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CULTURA

Zeca Pagodinho grava segundo Acústico MTV

Por Agência O Globo

27/08/2006 - 21:15 h

o primeiro artista brasileiro a gravar dois “Acústico MTV” é... nada de CPM 22, muito menos Capital Inicial, Paralamas ou O Rappa: ninguém menos do que Jessé Gomes da Silva Filho, o homem, o mito Zeca Pagodinho. O segundo disco do sambista portelense com o selo da emissora — o primeiro saiu em 2001 e, segundo a MTV, vendeu 700 mil CDs e 300 mil DVDs, o que levou a gravadora Universal a propor novo projeto à emissora —, tem a palavra “Gafieira” ao lado de seu nome, e um conceito diferente: as músicas têm arranjos de sopros divididos entre feras do ramo como Lincoln Olivetti, Jota Moraes e Vittor Santos, além da direção de Rildo Hora, como sempre.



Zeca gravou o especial no Pólo de Cinema e Vídeo, em Jacarepaguá, nas noites de quarta e quinta-feira da semana passada, em frente a uma platéia de cerca de 200 pessoas, entre amigos e fãs. No repertório estão clássicos como “Piston de gafieira” (de Billy Blanco), “Tarzan, o filho do alfaiate” (Noel Rosa e Vadico) e “Pisei num despacho” (Geraldo Pereira), além de sucessos de Zeca (“Verdade”, “Casal sem-vergonha”, “Judia de mim”) e músicas inéditas, de compositores como Marcos Diniz e Serginho Meriti.



O segundo dia de gravações teve Zeca de ótimo humor (na véspera ele tinha sofrido com dores na coluna), a partir do momento em que subiu ao palco e viu um copo d’água na mesinha destinada a ele. "Quem colocou isso aí?", perguntou, arrancando gargalhadas da platéia.



O mais carioca dos cariocas mostrou jogo de cintura com a linha-dura paulista da MTV. "Ô, Joana, deixa o pessoal ir ao banheiro se aliviar", pediu à diretora do “Acústico”, Joana Mazzuchelli, quando esta avisou a “Zécᔠque faria um pequeno intervalo, mas que ninguém poderia levantar-se.



Ele também fez coro com o apresentador engraçadinho André Vasco (VJ da emissora, que pediu uma salva de palmas para a equipe técnica, “Que está há uma semana no Rio de Janeiro”, como se se tratasse de terrível punição). Vasco apresentou Zeca dizendo que a gravação da véspera tinha sido “f..., quer dizer, muito boa, pediram para a gente não falar palavrão”. Zeca não segurou a língua em nenhum momento e ainda mandou: " Não pode falar palavrão que o João Gordo reclama".



Apesar da complexidade de uma gravação com 70 músicos e arranjos diferentes, a cargo de profissionais diversos, tudo fluiu tão bem que às vezes saía um arranjador, entrava outro, e a platéia só percebia quando Zeca saudava o recém-chegado:

"Olha o meu compadre Julinho Teixeira aí!", disse ele ao ver o amigo, que comandou os sopros em “Sururu na feira” e “Quem é ela?”.



Os saxofones, pistons e tuba tinham a marca de seus maestros: Lincoln Olivetti, por exemplo, imprimiu ao arranjo de “Ai que saudade do meu amor” (gravada por Zeca no disco “Alô, mundo!”, de 1993) uma linha de sopros mais intensa, quase um som de big band, assim como fez com “Judia de mim”. Vittor Santos, com seu jeitão de físico nuclear, mostrou criatividade em “Casal sem-vergonha”, e Cristóvão Bastos optou pela elegância em “Dono das calçadas”, de Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito.



Em alguns momentos, a gafieira — sugerida também em um cenário inspirado nos Arcos da Lapa — deu lugar ao samba mais puro, como em “Sururu na feira”, divertidíssima composição de Luiz Grande, Marcos Diniz e Barbeirinho. No arranjo de Julinho Teixeira, as cordas e batuques ficaram à frente dos sopros. Essa dicotomia pode deixar torcidos os narizes de alguns puristas: apenas parte do repertório encaixa-se na definição clássica de gafieira, aquele samba meio caribenho, quente, dançante.



Possivelmente, serão músicas como “Tive sim”, de Cartola, e a clássica “Beija-me” (Roberto Martins e Mário Rossi), além de “Se você visse” (Dino e Del Loro) — que teve a participação de Miltinho", que farão parte do CD. "Tenho todos os discos do Miltinho, sou fã de carteirinha dele, assim como a banda toda", disse Zeca antes das gravações. "Ele é mais um desses grandes artistas esquecidos, que há alguns anos penso em homenagear".



Sucessos de Zeca como “Coração em desalinho” (em linda versão com a Velha Guarda e uma discreta participação das cantoras Juliana Diniz, Nilze Carvalho, Dorina e Teresa Cristina), “Verdade” e “Dona Esponja” devem ficar para completar o DVD, já que foram gravadas 25 músicas, e um CD geralmente sai com 14 ou 15.



Além da Velha Guarda, das cantoras e de Miltinho, ele recebeu dois instrumentistas da pesada: Zeca do Trombone, em “O lenço”, e o mestre Paulo Moura, que contribuiu com um solo de clarineta em “Inocente fui eu”. "Esse trabalho mistura a coisa mais importante da vida do Zeca, seus músicos, seu batuque, com convidados ilustres, que ele admira", define Rildo Hora. "É a convivência de dois mundos, de duas culturas que poderiam ser antagônicas, mas não são".

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