar direitos autorais pela execução das trilhas sonoras desde 1998.