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CULTURA

Quadrinista brasileiro PJ Kaiowá se destaca com seus trabalhos autorais e obras encomendadas

Por João Lucas dantas*

20/05/2021 - 6:00 h
PJ Kaiowá vem fazendo bastante barulho com seu trabalho autoral
PJ Kaiowá vem fazendo bastante barulho com seu trabalho autoral -

Um dos grandes destaques da cena do quadrinho nacional dos últimos 20 anos, o carioca PJ Kaiowá vem fazendo bastante barulho com seu trabalho autoral, ao mesmo tempo que ganha cada vez mais espaço no exterior.

Suas obras autorais, como Carnívora, Eu Sou Lume e Trato Sujo são os destaques. Lá fora, o artista já trabalhou em grandes franquias, como Pacific Rim (Círculo de Fogo, no Brasil), Evil Dead e Assassin’s Creed.

“Trabalhar com quadrinhos era algo que eu sempre quis. Quando era mais novo, não tinha ideia do que fazer. Cheguei a trabalhar no começo com direção de arte em publicidade. Chegou num ponto que pensei ‘se eu não arriscar tudo agora, acho que não vou conseguir mais’”, relembra.

Consciente da pressão que o mercado exige de um artista, ele viu que era a hora de acontecer. “Eu fui me empenhar depois de mais velho. Quando vi que a publicidade não ia render mais nada pra mim, comecei a investir com mais força nessa área”, acrescenta.

Mesmo com toda a bagagem, desses anos trabalhando no mercado, PJ pontua que todo trabalho é a sensação de um novo começo. “Quando me dei por conta, já estava pegando o terceiro ou quarto trabalho de quadrinho profissional, e é muito gratificante. Na hora que eu consegui o primeiro, eu pensei que ia comemorar, mas acabou que a gente nem percebe, porque na correria de desenvolver e entregar, isso vira uma constante”, conta PJ.

Trabalho autoral

O primeiro lançamento autoral de PJ se deu de forma independente em 2015, com o roteiro e arte do thriller policial Carnívora, realizado graças a um financiamento coletivo. No mês passado, a editora americana Behemoth Comics lançou a obra nos Estados Unidos, junto ao vinil de músicas compostas pelo músico e produtor Jay Ray.

“O lançamento, em 2015, ocorreu debaixo de uma pressão financeira. Era uma ideia que eu queria ver acontecer, e por isso digo que sou o primeiro fã do meu trabalho. Era uma coisa que eu, como fã de entretenimento, gostaria”, pontua o artista.

Para se produzir um quadrinho do zero, além do roteiro e da arte, é preciso pensar nos aspectos técnicos da edição: letreiramento, diagramação, impressão e, caso seja colorido, as cores. Todas essas etapas custam e não são baratas de fazer. No caso de um quadrinho independente, nos dias de hoje, o financiamento coletivo na internet possibilita aos autores uma base para financiar a produção.

“A minha reserva de dinheiro estava acabando, eu não estava conseguindo concluir outros trabalhos e não tinha nada meu na praça que pudesse me ajudar. Foi aí que eu me tornei artista mesmo. Meu primeiro quadrinho autoral é bem artesanal, porque cuidei de todas as etapas do processo. Corri atrás e consegui lançar por financiamento coletivo, ultrapassando as metas na época, o que me deu uma possibilidade de ter uma base para continuar”, esclarece PJ.

Outra obra autoral recente de PJ, Eu Sou Lume, trata de uma jovem dançarina que tem a vida mudada quando descobre ter poderes e se depara com seres perigosos chamados Trevaz. Indo do terror para uma história de super-heroína, o quadrinista mostra sua diversidade ao transitar entre gêneros.

Imagem ilustrativa da imagem Quadrinista brasileiro PJ Kaiowá se destaca com seus trabalhos autorais e obras encomendadas
| Foto: Reprodução
PJ, Eu Sou Lume, trata de uma jovem dançarina que tem a vida mudada quando descobre ter poderes

“Tá dentro do espectro do trabalho que eu faço, além de serem gêneros que eu gosto muito. Saber os signos, a linguagem, já está em mim, mas, de certa forma, elas estão conectadas, indo sempre numa mesma direção. Eu não faço nada muito fantástico e nem simplório. Em Lume, assim como Carnívora, eu trouxe os gêneros para a nossa realidade. Falo de uma história de herói ou de terror, através do nosso ponto de vista”, explica.

O cenário brasileiro

Uma das coisas que o quadrinista busca incorporar em seus trabalhos é que as histórias se passem em cenários brasileiros, mas de formas que são comuns para nós. Tanto Carnívora quanto Lume são histórias de terror e fantasia, que se passam no Rio de Janeiro. Gêneros que as pessoas crescem assistindo nos filmes ou lendo nos gibis e que, dificilmente, vemos uma criação se passando 100% em território nacional. E que também estão sendo apreciadas no concorrido mercado americano.

“Artisticamente, a gente no Brasil, já conseguiu provar para o mundo que nós damos conta do recado. Exportar uma história que se passa no RJ, com pessoas do Rio e levando nossas gírias, mostra que a gente fala desse jeito, ao invés de termos que criar algo com a cara deles para que eles possam comprar. Não tive que traduzir toda uma história para agradar o estrangeiro, foi algo que eles vieram buscar e isso, pra mim, foi muito forte”, expressa PJ.

O artista também fala mais sobre a importância de consumirmos e valorizarmos mais a cultura local. “Desde sempre, nós somos guiados a entender que o que vem de fora é melhor. Não temos que parecer com o estrangeiro para ter o aval de qualquer coisa”, acrescenta o quadrinista.

A chegada ao exterior

Em paralelo aos trabalhos autorais e independentes, as encomendas para grandes editoras e empresas estrangeiras não param. “Eu comecei a trabalhar pro exterior com mostra de portfólio. O primeiro trabalho que fiz pra lá foram umas capas, numa época que o editor me encontrou nas redes sociais. Depois disso, veio o mais importante do período: Pacific Rim: Tales from Year Zero, junto com Guillermo Del Toro (diretor do filme original). E depois meu trabalho e portfólio foram se espalhando, até eu começar a ser agenciado”, relata.

Recentemente, PJ foi responsável pela releitura de personagens queridos da DC Comics, como Mutano e Ravena, para o game Fortnite – os dois foram popularizados inicialmente na clássica HQ Novos Titãs (1980), de Marv Wolfman (roteiros) e George Pérez (desenhos). Hoje, são mais conhecidos pelas animações Teen Titans Go!, do Cartoon Network.

“Eu já estava trabalhando com a Epic Games (desenvolvedora do Fortnite), e aí surgiu a oportunidade de fazer esse teaser global para anunciar a entrada do Mutano no jogo. É sempre muito bom trabalhar com essas franquias, como a DC, que acompanho desde novo”, afirma.

Dentro desse mundo de grandes trabalhos com prazos apertados, o difícil é arranjar tempo. “Dormir é difícil”, brinca PJ. “Dá pra se planejar, mas as coisas ficam na minha cabeça e atrapalha tudo, além de estar trabalhando em outros projetos meus. Não tenho nem fim de semana, mas é a forma que eu vejo de manter a cabeça ocupada nesse período que vivemos”, conclui.

* sob a supervisão do editor chico castro jr.

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