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ECONOMIA

Com home office, profissionais voltam aos locais de origem

Por Priscila Dórea*

07/06/2020 - 0:00 h | Atualizada em 12/06/2020 - 10:51
"Cerca de 90% do nosso quadro de funcionários está em home office", diz Soeiro | Foto: Divulgação
"Cerca de 90% do nosso quadro de funcionários está em home office", diz Soeiro | Foto: Divulgação -

Com a adesão em massa das empresas ao home office, colaboradores (e até proprietários) têm aproveitado para não apenas trabalhar de casa, mas voltar para a terra natal e para perto da família. Tal movimento tem exigido uma disciplina ainda maior dos funcionários, mas as empresas – tanto as que já eram adeptas ao home office e as que não eram – têm observado seu horizonte ampliar e a produção aumentar graças à modalidade, cogitando até continuar com o trabalho remoto após a pandemia da Covid-19.

A pandemia exigiu das empresas uma adequação a esta nova realidade, explica Mirna Morales, gerente de recursos humanos do grupo Indústrias Reunidas Raymundo da Fonte (dona de marcas como Brilux e Minhoto). "Estávamos longe de implementá-las, o home office, por exemplo, não estava em nossos planos para 2020. Porém tivemos que fazer isso, de maneira minuciosa e criteriosa, já que o que mais nos preocupa é de fato a saúde e a segurança dos nossos colaboradores".

Mirna conta que hoje 30 funcionários estão em home office, todos eles com atividades administrativas e de suporte, da área industrial, comercial e de logística da empresa. E uma dessas funcionárias é Maria Carolina Gonçalves de Guerra, analista de trade e inteligência de mercado do grupo. Trabalhando na cidade Paulista, no interior de Pernambuco, com o home office ela voltou para a terra natal, a capital Recife, e conta que estranhou um pouco a mudança de rotina no início.

"Agora estou bem mais acostumada. Trabalhar tão próximo da família é muito bom, mas é diferente. Temos que saber dividir o tempo, pois, querendo ou não, vai haver distrações. Aqui em casa todos estão trabalhando em home office, então cada um fica em seu canto. Usamos o horário de almoço, descanso ou pausa do café para conversar. Isso nos aproxima mais, coisa que durante a rotina normal de trabalho se perde um pouquinho", ela explica.

Pós-pandemia

Mesmo gostando da experiência, Maria Carolina conta que não gostaria de trabalhar 100% home office no pós-quarentena, apenas se fosse o caso de um dia, a cada uma ou duas semanas, a pessoa pudesse optar trabalhar de casa. "Eu gosto de acordar, me arrumar, ir para o trabalho e encontrar as pessoas. O trabalho fica bem mais rico. Quando você tem algum problema, basta virar para o lado, trocar opinião com um colega e tudo se resolve com mais agilidade. Esse contato diário é o que sinto mais falta".

Já para Harry Zilberman Racz, gerente de marketing regional da Ambev no Nordeste, certa experiência com o home office tem ajudado na situação atual. Morando em Salvador desde 2018, o trabalho 100% home office em São Paulo – estado onde nasceu e onde está a família – começou no início da pandemia. "Já estava habituado com o modelo, então minha rotina não mudou muito. Posso trabalhar curtindo o sol da Bahia ou o friozinho de São Paulo. O que vale no home office é a disciplina e o desejo de fazer as coisas acontecerem. E isto eu tenho muito", ele conta.

Um bom exemplo é o atual projeto de Harry, o #SãoJoãoBrahmaLive, que tem em sua essência ficar em casa e viver a tradição junina. Ele explica que foi um desafio planejar todo o projeto de forma remota, com pessoas trabalhando em várias cidades do Nordeste, "mas ele está aí, sendo executado de forma incrível". O projeto será lançado oficialmente esta semana, em uma coletiva virtual.

Rosi Teixeira, gerente regional de gestão da cervejaria Ambev na região Nordeste, conta que o home office já era usado na empresa e que foi preciso apenas criar alguns critérios e protocolos de controle. "Nós reorganizamos, então o horário de trabalho passou a ser das 10h às 16h e o almoço, das 12h às 13h30. Assim todos conseguem equilibrar as outras atividades com o trabalho. Além disso, todos os dias às 9h todos podem acessar aula, via Workplace, com um personal trainer, e às 17h yoga e meditação".

O home office não é algo novo, mas eram muitas as empresas que resistiam à modalidade, afirma Wladimir Martins, presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH) na Bahia. "Agora é um caminho sem volta. Muitas estão vendo as possibilidades do home office, principalmente quanto à redução de custos e aumento na produção, deixando para trás a antiga ideia de que o funcionário só produz quando está sob supervisão".

Porém trabalho é trabalho. É essencial levar em consideração o quanto a rotina da casa vai afetar você e o quanto você vai afetar a rotina de sua família quando você decide ir para sua terra natal. "Ter essa rede de apoio familiar, principalmente na situação atual, é importante. Mas é preciso ter em mente que, além de sua saúde, que já é prioridade, o seu meio de sobrevivência também está em jogo", diz a psicóloga do trabalho e professora universitária Ingrid Rapold.

As condições em que o trabalho será feito, como equipamento e ambiente, são de grande importância, alerta a psicóloga. Esse não é o momento para correr riscos. "Muitas pessoas estão sofrendo uma pressão absurda em seus empregos. Em um momento de tantas demissões, é necessário ter certeza de que você conseguirá arcar com uma mudança que às vezes pode gerar um estresse maior do que necessário", ela alerta. A verdade é que o trabalho remoto é cômodo, mas exige disciplina.

É uma verdadeira mudança de cultura, comenta Ricardo Soeiro, diretor-presidente da LM Frotas – especializada em aluguel de veículos –, que saiu de Salvador para trabalhar em home office junto à família em São Paulo. "Cerca de 90% do nosso quadro de funcionários está em home office, mas estamos desenhando um protocolo para que, aos poucos, elas voltem ao trabalho presencial. No entanto, o conceito de home office veio forte e com resultados positivos, então estamos realmente cogitando a adesão do modelo para alguns cargos".

Ele explica que as pessoas não mudaram simplesmente para o trabalho remoto, elas foram jogadas para isso. O que ele considera uma coisa muito boa, porque só assim as empresas que tinham resistência puderam ver que realmente funciona. "O que mais me chamou a atenção foi o aumento da comunicação. Gerir e contar com sua equipe com tamanha rapidez é algo inédito para a maioria. A verdade é que o ser humano tem o poder de se adaptar às mudanças e é esse caminho que as empresas devem seguir", explica Ricardo.

*Sob supervisão da editora Cassandra Barteló

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